No primeiro mutirão organizado no último domingo do mês pela nova administração de Valença, até botas holandesas foram encontradas na areia

Aos poucos, a praia de Guaibim vai se tornando uma opção cada vez mais viável para o turista que frequenta o Baixo Sul da Bahia. Menos badalada que as praias do Morro de São Paulo e Itacaré, e ainda pouco conhecida em outros estados brasileiros – a maioria dos turistas chegam de Brasília e Goiânia - o prefeito de Valença, Jairo Baptista, com apenas um mês de governo, já deu início às mudanças para incrementar a atividade econômica do local. O primeiro passo foi tornar as praias mais visitadas da cidade, Guaibim e Taquari, em locais mais limpos. No total, Valença tem cerca de 30 quilômetros de praias. Só o distrito, da Ponta do Curral até a ilha D’Ajuda, são 16 quilômetros de areia clara, ladeada por coqueirais e ciprestes, além da restinga nativa.

Sob a coordenação do secretário de Meio Ambiente, Marcelo Borges, e com a ajuda do diretor de Associativismo, José Veloso, do secretário de Agricultura, Wallace Aguiar e do vereador Bertolino Júnior, a prefeitura organizou o primeiro mutirão de limpeza de praia da nova gestão. De 250 voluntários oficiais, o número quase dobrou, com a adesão dos próprios banhistas e das crianças. Mesmo assim, não deu para cobrir todos os seis quilômetros que separam as duas praias.

O sol forte e o excessivo volume de lixo plástico deixaram os colaboradores exaustos e sem material de reposição. Canetas, copos descartáveis, garrafas pets, boias, isopores a tampas de privada e até uma bota holandesa foram retirados da areia e colocados em 500 sacos de 200 litros de lixo cada. “Esta é apenas a primeira ação de conscientização que estamos promovendo em Valença”, disse o secretário de Meio Ambiente, Marcelo Borges Santos, já prevendo a retiradas de troncos e pedaços de árvores, galhos e folhas com a ajuda de tratores para os próximos dias. “Pelo menos uma vez por mês temos que fazer este trabalho”, argumentou.

A ideia não é original, mas depois que o prefeito levou empreendedores portugueses para conhecer o local, não gostou do excesso de garrafas plásticas na areia. “Coisas pequenas como estas acabam sujando a imagem da beleza que é Guaibim”, disse ao empresário Jorge Andrade, diretor do Grupo Future, durante sua visita à cidade, há poucos dias. Mesmo com pequenos obstáculos, o empreendedor não desanimou e acha que o local tem possibilidade de receber pelo menos dez vezes mais turistas que os atuais.

Domingo de trabalho

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Voluntários recolhem lixo na praia de Guaibim (Foto: Reprodução)

O mutirão começou no domingo (31) logo cedo, no amanhecer, e bem longe da praia. Antes das sete da manhã um ônibus especial já circulava pelo centro de Valença e pela orla do Rio Una em busca de voluntários para o trabalho. A reportagem do Valença Agora, na Praça da República, resolveu acompanhar os madrugadores no mesmo ônibus, no ritmo animado dos pequenos grupos que iam sendo recolhidos no caminho. Passamos pela orla, na praça da Lapa, e na praça do Jacaré, em frente à Secretaria de Meio Ambiente (Sema). Mais voluntários e respeitando o distanciamento, foram necessários mais ônibus e outros veículos de apoio para o transporte.

Na chegada ao Centro Comunitário de Guaibim, onde mais pessoas já aguardavam, foram distribuídas as camisetas, máscaras, luvas e sacos de lixo. Cada grupo ficou responsável por uma parte dos seis quilômetros de areia que separam Taquari de Guaibim, além da distribuição de saquinhos de lixo para motoristas.

Antes de meio dia, já não havia mais nada disponível. “Conseguimos de última hora mais 150 sacos de 100 litros cada, e ainda foi pouco para a quantidade de lixo plástico nas areias”, disse Borges. É importante lembrar que todo este material plástico será reciclável e revendido para as indústrias, agregando mais valor ao produto.

Segundo cálculos do novo administrador do distrito, Artur Faria Couto, o verão registra a maior quantidade de lixo do ano, com cerca de 160 a 170 toneladas recolhidas por mês. Mesmo com a pandemia, a virada de ano de 2020 para 2021 fez a prefeitura coletar 40 toneladas dos dias 01 a 04 de janeiro.

“A ideia central é a conscientização do próprio frequentador, em manter o local limpo, recolhendo ele próprio todo o lixo que sobrou da barraca”, frisou o secretário de Meio Ambiente do município. Para ele e para o prefeito Jairo Baptista, a primeira visão é a que mais marca o turista. Se for bem acolhido, em local agradável, o turista volta no verão seguinte. “É o nosso objetivo, mesmo com essa crise da pandemia”, disse o secretário.

MATÉRIA COMPLETA ESTARÁ DISPONÍVEL NA EDIÇÃO DO JVA DESTA SEMANA

 

 

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