Valença recebe Capacitação sobre Enfrentamento ao Tráfico de Mulheres Jornal Valença Agora 9 de agosto de 2016 Baixo Sul, Notícias A Secretaria Estadual de Políticas para as Mulheres da Bahia (SPM-BA), em parceria com a Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social da Bahia (SJDHDS); Secretaria Nacional de Direitos Humanos (SDH) e a Secretaria de Administração Penal e Ressocialização da Bahia (SEAP) realizou em Valença, de 01 a 04 de agosto, no auditório da Comissão Executiva Plano da Lavoura Cacaueira (CEPLAC), com o apoio da prefeitura municipal através do Centro de Referência em Atendimento à Mulher em Situação de Violência (CRAM), órgão vinculado à secretaria de Promoção Social e o Conselho Municipal dos Direitos das Mulheres de Valença (COMDIM), um curso de capacitação envolvendo as seguintes temáticas: Noções e Relações de Gênero; Políticas de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas; Noções de Raça e Racismo; Exploração de Gênero no Desenvolvimento do Turismo; e Tráfico de Mulheres. O evento teve como público alvo, servidores municipais, operadores do Direito, organizações da sociedade civil e as instituições públicas que compõem a Rede de Prevenção e Enfrentamento à Violência contra as Mulheres. A ação faz parte do Projeto “Promoção dos Direitos Humanos das Mulheres da Bahia: Cidadania e Erradicação da Violência Contra as Mulheres Urbanas e Rurais”. Participaram da capacitação, servidores da Saúde, Educação e Promoção Social; membros do Conselho Municipal de Direitos Humanos; do Conselho Tutelar; do Movimento Feminista Empoderadas, entre outros. Durante os quatro dias, o público assistiu a palestras, a vídeos educativos e interagiu entre si e com os facilitadores, tirando dúvidas e compartilhando experiências e relatos sobre a violência contra a Mulher. A coordenadora do Centro de Referência Especializado de Assistência Social de Valença (CREAS), Luciene Silva avaliou a importância da capacitação. “Pra nós que trabalhamos na rede, esse curso foi muito importante porque trouxe assuntos que a gente nunca tinha se atentado, com certeza a partir de agora teremos um novo olhar pra esses casos. O tráfico de pessoas é um dos assuntos prioritários do CREAS, mas é uma demanda difícil, até hoje o CREAS não recebeu nenhum caso de tráfico de mulheres, mas a gente sabe que acontece, então fazemos um trabalho de prevenção. Os dados são invisíveis, mas o tráfico de mulheres acontece em Valença”, ressaltou. Maria da Penha, presidente do Conselho Municipal dos Direitos das Mulheres de Valença foi a articuladora para que a capacitação contemplasse Valença, solicitado o apoio dos órgãos competentes. Maria da Penha participou das conferências municipal, estadual e nacional de políticas públicas para as mulheres, onde teve contato com a secretária da SPM-BA, Olívia Santana, a qual solicitou atenção às mulheres de Valença. Feliz com a realização, Maria da Penha “Essa foi a melhor capacitação que já participei porque a gente tirou muitas dúvidas, aprendemos os mecanismos para denunciar a exploração e o tráfico de mulheres. Tirou o tabu de que o tráfico de mulheres só acontece de um país para outro, pode ocorrer até de município para outro município. Hoje saiu fortalecida para na minha comunidade orientar sobre esse tráfico”, destacou. José Reis, presidente do Conselho dos Direitos Humanos de Valença ressaltou a importância da informação em casos como este. “É um bom momento para as mulheres de Valença se capacitarem e reproduzirem o que elas aprenderam aqui. Todas precisam estar muito atentas e se preservar perante esses aliciadores que vem de forma muito sutil, carinhosa e amável para conquistar a confiança”, alertou. O último dia de capacitação contou com a presença da representante da SPM-BA, Eulália Lima Azevedo, assessora de gabinete da secretária Olívia Santana, que conversou com a nossa reportagem sobre o evento. “A Bahia é o 5º estado da federação em casos de tráfico de pessoas, dessas pessoas, 70% são mulheres, em sua maioria na faixa etária de 18 e 33 anos e meninas. Então sabendo desses índices, a SPM está fazendo um trabalho de formação e divulgação pra gente convencer as pessoas dessa realidade e trabalhar suas origens; conscientização e buscar que essas mulheres, principalmente as gestoras que estão à frente de políticas públicas, possam dar sempre esse suporte e ter esse olhar da questão de gênero focando a violência do tráfico de mulheres”, pontuou Eulália. “Valença é um dos municípios litorâneos que possui altas incidências de tráfico, mas que não são denunciados. É uma realidade difícil de captar porque acontece de forma muito sigilosa. Os aliciadores sabem que se derem qualquer vacilo serão denunciados, em função disso, eles fazem de uma forma que a sociedade não percebe que ali está acontecendo uma situação de tráfico”, complementou a assessora de gabinete. Eulália informou ainda que qualquer pessoa que queria denunciar tráfico de mulheres deve se dirigir a qualquer equipamento da Rede de Enfrentamento da Violência contra as Mulheres, ou ainda através do Disque 100. Fotos: Jornal Valença Agora Deixe uma resposta Cancelar resposta Seu endereço de email não será publicado.ComentarNome* Email* Website