Cultivo da pupunha como alternativa de desenvolvimento econômico para o Baixo Sul Jornal Valença Agora 12 de maio de 2023 Você Agora Entrevista com Aloísio Júnior, coordenador de Programas do Senar Da matéria-prima que se transforma no alimento palmito à fonte de energia que produz biodiesel, a pupunheira vem sendo revitalizada na região através da parceria entre Senar, Sindicato de Produtores Rurais de Ituberá e as cooperativas Coopafbasul e Coopalm O Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural) em parceria com o Sindicato Rural de Ituberá e as cooperativas Coopafbasul e Coopalm, está implementando na região o programa A-TeG Pupunha, que visa oferecer assistência técnica e gerencial nas propriedades com o plantio da palmeira, que tem demonstrado rentabilidade atrativa para os produtores, e conta, inclusive, com indústrias de beneficiamento instaladas na região. Neste Você Agora, trazemos uma entrevista com o coordenador de Programas do Senar nas regiões Sul, Baixo Sul e Recôncavo baiano, Aloísio Júnior. Aloísio destaca a atuação do Senar, o cenário da pupunha na região e perspectivas de desenvolvimento da cadeia, além de traçar sua visão acerca da importância do trabalho desenvolvido por entidades rurais na região. Confira! JVA - Em que consiste essa A-TeG pupunha Aloísio? Coordenador Aloísio - O Senar tem um trabalho muito firme com assistência técnica e gerencial, que é justamente o que significa essa sigla A-TeG. Nós atendemos hoje mais de 30 mil produtores no estado, em diversas cadeias, pupunha é uma delas, a gente trabalha com banana, cacau, bovinocultura de leite, enfim, diversas cadeias onde o Senar implementa uma metodologia de gestão nas propriedades para junto com a parte técnica gerar mais renda para o produtor, mais produtividade e melhorar a vida desse produtor atendido. JVA – Sua coordenação atende aqui a região do Sul, Baixo Sul e Recôncavo. Qual a realidade produtiva da pupunha nessas três regiões? Coordenador Aloísio - Nós temos uma presença forte da cultura da pupunha aqui no Baixo Sul, temos inclusive indústrias que processam esse produto instaladas aqui, em Santo Antônio de Jesus também falando de recôncavo, mas a presença da pupunha no Recôncavo é praticamente inexistente, aqui no Baixo Sul, no Sul do estado na região de Uruçuca também, no Extremo Sul, mas estamos com essas turmas aqui no Baixo Sul, são 15 turmas, praticamente 450 produtores sendo atendidos mensalmente com visitas de 4 horas, são visitas mensais, esses técnicos tem o acompanhamento, o apoio do supervisor, que é o Rafael Ferraz, onde ele garante que essa metodologia seja implementada nessas propriedades, ele dá esse suporte técnico aos técnicos e também dá o suporte gerencial. Esses técnicos passam por capacitações, ele não vão para as propriedades de forma aleatória, eles aprendem sobre a metodologia do Senar, são instruídos, são capacitados acerca da metodologia do Senar, principalmente a metodologia de gestão das propriedades e vão à campo para implementar essa metodologia nas propriedades, metodologia de levantamento de custo de produção, de análise de custo de produção, toda a parte gerencial agregado a parte técnica também obviamente, mas aí o supervisor tem essa função de dar esse suporte técnico e dar o suporte gerencial também, garantir que a parte gerencial seja implementada também nas propriedades, então esses técnicos visitam mensalmente esses produtores, são visitas de 4 horas registradas em QR CODE, check-in, check-out, que é a entrada e a saída na propriedade, então é um processo criterioso que visa melhorar a produtividade e a renda do produtor. JVA - A sociedade organizada ela vem cada vez mais tendo uma atuação extremamente significativa no desenvolvimento social. Aqui em Ituberá aconteceu a ação da Coopafbasul junto a Coopalm, provocação no Senar e a elaboração do projeto através do Sindicato e aqui vem com o objetivo de fortalecer a cadeia da pupunha. Como você analisa essa atuação cada vez mais eficiente desses setores para o desenvolvimento regional? Coordenador Aloísio – O Senar é um agente de agregação, um agente de organização social também, juntamente com o Sindicato de Produtor rural, juntamente com as cooperativas, as associações, que tem um papel fundamental, e é realmente o caminho, o produtor isolado sozinho, ele não tem muito a ganhar com isso, então o produtor unido, o produtor associado, o produtor cooperado, ele ganha força, ganha força seja na negociação de compra, de venda, enfim, e o Senar chega para complementar o que já se faz nas associações, nas cooperativas, agindo também como um fomentador dessa organização social através dos seus cursos de FPR, formando grupo de produtores, essa A-TeG é trabalhada em grupos, são grupos de 30 produtores, em cada turma, atendido por cada técnico, então o Senar vem procurando fomentar todo esse trabalho nessa linha, na linha da organização social, na linha do cooperativismo, do associativismo, da cooperação, independente desses produtores estarem vinculados a uma cooperativa, mas enfim, que esses produtores estejam cooperando uns com os outros, se unindo para poder desenvolver a cadeia, seja do município ou no Estado. JVA – Como você avalia o trabalho da Coopafbasul e do Sindicato nesse Baixo Sul atuando em várias cadeias produtivas e com as famílias extremamente atuantes, agregado a esse sistema? Coordenador Aloísio – A Coopafbasul hoje é um exemplo, é espelho para outras regiões, até para a nossa região aqui, porque o produtor muitas vezes é resistente a mudança, tem muito produtor que ainda não enxerga o benefício que pode trazer o cooperativismo, o associativismo, então a Coopafbasul é um exemplo. Gileno vem tocando a algum tempo, fazendo um trabalho excelente, um trabalho que a gente percebe que é bem fundamentado, que gera essa credibilidade a essa cooperativa. Hoje a cooperativa tem nome, a gente percebe isso aonde a gente chega e por isso que o Senar está com essa forte parceria com a Coopafbasul, porque a gente sente credibilidade, a gente sabe que a gente pode contar com a cooperativa e vice-versa. A gente está aqui também à disposição para trabalharmos juntos pelo produtor. JVA - Qual mensagem você deixa para o Baixo Sul, que no Baixo Sul índice pluviométrico é tanto quanto na Amazônia, a terra aqui é boa, tem boa luminosidade, plantando tudo dá, temos uma diversificação fantástica, mas ainda é uma região pobre. O que ainda falta no seu olhar, um olhar mais crítico, técnico? Coordenador Aloísio – Creio que a mudança comportamental do produtor. O produtor deve se abrir às mudanças, se abrir ao trabalho da assistência técnica quando ela é feita de forma séria obviamente, então a mudança comportamental, a mudança cultural do produtor, encarar o seu negócio como uma empresa rural, deixar de pensar muitas vezes como semi-extrativismo ou extrativismo, pensar em profissionalizar o seu negócio, se profissionalizar, e o Senar oferece os cursos de FPR, que são os cursos de formação profissional rural para justamente profissionalizar essa mão-de-obra; oferece assistência técnica para gente difundir tecnologia dentro das propriedades, e o produtor basta ter o olhar atento a essas questões que o Senar está pronto para agregar e ajudar esses produtores a alavancarem os seus negócios. JVA - Qual a expectativa que o Senar tem através dessa cadeia produtiva da pupunha daqui a 1 ano? Coordenador Aloísio – A pupunha vem se revelando nos últimos números como uma cadeia bastante rentável. Nós implementamos a assistência técnica a cerca de seis meses e obviamente, quando a assistência técnica é implementada a gente tem geralmente uma elevação de custo de produção porque o produtor passa a adubar, a manejar sua roça, então esse custo operacional se eleva inicialmente, mas os resultados vem depois com o aumento de produtividade, aumento de rendimento de hastes e é certo, a gente já faz projeções aqui através dos nossos números, de um aumento significativo de produtividade e de renda também para os produtores, então, sem dúvidas é um negócio rentável. O produtor que já produz, o produtor que pretendem entrar na atividade da pupunha pode ter essa certeza de que, se trabalhando conforme a orientação técnica, ele consegue sim um lucro e uma lucratividade nessa atividade. Esses produtores atendidos vão estar num estágio bem melhor do que eles estavam ao iniciarmos os atendimentos. Nos mensuramos inclusive através de números, nós fazemos um diagnóstico inicial para identificar qual era a situação atual desse produtor e após um ano, após ser feito um planejamento para essa área, após serem feitas todas as intervenções técnicas e gerenciais, a gente faz uma nova análise para identificar os avanços que foram obtidos nessa área, e, no ano seguinte, ou seja, após dois anos, a gente faz outro levantamento bastante apurado desses números para a gente ter uma real noção do quanto esse produtor avançou, e aí nós já projetamos que teremos avanços bastante significativos. JVA - Aloísio, suas considerações finais. Coordenador Aloísio - Deixo um abraço a todos os produtores do Baixo Sul, independente da cadeia que ele trabalha, seja cacau, seja banana, seja pupunha. O Senar, inclusive está atuando fortemente em todas essas cadeias, nós temos diversos ótimos exemplos, seja aqui na região de Taperoá, Ituberá, seja na região de Presidente Tancredo Neves, Gandu, com turmas bem engajadas, com produtores alcançando produtividades excelentes e melhorando sua rentabilidade. Então, gostaria de ressaltar que o Senar está na região, vai continuar na região atuando fortemente. Para se ter um trabalho do Senar basta procurar o Sindicato do Produtor Rural do seu município ou do município vizinho, no caso nós temos aqui o Sindicato do Produtor Rural de Ituberá bastante atuante e também o Sindicato do Produtor Rural de Camamu, aqui na região costeira, e um pouco mais distante o Sindicato de Gandu também bastante atuante. Já no recôncavo o Sindicato de Nazaré, se tratando aqui das proximidades, são os Sindicatos que atuam, e o produtor pode procurar mais informações nesses pontos, que são os pontos de apoio do Senar nessas regiões. Parabenizo a Coopafbasul, a Coopalm por fomentar esse tipo de ação de desenvolvimento das cadeias produtivas da região, enfim, o desenvolvimento social porque quando o produtor ganha, quando ele desenvolve bem a sua atividade em campo todos ganham, o ganho é social, seja do meio rural ou do meio urbano, todos saem ganhado. Deixe uma resposta Cancelar resposta Seu endereço de email não será publicado.ComentarNome* Email* Website