Reunião com representantes do poder público e sociedade civil organizada apresentou etapas para implantação do sistema de coleta seletiva na cidade

O grupo de trabalho da Prefeitura de Valença, formado pelas Secretarias de Meio Ambiente, Governo, Agricultura, Infraestrutura, Promoção Social, Planejamento e Administração, para conduzir o processo de implantação da coleta seletiva no município realizou na quinta-feira, 20 de outubro, no auditório da Casa do Empresário de Valença um encontro com representantes da sociedade civil organizada para dar início ao planejamento participativo da coleta seletiva no município. A iniciativa conta com a consultoria de representantes do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Fátima Abreu e Zé Roberto, presentes na reunião.

O objetivo da coleta seletiva no município é proporcionar melhores condições de trabalho aos catadores e recicladores da cidade, que vivenciam uma realidade precária no atual lixão do município, localizado no Orobó, e que por determinação do Ministério Público, foi encerrado. A exigência do MP veio após o deslizamento de parte do lixão no rio Pitanguinha ocasionado pelas fortes chuvas de dezembro de 2021. Um acordo de cooperação técnica entre a Prefeitura de Valença e o Ministério do Desenvolvimento Regional visa revitalizar todo o processo de resíduos sólidos no município.

Para tornar a coleta seletiva uma realidade em Valença, o grupo de trabalho tem o desafio de mobilizar a sociedade na implementação da cultura da separação dos resíduos, planejar a logística de recolhimentos dos materiais e local adequado para sua destinação, além de dar apoio, equipar e orientar os catadores e recicladores para que tenham condições dignas de trabalho.

Helton Brandão, vice-presidente da Câmara Municipal; Cláudio Queiroz, secretário de Governo e Marcelo Borges, secretário municipal de Meio Ambiente (Foto: Valença Agora)

O secretário de Meio Ambiente Marcelo Borges, que coordena o grupo de trabalho afirmou: “Esse nosso encontro é para implantação em nosso município da coleta seletiva, um anseio antigo e que a municipal tem esse compromisso de implementar nos próximos meses. Nesse momento é importante a gente ouvir a comunidade, as instituições para fazermos essa construção coletiva”.

Cláudio Queiroz, secretário de Governo falou sobre a parceria com o Ministério do Desenvolvimento Regional e o processo de implementação da coleta seletiva em Valença. “Nesse termo de cooperação técnica com o ministério nos foi ofertada a possibilidade de termos em Valença o BID, através dos consultores, e eles estão aqui trabalhando com a equipe do município, com as secretarias de forma multidisciplinar, com o SAAE, para elaborarmos um diagnóstico da situação atual dos resíduos sólidos em nosso município e é fundamental que nós tenhamos também o engajamento da sociedade civil organizada. A gestão quer que vocês se sintam partícipes, que vocês se apoderem dessa oportunidade de termos aqui esses consultores, que tem a experiência e a bagagem para nos guiar na construção desse diagnóstico que servirá para que o município possa ir buscar as condições para sair do atraso na condução do tratamento dos seus resíduos sólidos”, destacou.

Representando o Legislativo, o vice-presidente da Câmara Municipal, Helton Brandão, fez suas considerações sobre a iniciativa. “Temos uma responsabilidade muito grande. Valença acumula ao longo de décadas muitos problemas, mas esse sem dúvida alguma é um dos que mais nos incomoda enquanto comunidade, e temos que buscar sim as soluções. Para a Prefeitura sozinha resolver é muito mais difícil, por isso que estamos aqui, aquilo que se constrói à várias mãos se torna mais fácil de, de fato acontecer. Aquilo que for de responsabilidade da Câmara tenham certeza que nós estaremos fazendo e construindo”, garantiu Brandão.

Consultora Fátima Abreu (Foto: Valença Agora)

A consultora do BID, Fátima Abreu, pontuou que consideraram importante iniciar o planejamento da coleta seletiva já “com o envolvimento de outras entidades que possivelmente podem ser parceiras nesse projeto”, acrescentando que “é um trabalho muito difícil de ser feito só pela Prefeitura, é um trabalho que exige realmente a participação de muitas pessoas”.

Fátima explicou o que é o sistema de coleta seletiva e quais etapas precisam ser seguidas para implantá-lo. “A gente precisa da adesão da população, ela não precisa ser só informada porque só informar não garante que ela vá fazer o que precisa ser feito, então a gente tem um processo que a gente chama mobilização social”, ressaltou a consultora sobre uma das etapas.

“O processo envolve a mobilização, a logística, a adequada e pressupõe conhecer a situação, que é o que estamos fazendo, chegamos e vamos conhecer o município. Depois que a gente conhece a gente define as alternativas, o que é que dá para fazer, vamos planejar essas ações que vão precisar ser feitas, e depois executar e manter, a manutenção é para sempre, é um processo permanente”, enfatizou a consultora do BID.

Reunião aconteceu no auditório da Casa do Empresário de Valença (Foto: Valença Agora)

Presente na reunião representando o Conselho Municipal do Meio Ambiente, Luiz Vitor Marsala concluiu que “sem a participação da sociedade civil, o esforço da tecnologia vai ser muito maior, e, considerando ainda que se trata de uma situação emergencial, é preciso acelerar o trabalho e com a participação da sociedade civil de forma efetiva, será possível um andamento mais rápido da situação”.

Entre as instituições da sociedade civil organizada estava representada no encontro a Casa do Empresário de Valença com presidente da Associação Comercial e Empresarial - ACE Vidalto Oiticica. “Esse é um momento muito rico, e eu acredito que essa cultura de mudança de hábitos já está intrínseca pelo desejo da população valenciana. Eu a vejo como muito solícita em todas as ações voltadas à questão da colaboração, algumas empresas até já desenvolvem algumas ações de apoio aos catadores, então não vejo como grandes problemas e grandes dificuldades, o que a gente precisa realmente é começar a ‘startar’, mostrar para a sociedade que vai começar a acontecer isso de fato, e naturalmente todos vão se engajar. A Casa do Empresário participa de quase todos os Conselhos da cidade e estamos à disposição para qualquer apoio que for necessário", afirmou.

 

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