A Rede Pólis, núcleo do Centro de Assistência e Desenvolvimento Integral – CADI Valença, realizou nesta terça-feira (16), o I Seminário de Segurança Pública para discutir a segurança no bairro da Bolívia, o mais populoso do município de Valença. A ideia do seminário surgiu após os jovens da Rede Pólis realizarem uma pesquisa das demandas sociais com moradores do bairro e ter a segurança pública citada por 61,2% dos entrevistados. O CADI convidou comunidade e representantes das instituições de segurança para a discussão.

Comunidade da Bolívia participou do seminário

Comunidade da Bolívia participou do seminário

A mesa foi formada pelo advogado da OAB subseção Valença José Elísio, membro do Conselho Comunitário de Segurança; pelo capitão PM Santos e pelo soldado PM Lago, representantes da 33ª CIPM; e pela técnica de referência do CRAS da Bolívia, Luciene Salomão.

Autoridades convidadas participaram da mesa

Autoridades convidadas participaram da mesa

A facilitadora da Rede Pólis, Carisa Almeida, afirmou que o tema da segurança pública continuará sendo ressaltado para provocar mudanças. “No sábado fizemos uma intervenção nas ruas, levamos placas de protestos, colocamos cruzes na Praça da República representando as mortes que acontecem no bairro da Bolívia e que a cidade nem tem conhecimento. A gente vai continuar protestando contar esses homicídios, contra essa violência que existe em nosso bairro e que afeta diretamente a vida dos nossos jovens, porque eles ficam cerceados do direito de ir e vir, de frequentar uma escola melhor e tudo isso é fonte dos nossos protestos, a gente quer melhoria para que a juventude consiga sobreviver a essas realidades”, destacou em entrevista para o Valença Agora.

Jarildo Bonfim, presidente do CADI Valença

Jarildo Bonfim, presidente do CADI Valença

O presidente do CADI, Jarildo Bonfim, também se pronunciou. “Nosso sonho é ver a periferia com bons colégios, escolas profissionalizantes, hospitais, mais é uma realidade muito longeva, infelizmente. Eu sei que a única coisa que pode mudar a realidade de todos nós é a educação, mas a gente vê difícil acontecer porque existem outras prioridades no meio dos nossos governantes. A polícia tem feito sim o seu papel, nós não estamos aqui para defender nenhum lado, pois o papel do CADI não é defender a polícia, nem o bandido, o papel do CADI é o olhar de Cristo, favorecer as pessoas menos favorecidas, nós estamos aqui para ajudar as crianças, jovens e adolescentes, esse é o papel do CADI. O conselho que sempre dou aso jovens é que nunca deixem alguém destruir seus sonhos, não deixem ninguém dizer que vocês não vai conseguir”, frisou.

O capitão PM Santos, considerou o debate de suma importância. “É bastante importante essa interação fomentada pela Rede Pólis, para que a comunidade crie uma maior intimidade com os órgãos públicos e tenham mais esclarecimentos sobre as ações da Polícia Militar aqui no bairro da Bolívia. Nós estamos aqui para servir a população”, ressaltou.

O conselheiro comunitário de segurança pública, advogado José Elísio, ressaltou a importância do seminário. “A segurança pública não é feita somente pelas forças de segurança e sim pela própria comunidade como agente principal. O artigo 144 da Constituição Federal diz que a segurança pública é dever do Estado, mas é um direito e responsabilidade de todos, então é muito importante esse encontro com a comunidade para que ela possa expressar os seus anseios, demonstrar as formas que a segurança pública deve ser feita porque ninguém melhor do que a própria comunidade para poder saber o que ela necessita para se sentir segura”, pontuou.

Luciene Salomão, técnica de referência do CRAS da Bolívia, considerou a iniciativa do seminário muito proveitosa. “A gente percebe que essa temática foi muito importante de ser abordada porque estamos num contexto de violência muito grande e complexo aqui no bairro, então a gente sente realmente a necessidade de debater sobre a segurança pública, que é um política que está interligada com as políticas de educação, saúde, assistência social, então foi muito importante “, opinou.

Para o soldado PM Lago, da 33ª CIPM, o seminário é uma forma de aproximar a PM da comunidade e desconstruir o senso comum de que a polícia é perseguidora dos negros e periféricos. “A Polícia Militar da Bahia é a policial que tem o maior contingente policiais negros e a que se morre mais policiais negros, são dados que não podem ser ignorados. Quanto ao discurso de que a maioria das abordagens da polícia são a negros, tenha certeza de que na academia e nos cursos de formações, nenhum policial recebe orientação desse tipo. Isso não é um padrão, se tornou um senso comum, abordamos por características ou atitudes, a gente traz esse fato para tentar desconstruir esse pensamento”, afirmou.

“Ações como esse seminário só contribuem para melhoria do nosso sistema de segurança, pois a comunidade também é parte importante e a partir do momento que o CADI traz a comunidade e insere ela nesse debate, ele já está dando uma contribuição muito grande para melhoria da segurança pública aqui do bairro”, concluiu SD Lago.

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Fotos/Fonte: Jornal Valença Agora

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