O Petronotícias abre espaço para uma homenagem especial ao empresário e engenheiro Renato Abreu, fundador do Grupo MPE, um dos maiores grupos de engenharia e agronegócio do país. Ele morreu na última quarta-feira (30) no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, onde foi internado na sexta-feira (24) para dar continuidade a um tratamento de uma grave enfermidade na coluna cervical. Renato estava com 76 anos e deixa a esposa, Lourdinha Abreu Maia, a filha Cristiane Abreu, e um casal de netos, Ana Paula e Renato Massa. Amanhã (1º), haverá uma missa em sua memória, às dez horas, na Paróquia São Judas Tadeu e o sepultamento será às 12:45 h, no Cemitério Parque da Colina, em Niterói.

Natural de São Fidélis, no norte fluminense, onde passou a infância e adolescência até se mudar para residir na Casa de Estudantes da Universidade Federal do Rio defazenda camarão Janeiro, formou-se engenheiro e foi trabalhar na General Eletric do Brasil. Com sua habilidade e talento, cresceu dentro da empresa a ponto de liderar o grupo ao lado de seu grande amigo, Mário Aurélio da Cunha Pinto, e de outros engenheiros, para comprar o departamento de engenharia da GE. Juntos, transformaram a empresa num grande conglomerado, com ramificações na agricultura, pecuária bovina, suína, na criação de camarões, tilápias, soja, milho, algodão, frutas, açúcar e álcool, além da indústria pesada e da engenharia de montagens especiais. Renato nunca superou a ausência de seu amigo Mário Aurélio. Curiosamente, ele será sepultado na mesma data em que seu amigo morreu, em 2010.

pecuariaRenato Abreu era um mecenas, apreciador e investidor na cultura brasileira, criando e patrocinando shows, peças de teatro, produção de livros históricos, sempre promovendo o Brasil. Uma de suas criações, a coleção das melhores músicas brasileiras do século XX, escolhidas pela especialista Ricardo Cravo Albim, transformou-se em um presente do Itamaraty para delegações estrangeiras. Era um amante também de sua terra natal, onde tem duas fazendas de cana, frutas e pecuária. Na vizinha cidade de Campos dos Goitacazes, tinha duas usinas de açúcar e álcool.

Desde menino, Renato Abreu sempre foi ligado à Igreja Católica e um profundo conhecedor da Bíblia Sagrada. Devoto de Nossa Senhora, construiu uma igreja em cada uma de suas propriedades.  Também financiou a construção da única réplica perfeita da capela do Santuário de Fátima de Portugal, construída no Recreio dos Bandeirantes do Rio de Janeiro (foto à direita). Renato também  era o Provedor da Irmandade Imperial do Outeiro da Glória, no Rio de Janeiro.  Recentemente, ainda convalescendo, comemorou 50 anos de casamento com Lourdinha Abreu, realizando uma missa em sua própria casa, e recebeu uma mensagem manuscrita do Papa Francisco, abençoando o casal e desejando pronto restabelecimento.

santuarioPor suas ações, sempre foi homenageado em várias cidades recebendo a honraria de ser um cidadão honorário em cada uma delas. Para São Fidélis, Renato fez mais. Em homenagem aos seus pais, fundou o IRLA – Instituto Rena e Lídia Abreu – e através dele, auxilia as crianças e adolescentes da cidade, formando escolinhas de futebol, dando cunho profissional em todas as ações. Para o Distrito de Pureza, uma atenção especial: um centro de treinamento profissional, um campo de futebol com toda estrutura de um mini-estádio, um centro médico com ambulância e um consultório dentário. Tudo com acesso gratuito para os moradores do distrito e para os meninos e meninas que participam das atividades esportivas do IRLA. Deixou também plantado uma das mais modernas vinícolas do país (foto à esquerda), usando as uvas cabernet frank e Shiraz, produzidas na Serra Bela Joana, em São Fidélis.

vinicolaA visão cultural e o amor por sua região natal fez Renato Abreu negociar e comprar todo acervo do historiador musical Ricardo Cravo Albim, a mais completa coleção de todos os temas da música popular brasileira. Renato idealizou a construção de uma casa de shows moderníssima e um museu da MPB, do Instituto Cravo Albim, além de um outro museu contíguo homenageado a produção de cana do Brasil, dentro de uma antiga usina de produção de açúcar e álcool, que foi desativada. A usina foi construída no século XIX. Todo este projeto está em andamento e quase realizado, mas ainda não foi inaugurado.

Matéria: Petronotícias

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