Dados foram divulgados nesta sexta-feira (15), pelo Lepreto. Fragmentos também foram encontrados em outras praias da Bahia, mas não têm relação com o óleo achado na praia da Barra.

Pesquisadores do Centro de Excelência em Geoquímica do Petróleo, Energia e Meio ambiente do Instituto de Geociências da Universidade Federal da Bahia (Lepreto) analisaram uma amostra do óleo encontrado na praia da Barra, em Salvador, na última terça-feira (12), e chegaram à conclusão de que o óleo tem correlação com o petróleo produzido no país de Kuwait.

O laudo técnico divulgado nesta sexta-feira (15), indica que, possivelmente, o descarte de água oleosa de tanques de algum navio petroleiro transitando no mar da Bahia, tenha sido a causa do aparecimento dos "tar balls" (bolas de óleo) na praia da Barra.

A análise realizada constatou que este óleo não é o mesmo de 2019, proveniente da Venezuela, e do óleo de 2022, originário do golfo do México.

Fragmentos de óleo também foram achados em pelo menos seis praias de Salvador no último domingo (10). O material estava nas faixas de areia das praias de Amaralina, Pituaçu, Ondina, Paciência, Corsário e Jardim de Alah.

Com relação ao caso de domingo, o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) já havia informado que as manchas ainda são resquícios do material que atingiu a costa brasileira e começaram a chegar na Bahia em outubro de 2019. Na ocasião, mais de 120 praias da região Nordeste foram atingidas e diversos animais foram afetados.

Oléo no litoral sul e baixo sul do estado

Fragmentos de óleo também foram encontrados nas praias do litoral de Ilhéus, cidade localizada no sul da Bahia, conforme informação divulgada nesta sexta-feira, pela prefeitura.

De acordo com a Secretaria de Saúde de Ilhéus , o material encontrado trata-se de contaminação ambiental por petróleo cru, sendo uma mistura constituída de agentes cancerígenos, nefrotóxicos, irritantes respiratórios e mutagênicos.

A prefeitura informou que a toxicidade varia de acordo com a sua composição e tempo de exposição.

Além de Ilhéus, manchas de óleo apareceram na quarta-feira (13), na praia de Guaibim, em Valença, no baixo sul da Bahia. Em vídeos feitos por banhistas, era possível ver diversos fragmentos, que pareciam pedras, na areia. No entanto, não há informações se esses fragmentos têm relação com o que foi achado em Ilhéus ou Salvador.

Após os fragmentos aparecerem em Valença, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Infraestrutura enviou uma equipe para fazer a limpeza da praia.

De acordo com o Centro de Excelência em Geoquímica do Petróleo, Energia e Meio ambiente do Instituto de Geociências da Universidade Federal da Bahia, amostras de óleo encontradas no litoral sul da Bahia também serão analisadas.

A Secretaria Municipal de Saúde publicou algumas recomendações para quem encontrar óleo nas praias da Bahia. Confira abaixo:

Recomendação de saúde

  • Evitar contato direto com a substância (petróleo cru), especialmente crianças e gestantes;
  • Seguir orientações dos órgãos de meio ambiente sobre atividades recreacionais e de pesca nas regiões afetadas;
  • Em caso de exposição ou aparecimento de sintomas, a pessoas deve buscar o atendimento médico em unidade de saúde mais próxima e/ou ligar para o CIATox-BA/CIAVE, através do 0800 284 4343 ou (71) 3103-4343.

Voluntários

Os voluntários devem seguir as orientações dos órgãos de Defesa Civil ou o Comando local de resposta ao desastre antes de realizar a ação de voluntariado.

  • Durante a limpeza recomenda-se evitar o contato direto com o óleo por meio do uso de: máscara semifacial filtrante (PFF2) para ambientes aberto e semifacial com filtro de proteção para vapores orgânicos em ambiente fechado; luvas de borracha resistente; óculos de ampla visão; botas ou galochas de plástico ou outro material impermeável;
  • Não é recomendada a participação de crianças e gestantes nos mutirões de limpeza;
  • Deve-se utilizar óleo de cozinha e outros produtos contendo glicerina ou lanolina para remoção da substância na pele e lavar com água e sabão;
  • Eventuais lesões de pele devem ser tratadas por serviços médicos especializados;
  • Nunca usar solventes (como querosene, gasolina, álcool, acetona, thinner) para remoção, esses produtos podem ser absorvidos e causar lesões na pele;
  • Em caso de exposição ou aparecimento de sintomas, a pessoas deve buscar o atendimento médico em unidade de saúde mais próxima e/ou ligar para o CIATox-BA/CIAVE, através do 0800 284 4343 ou (71) 3103-4343.

 Profissionais de saúde

Aos profissionais de saúde, recomenda-se atenção aos sinais e sintomas característicos de intoxicação aguda.

Os casos suspeitos e confirmados (em trabalhadores ou voluntários) de intoxicação exógena devem ser notificados na respectiva ficha do Sistema Nacional de Agravos de Notificação (Sinan).

Força-tarefa

O governo do estado anunciou nesta sexta-feira que intensificou os esforços para identificar a origem da contaminação do óleo. A ação acontece por intermédio da Secretaria do Meio Ambiente (Sema) e do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema).

Além disso, um gabinete de crise foi criado com a participação da Casa Civil, Defesa Civil, Meio Ambiente da Sema, do Inema, Ibama, Marinha do Brasil e Secretaria de Saúde.

O governo estadual aponta o aparecimento de manchas em cinco cidades baianas: Salvador, Cairu, Jaguaripe, Vera Cruz e Valença.

Uma equipe formada pelo secretário da Sema, Eduardo Mendonça Sodré Martins, e pelos diretores Eduardo Topázio e Antônio Martins Rocha sobrevoaram às praias dos municípios atingidos para avaliar a dimensão das manchas de óleo.

De acordo com Mendonça, ainda não é possível mensurar a extensão dos fragmentos, mas a princípio, ele informa que são manchas na zona costeira. O secretário ainda disse que já foi feita a coleta do material na praia de Cacha Pregos e na Praia do Garcês, que foi encaminhado para análise.

Eduardo Mendonça também anunciou que no sábado (16), vai fazer uma nova ação em campo, uma fiscalização nas praias em Cairu para apurar mais detalhadamente as ocorrências.

O secretário acredita que esse material não seja o mesmo que surgiu no litoral baiano em 2019. Ele informou que serão realizadas análises de várias estruturas, densidades e condições físico-químicas diferentes.

Fonte: G1 Bahia

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