Casa do Empresário de Valença reivindica abertura do comércio para manutenção dos empregos; já são 5.300 demissões Valença Agora 27 de maio de 2020 Baixo Sul, Notícias Situação da Covid-19 em Valença e a reabertura do comércio foram as pautas da reunião realizada na tarde desta terça-feira (26), pelo Comitê Comunitário que discute ações relativas à Covid-19 em Valença. O encontro realizado no auditório da Casa do Empresário de Valença contou com a presença de representantes das instituições que compõem o comitê, entre eles os dirigentes da Casa do Empresário; instituição que reúne ACE, CDL e SINCOMVAL; OAB-Valença, Prefeitura e Rotary Club. Paulo Martins, secretário de Indústria e Comércio, o advogado Adolfo e Maristela Vieira, procuradora geral . A Prefeitura de Valença foi representada pelo secretário de Indústria e Comércio, Paulo Martins, o advogado Adolfo e pela procuradora geral Maristela Vieira, que expôs as ações do último decreto publicado pelo município, de combate à proliferação da covid, além de atualizar o comitê sobre as ações propostas pelo Comitê Municipal, órgão que não conta com representantes de segmentos da sociedade civil organizada. Eduardo Dantas, presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas – CDL. O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas – CDL, Eduardo Dantas, salientou que o município não tem demonstrado planejamento nas ações em saúde. “O ‘remédio’ correto é termos uma estrutura aqui para saúde. Estávamos há 60 dias sem um termômetro para medir a temperatura das pessoas na barreira sanitária, chegaram ontem, não temos os testes, respiradores, UTI’s. Não é informado o que é feito na saúde”, afirmou. “Enquanto isso, o comércio é fechado, mesmo provando que ele não causa aglomeração, e causando a demissão já de 5.300 funcionários, quase 25% de carteiras profissionais em Valença, e não vai parar por aí, quanto mais medidas restritivas tiver, maior o número de demissões. Luiz Menezes (Doriva), vice-presidente da CDL e Eduardo Dantas, Presidente da CDL. Segundo Eduardo, a Casa do Empresário pode somar com o município na conscientização da população e mais uma vez criticou os decretos municipais. “Queremos influenciar com razoabilidade o que já demonstramos sermos capazes, podemos fazer muita força com a conscientização municipal, nós precisamos entender que a nossa razoabilidade e os nossos argumentos estejam chegando antes das decisões de decretos. O que leva ao decreto? É uma pressão governamental, satisfação à população, à imprensa? Nós ainda não entendemos”, questionou. A gerente executiva da Casa do Empresário, Camila Reis questionou ao poder público quais ações que tem sido realizadas em prol da economia e quais os critérios considerados para construção dos decretos que tornam o funcionamento do comércio extremamente restritivo e da medida do toque de recolher. “São essas questões que a gente precisa saber, o que vai ser feito pela economia, o que está sendo feito pela economia da cidade”, frisou Camila. A Casa do Empresário considera as ações de combate à covid, especialmente o fechamento do comércio, exageradas para o cenário da covid no município. “A dosagem do ‘remédio’ tem sido superior ao que de fato a gente precisa e a gente sabe que essa dosagem em excesso vira veneno”, afirmou a gerente da instituição. “A gente trouxe alguns dados comparativos para mostrar como está a situação de Valença em relação à Bahia e ao Brasil, que as medidas tomadas em relação a outras cidades que tem maiores números de casos não pode ser em hipótese nenhuma o mesmo remédio para Valença. Temos argumentos que queríamos que chegasse na Prefeitura, são dados técnicos, provas de que o comércio não aglomera, que as empresas estão seguindo os protocolos de segurança, fazendo inclusive além do que está no decreto, o comércio está colaborando sim, e se não tivermos uma voz firma e ativa dentro do comitê municipal, infelizmente vamos estar tomando um remédio errado”, enfatizou Camila. A gerente pediu transparência e divulgação nas decisões do município. “A decisão tem que ser firme e compartilhada com todos, esta semana nós não sabíamos dizer se podia abrir supermercado ou não. Se a gente não tem repostas céleres e efetivas em relação a isso, o governo perde a credibilidade, perde quando faz um decreto que não está de acordo com a realidade, fica um governo desacreditado, as pessoas não obedecem como deveriam obedecer, isso tudo acaba sendo uma grande preocupação”, afirmou. Eduardo Dantas solicitou a participação do secretário municipal de Indústria e Comércio, Paulo Martins, como representação dos anseios da classe. “Paulo precisa ter uma representação econômica, mas também social, porque o desemprego gera insegurança, a saúde não é um problema para a economia, mas a economia leva problema para a saúde. É preciso defender os nossos empregos”, destacou. A procuradora do município esclareceu que o comitê municipal, é de caráter epidemiológico, por isso não tem representantes de outros segmentos da sociedade. Camila Reis defendeu a participação do empresariado. “A gente acredita no Comitê e tratamos isso com muita responsabilidade, o que a gente tem questionado é que precisamos de representante. Essa discussão é rica, temos dados técnicos e precisamos de representatividade lá dentro, a gente acredita que Paulo pode agregar imensamente”, afirmou. A gerente da Casa do Empresário também questionou a Prefeitura sobre planejamento. “Quando a gente pensou neste comitê, pensamos em algo que pensasse o futuro, além de ficar só nas lamentações e reclamações. A gente quer saber quais são os próximos passos. É preciso pensar nesse cenário daqui uma semana, um mês, e seis meses. Como está previsto os próximos decretos? O que estão pensando?”, quis saber. “Nós provamos que não existe aglomeração no comércio, nós solicitamos uma fiscalização nos nossos estabelecimentos e sugerimos de onde vai sair essa fiscalização. Trouxemos dados que são elementos fortes e pleiteamos abrir o comércio porque esse número de desempregados pode crescer muito e as consequências serão muitas”, alertou Eduardo. Antônio Jorge. presidente da ACE. O presidente da Associação Comercial e Empresarial – ACE, Antônio Jorge, sinalizou a expectativa com a reunião. “Sempre ficamos na expectativa de avanços, tem que existir o equilíbrio das ações e tem que haver um consenso de todas as partes, porque apenas o viés saúde é insuficiente para definir as ações, precisamos ter o viés social e o viés econômico como aliados à saúde”, afirmou. José Carlos Gonzales, representante do Rotary Club de Valença. José Carlos Gonzales, representante do Rotary Club comentou sobre a pouca representatividade de membros do comitê municipal. “Só vieram três pessoas do comitê, esperávamos a presença da secretária de saúde, o prefeito, mas a esperança é que essas três pessoas presentes aqui levem as nossas colocações”, disse. Maristela Vieira, procuradora do município. A procuradora do município, Maristela Vieira, ressaltou a importância da reunião com os setores da sociedade. “O Conselho Comunitário nos permite trazer essa realidade econômica, realidade da empregabilidade, e os argumentos que trazem aqui são frutos de pesquisa, nós aprendemos muito aqui. Os dados apresentados, percentuais em relação à Bahia e, em relação ao Brasil, às nossas empresas da cidade, isso nos dá uma visão dessa complexidade que é um município. Dentro dessa visão, a gente consegue filtrar o que está acontecendo de emergencial, de pontual, e o que pode esperar, diante disso a gente leva para o comitê técnico que tem a visão epidemiológica da cidade para que a gente possa harmonizar esses dois aspectos da nossa vida comunitária, social e ao mesmo tempo de saúde e econômica”, pontuou. Alcides Bulhões, presidente da OAB-Valença. O presidente da OAB-Valença, avaliou a ação do comitê comunitário. “Esse comitê é muito importante enquanto órgão consultivo porque traz a representatividade de toda a sociedade para que as decisões do comitê principal venham arraigadas de motivação e em consonância com aquilo que a sociedade busca, então a gente tem que continuar sempre dialogando e buscando inovações. Esse é o momento de reflexão, onde tem representatividade de todos os órgãos para que o município também possa ter essas decisões o mais justas possíveis”, considerou. Paulo Martins, secretário de Indústria e Comércio, também avalia como positiva a ação do comitê. “Eu acho muito importante esse comitê, porque o comitê do governo foca na saúde, que eu sei que está em primeiro o lugar, mas o comitê tem que abranger outras áreas também, social, econômica, porque o município sem ter a participação da economia vai acabar falindo e se isso acontecer, vem o desemprego, a fome a violência, então todas as áreas precisam ser avaliadas”, destacou. O comitê comunitário volta a se reunir na próxima terça-feira, 2 de junho, às 11 horas, no mesmo local. . Fonte/Fotos: Jornal Valença Agora Deixe uma resposta Cancelar resposta Seu endereço de email não será publicado.ComentarNome* Email* Website