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30 de dezembro de 2015, o Impostômetro registrou pela primeira vez em sua história de apuração sobre recolhimento de impostos no Brasil, a estratosférica marca de R$ 2.000.000.000.000,00 (Dois trilhões de reais), arrecadados durante o exercício financeiro findo.

Difícil vincular muito pior explicar, um rombo nas contas públicas no mesmo período, estimado em R$ 40.000.000.000,00 (Quarenta bilhões de reais). Imenso registro público, citado no primeiro parágrafo, concluído por este instrumento de captação de dados fiscais por minuto, controlados eletronicamente com rara precisão, iniciada em 2005.

Por estes índices oficialmente divulgados, obrigam o contingente populacional desta nação, a trabalhar 151 (Cento e cinquenta e hum) dias por ano, para entregar em recolhimento de impostos, ao confuso, complicado e cruelsistema tributário brasileiro.

Maior recorde na arrecadação de impostos desde a criação deste sistema popularizado de informações fiscais, causando até dúvidas entre os consumidores menos informados, em razão da soma e tamanho dos números revelados.

Mesmo assim, haverá um rombo histórico nas contas/15, considerando toda trajetória republicana, agora convivendo também com as popularíssimas pedaladas fiscais, produto do calote de mais de R$ 70.000.000.000,00 (Setenta bilhões de reais), utilizados indevidamente pelo sistema, para cobrir fechamentos nas operações de caixa.

A quitação total realizada ainda dentro do exercício passado, demonstra sinais videntes de esvaziamento para o Impeachment, com reflexos implacáveis nas metas que visam a recuperação e o equilíbrio nos fluxos financeiros do país, visivelmente destroçados.

Choques socais, foram projetados nas imagens exibidas pela televisão, transmitidas ao vivo, as comemorações do réveillon pelo país inteiro, espetáculo deslumbrante, que atrai milhões de brasileiros e populares de outros países, seduzidos pela beleza dos show’s que a época reflete.

Porém, mensurações e ponderações ativadas, sob o ângulo do momento econômico/financeiro do Brasil, projetam que o realismo faz sentir e aspirar cautela, prudência e moderação, os 3 (três) juntos, ainda é pouco para considerar pertinente, aplicação de receitas deste porte para festas. Os turistas nos trazem divisas por alguns dias, encantados prometem retornos.

A comunidade local, movida pelos impulsos contagiantes desses dias, aliados ao espírito festivo natural da galera, quer mais é aproveitar e tentar esquecer as dificuldades, com todas as razões reconhecidas.

Destacar uma situação da outra neste instante, não é tarefa fácil. Como justificar os imensuráveis custos destas milionárias apresentações, para uma economia altamente fragilizada e desfigurada, que sequer consegue cumprir compromissos institucionais. Privar a população de alguns momentos de alegrias? Não.

Essas envolventes imagens,produzem na prática, alguma solução para os graves litígios nacionais? Que levam estas mesmas pessoas a perder os empregos? Não ter atendimentos clínicos sequer para áreas emergenciais onde tudo falta? Taxas de juros nas alturas? Créditos inacessíveis? Projeções para gringos? Temos que admitir infelizmente. Apologia a degradação social? Não acreditamos, mais não descartamos.

Que as alegrias, possam ajudar a retornar os postos de trabalho; controlar preços e a inflação que corroem salários e reservas, recuperar a saúde esfrangalhada; reduzir as desigualdades, baixar os juros, retomar linhas de créditos, sufocarconflitos políticos, predadores da harmonia,focalizandorumos para a nação, evitando torrar dinheiro em momentos inoportunos, parametrizando as urgências socioeconômicas e financeiras.

Pouco se comenta a respeito. Sabemos que ferem sentimentos mais afoitos, porém, faz-se necessário, alertar as comunidades menos avisadas, que é urgente recuperar a nação não só paraos eventos.
O instante é extremamente delicado, intempestivamente incompatível para exposições fulgurantes, queimando recursos que não existem efaltam para os que comemoram ainda inconscientes. Feliz 2016 para todos.

Nota Explicativa: O título e final desta matéria é uma singela lembrança a um dos expoentes da literatura baiana João Ubaldo Ribeiro.

Dácio Monteiro
daciomonteiro@yahoo.com.br
Bacharel Pós Graduado Ciências Contábeis
Taperoá-Ba, 04 de Janeiro 2016.

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