Os riscos da contaminação pela febre amarela e a importância da cobertura vacinal são alguns dos pontos que estão sendo abordados durante o ciclo estadual de seminários das arboviroses, que são doenças transmitidas por insetos. O evento foi iniciado na terça-feira (26) e segue até sexta (28), no auditório da Escola de Saúde Pública da Bahia, em Salvador. O seminário, que traz como tema “Panorama da Febre Amarela: Aspectos clínicos, epidemiológicos e laboratoriais”, é promovido pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesab) e reúne 170 profissionais da área que atuam nos pólos regionais e municípios considerados prioritários nas ações de combate à febre amarela.

Segundo Gabriel Muricy, coordenador de doenças de transmissão vetorial da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Divep), da Sesab, a proposta é manter as equipes em alerta, tendo em vista que o Ministério da Saúde publicou comunicado recente destacando a possibilidade de ocorrência de surtos durante período sazonal, caracterizado pelos meses quentes do ano. “O seminário foi pensado com objetivo de manter os profissionais de saúde em alerta e manter a suspeição clínica da febre amarela. Precisamos manter a guarda alta com relação à doença, porque, embora não tenhamos nenhum caso registrado na Bahia como local de infecção, existem ainda alguns casos que estão em investigação”.

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Ainda de acordo com Muricy, há indicadores da amostra de primatas e vetores (mosquitos) que sinalizam para a circulação do vírus em algumas partes do território baiano. “É importante destacar que existe vacina disponível e não há nenhum problema com nossos estoques. Existem áreas prioritárias para a vacinação e o ideal é que os municípios alcancem o percentual de 95% de vacinação. As regiões oeste e sudoeste do estado sempre foram prioritárias, e também foram englobados 28 municípios que tiveram registros de amostras positivas para febre amarela”, acrescentou.

Entre 2008 e 2017, o estado da Bahia realizou a vacinação de 7,5 milhões de pessoas contra a febre amarela. Desse total, 4,7 milhões em municípios considerados áreas de risco. Além disso, em 2018 foram enviadas à Fiocruz, no Rio de Janeiro, 1224 amostras de animais para detecção da doença.

A diretora de Vigilância e Saúde de Luís Eduardo Magalhães, Arisleide Bispo, participa do evento em busca de mais informações para ações de combate à febre amarela. “Com certeza esta é uma iniciativa pertinente para o momento que estamos vivendo em todo o território nacional, principalmente na região oeste. Existem situações que estão sendo identificadas e ainda não há explicação. Nestes três dias de seminário teremos atualizações importantes, além de agregar ao conhecimento que já temos, para que possamos trabalhar em nosso município”.

O entomólogo Renato Freitas, que atua como técnico da Divep, explica que a Bahia reúne características que propiciam a ocorrência de vírus da febre amarela e destaca que desde o ano 2000 não há registro confirmado de contaminação humana. “O território baiano tem a presença de todos os transmissores da febre amarela. A Bahia está fazendo uma vacinação muito ampla e até agora não temos registrado o caso de febre amarela em humanos, só registramos a morte de primatas”, explicou.

Fonte: Secom/ GOVBA

Fotos: Elói Corrêa/GOVBA

 

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