Devotos reverenciam a Rainha dos Mares na Praia de Guaibim Valença Agora 3 de fevereiro de 2017 Baixo Sul, Notícias Terreiros de Valença participaram nesta quinta-feira das homenagens à Iemanjá, orixá mais popular do Brasil Os primeiros terreiros de candomblé começaram a chegar à Praia de Guaibim por volta das 8 horas da manhã para homenagear a orixá Iemanjá, Rainha das águas. A concentração foi em frente à escola municipal Aloísio Evangelista da Fonseca, na Rua do Tamarineiro, de onde saiu o cortejo que este ano, contou com a participação de 14 terreiros e cinco grupos culturais, entre eles grupos de capoeira, samba de roda e percussão. Simpatizantes e turistas acompanharam a celebração. Dona Marinalva do Nascimento, responsável pelo Grupo de Roda de Samba “Vem pra Sambar”, do Pitanga, em Valença disse estar feliz em participar da festa de Iemanjá. “A roda de samba era dos meus avós e hoje eu e minha irmã trabalhamos para resgatar e não deixar morrer essa tradição, e, participar de eventos como este é importante para o grupo permanecer ativo”, observou Marinalva, agradecendo a oportunidade. Roda de Samba Vem pra Sambar, do Pitanga Percussão com o grupo Afro Raggae Nativo A Prefeitura de Valença, por meio da Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer deu todo o apoio necessário para a realização da festa, e também prestigiou o evento ao lado do povo de santo. O prefeito Ricardo Moura participou do cortejo e da entrega das oferendas, acompanhado da primeira-dama Margarete Portugal Moura; do vice-prefeito Humberto Malheiros; do chefe de gabinete, Manoel de Jesus Góes; da secretária de Cultura, Janete Vomeri e comitiva. O prefeito Ricardo Moura e a primeira-dama Margarete Portugal participaram do ritual carregando o balaaio de presentes Em entrevista ao Valença Agora, o prefeito Ricardo Moura, afirmou que já participa das homenagens a Iemanjá desde 1992. “Eu sempre participei muito ativamente dessa comemoração e agora como gestor não poderia me furtar de colaborar e de estar presente aqui hoje. Essa festa faz parte da nossa história, e das que eu presenciei, em termos de participação popular e dos terreiros, talvez essa tenha sido a maior. Estou muito feliz em participar de uma festa onde a presença do povo é importante e que é o povo que está fazendo a festa”, frisou o prefeito. Prefeito Ricardo Moura participou de todas as ações da festa Para o chefe de gabinete, Manoel Góes, a festa de Iemanjá é uma marca da cultura valenciana. “Eu vejo essa festa com muita inspiração para que no próximo dia 2 de fevereiro ela seja ainda melhor”, afirmou. A secretária Janete Vomeri evidenciou a sensibilidade do prefeito Ricardo Moura “em apoiar 100% a festa”, e também agradeceu o apoio das barracas de praia do Guaibim que patrocinaram as camisas da festa. Manoel de Góes, chefe de Gabinete com devoto de Iemanjá Celebração reuniu devotos, simpatizantes e moradores Historiadora Rebeca Vivas Conversamos com a historiadora Rebeca Vivas sobre a importância da manutenção das tradições religiosas dos povos de matrizes africanas. Rebeca destacou dois pontos importantes sobre o evento: “Por um lado temos uma preservação necessária de uma memória coletiva construída em torno de uma religiosidade importante pra fundação da nossa cultura. Nesse sentido como reforço da memória coletiva, como expressão e publicização de uma expressão religiosa que ainda sofre preconceito, que ainda sofre racismo e todo tipo de negação e intolerância eu acho muito importante. Por outro lado, quando essas festas são promovidas pelo poder público, é importante prestar atenção ao fundamento, é importante garantir o protagonismo das lideranças religiosas para que a festa não perca o seu significado espiritual, porque muitas vezes, a mistura entre a cultura e uma concepção folclorizada acaba deturpando um pouco do sentido, e a gente tem que ser muito generoso pra reconhecer que o 2 de fevereiro é um dos únicos dias do ano em que a população de matriz africana pode ser vista e respeitada no seu lugar verdadeiro, sem ter que se esconder porque a sociedade não tolera o seu culto”, ressaltou Rebeca. O líder religioso Pai Nelson do terreiro de Tumba Junsara Neto, do Orobó, em Valença, disse que seu sentimento é de alegria e agradecimento. “Iemanjá é mãe, tem tolerado nossas ignorâncias e rebeldias, e mãe nunca abandona seus filhos, ela merece todos os nossos elogios, nosso carinho, nosso amor, e a nossa dedicação todos os dias, que ela não seja reconhecida só no dia 2 de fevereiro, mas que seja reconhecida todos os dias dentro das nossas casas e do nosso axé”, destacou. Pai Nelson e Célia Praesent Com flores amarelas nas mãos para ofertar a Iemanjá, a norte-americana Christina Thompson, moradora do Guaibim há três anos, demonstrou muita simpatia pela celebração. “É um momento muito legal, juntam as religiões sem briga, sem guerras, sem violência e todos celebram sem problema, é lindo demais”, elogiou. O casal Gary Williams e Christina Thompson prestigiando as homenagens a Iemanjá Dilza Moraes Santos, do terreiro Ilê Axé Odé Arroxe é uma entre várias mulheres que capricharam da indumentária para participar da homenagem a Iemanjá. O motivo ela mesmo explica: “Minha mãe Iemanjá é merecedora, temos que ficar bonita pra essa festa, além de ser de ano em ano, além do mais temos que agradecer primeiramente a Deus e a ela por nos dar a oportunidade de mais um ano poder vir louvá-la”. A devota Dilza caprichou no visual para homenagear Iemanjá Após o cortejo que percorreu um curto trajeto na Avenida Beira-Mar, os fiéis depositaram suas oferendas nos vários balaios preparados pela prefeitura, que logo seguiram para alto mar levando pedidos e presentes. Dentre as diversas oferendas para a bela e vaidosa deusa, encontram-se flores, bijuterias, vidros de perfumes, sabonetes, espelhos e comidas. Cortejo percorreu a Avenida Beira-Mar Presentes são levados para alto mar Pescadores e moradores levam as oferendas a alto mar [Show thumbnails] Fotos: Jornal Valença Agora. Deixe uma resposta Cancelar resposta Seu endereço de email não será publicado.ComentarNome* Email* Website