O nome da doença é Lúpus. Você já ouviu falar dessa doença? Conhece alguém com Lúpus? O lúpus Eritematoso Sistêmico (LES), tipo mais comum, é uma doença inflamatória crônica e autoimune em que as células do sistema imunológico saem de controle e passam a atacar as estruturas saudáveis do próprio organismo da pessoa.

A característica mais marcante do lúpus é uma mancha avermelhada na face se expandindo do nariz até as maçãs do rosto. Para o médico francês Pierre Lazenave, que pesquisava a doença em 1851, o formato da mancha lembrava as que existem na face de alguns tipos de lobo. Por ter esse aspecto, chamou a doença de lupus (lobo em latim); por ser vermelha, acrescentou o termo eritematoso; por estar relacionada com inflamações no corpo todo, adicionou a palavra sistêmico. Assim, a doença ficou batizada como Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES).

A doença não tem cura e não é contagiosa, mas é perigosa para quem é vítima dela e pode levar a óbito. Segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia, embora os números não sejam precisos, estima-se que haja 65 mil pessoas com Lúpus no País, dentre as quais as mulheres somam a maioria, incluindo a apresentadora Astrid Fontenelle que foi diagnosticada em 2012. O lúpus pode ocorrer em pessoas de qualquer idade, raça e sexo, porém as mulheres são muito mais acometidas e ocorre principalmente entre 20 e 45 anos, sendo um pouco mais frequente em pessoas mestiças e nos afrodescendentes.

A apresentadora Astrid Fontenelle sentia dores lombares, inchaço e mal-estar . Foto: Divulgação.

Ainda não se sabe exatamente qual a causa da doença. Acredita-se que seu desenvolvimento esteja relacionado a fatores genéticos, hormonais e ambientais. Ou seja, pessoas com predisposição genética podem apresentar alterações imunológicas permanentes diante de fatores ambientais que variam desde irradiação solar a infecções virais. Os principais sintomas são: febre; cansaço e fadiga constantes; erupções cutâneas avermelhadas, que podem surgir no rosto em formato de borboleta, abrangendo a região que vai da bochecha dos dois lados da face à ponta do nariz; lesões cutâneas que pioram depois de tomar sol; dor nas articulações; falta de flexibilidade nos músculos; inchaço nos membros do corpo; dor no peito ao respirar fundo; dor de cabeça; linfonodos inchados; alta sensibilidade à luz solar; dificuldade para urinar; feridas na boca; e mal-estar.

lupus

Há dois tipos de Lúpus: cutâneo e sistêmico, o mais comum.

 

O diagnóstico é feito através do reconhecimento pelo médico de um ou mais dos sintomas acima. Ao mesmo tempo, como algumas alterações nos exames de sangue e urina são muito características, eles também são habitualmente utilizados para a definição final do diagnóstico. Exames comuns de sangue e urina são úteis não só para o diagnóstico da doença, mas também são muito importantes para definir se há atividade do LES. Embora não exista um exame que seja exclusivo do LES (100% específico), a presença do exame chamado FAN (fator ou anticorpo antinuclear), principalmente com títulos elevados, em uma pessoa com sinais e sintomas característicos de LES, permite o diagnóstico com muita certeza.

As pesquisas e o tratamento contra o lúpus evoluíram muito: a taxa de sobrevivência à doença evoluiu de 50% da década de 1950 para mais de 90%, em 2018 e, por vezes, o lúpus requer uma intensa interação entre equipes médicas de diferentes especialidades, como forma de ajudar o paciente ao máximo. Portanto, é preciso que se busque orientação médica sempre que notar algum dos sintomas descritos para que o diagnóstico e o tratamento sejam eficazes até chegar à remissão, visto que não há cura.

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