JANELAS ABERTAS GREGÓRIO JOSÉ

Hoje vamos abordar uma pesquisa realizada em comunidades carentes de São Paulo e Rio de Janeiro, que revela o impacto das iniciativas de prevenção a doenças transmitidas por mosquitos. A pesquisa, encomendada pela SBP em parceria com a Central Única das Favelas (CUFA), faz parte da campanha “Juntos Contra o Mosquito”, que vem atuando em locais como Heliópolis, Paraisópolis, Parque Santo Antônio e Rocinha.

Foram realizadas 836 entrevistas com moradores acima de 18 anos para mensurar o efeito da campanha e os principais desafios e oportunidades para a continuidade do trabalho. Desde o início do verão, o programa realizou mutirões de limpeza, ações culturais e distribuição de produtos nas quatro favelas, além de comunicação sobre prevenção em mídia local, como panfletos e rádio comunitária. Uma pesquisa revelou que 95% dos moradores foram impactados de alguma forma por essas ações.

Quando questionados sobre preocupações gerais, 48% demonstraram a urgência na melhoria em pontos que impactam diretamente na abordagem de doenças, como saneamento básico (32%) e coleta de lixo (16%), à frente de questões como segurança (14%) e transporte (11%).

94% dos moradores concordam que doenças causadas por mosquitos podem trazer consequências graves para sua saúde e de suas famílias. Depois das ações do SBP, 93% passaram a perceber a importância da prevenção contra os mosquitos nas comunidades. Eles também declararam achar essencial a atuação da iniciativa privada nesse combate (90%).

A distribuição de inseticidas e repelentes foi a ação que mais agradou os moradores, com 90% das menções, mas a distribuição de folhetos de conscientização foi a mais lembrada, mencionada por 91% dos entrevistados. 40% destes já compartilham essas informações e 54% ainda pretendem fazê-lo.

Uma pesquisa também revelou que 90% dos moradores se sentiram motivados pela campanha a adotar medidas contra o transmissor de mosquitos. 85% disseram que não deixam mais garrafas vazias abertas ao ar livre, 82% cooperam com agentes de saúde para promover a conscientização e 81% não deixam mais pneus ao ar livre.

Além de medidas de prevenção e de consciência coletiva, o uso de repelente também passou a ser adotado por 81% dos moradores. 90% disseram que, se pudessem, usariam repelente todos os dias para evitar doenças. Para 99%, a distribuição gratuita de inseticidas ajudaria nessa prevenção.

Entre os diversos temas envolvidos com os entrevistados, aqueles relacionados aos sintomas e cuidados com o diagnóstico foram os destacados por 63% como primordiais a serem divulgados em campanhas. Em segundo lugar, aparece o papel da própria comunidade no combate ao mosquito, com 53% de menções.

Os resultados deixaram os pesquisadores satisfeitos e motivados para continuar com esse trabalho de combate ao Aedes aegypti e doenças causadas por mosquitos, principalmente no momento de epidemia em que estamos vivendo. A luta contra a dengue é e tem que ser coletiva, e saber que conseguimos engajar tantas pessoas nas comunidades em que atuamos é nossa maior validação.

 

 

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