Seis mulheres indígenas que vale a pena seguir nas redes sociais – Elas estão na linha de frente da luta contra os ruralistas do Congresso Jornal Valença Agora 26 de março de 2016 Brasil, Notícias De todas as coisas em jogo na atual crise política, poucas talvez tenham tanta importância quanto o futuro dos indígenas brasileiros. Fortalecidos nos últimos anos, deputados e senadores ligados ao agronegócio promovem no Congresso o maior ataque contra os povos indígenas em décadas, pressionando pela aprovação de uma série de propostas que ameaçam sua sobrevivência. Muitas mulheres indígenas estão na linha de frente da resistência a essa ofensiva. Montamos uma lista com seis dessas líderes, que têm usado as redes para se expressar sobre seus problemas mais urgentes, mas também expor suas visões de mundo e obras de arte. Sônia Guajajara Coordenadora-executiva da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), Sônia é uma das principais vozes do movimento indígena nacional. Integrante do povo Guajajara, do Maranhão, formou-se em letras e enfermagem e já representou indígenas brasileiros em vários eventos internacionais, como a Conferência do Clima em Paris, em 2015. No mesmo ano, foi premiada com a Ordem do Mérito Cultural, do Ministério da Cultura. Siga Sônia: No Facebook ou através da página da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil. Valdelice Véron Uma das principais lideranças Guarani Kaiowá, Valdelice está na linha de frente da luta pela demarcação das terras tradicionais do seu povo, em Mato Grosso do Sul. Os Guarani Kaiowá vivem hoje em apenas uma fração de seu território original, divididos entre reservas superlotadas e acampamentos à beira da estrada. Em 2003, o pai de Valdelice – o cacique Marcos Verón – foi brutalmente assassinado a mando de um fazendeiro. Ninguém jamais foi condenado pelo homicídio. Siga Valdelice: No Facebook e na página da AtyGuasu, grande assembleia guarani. Hushashu Yawanawá Hushashu, 36 anos, foi uma das primeiras mulheres da etnia Yawanawá (Acre) a se iniciar nos estudos do xamanismo. Muitos a consideram uma pajé, mas ela rejeita o título com humildade: “Quem sabe quando eu for bem mais velha possa ser pajé, ou ficar mais perto de ser pajé”. Exuberantes e delicados, seus desenhos – que retratam sonhos e mirações sob o efeito do uni (ayahuasca) – já foram expostos em vários lugares do Brasil. Siga Hushashu: No Facebook. Daiara Tukano Militante feminista, artista plástica e correspondente em Brasília da Rádio Yandê (primeira rádio online indígena do Brasil), participou da construção da Marcha das Vadias no Distrito Federal e da Marcha Mundial das Mulheres, levando a pauta indígena a esses espaços. Daiara foi coordenadora do Circuito Universitário de Cultura e Arte da União Nacional dos Estudantes (UNE) em Brasília e hoje participa do colegiado do patrimônio imaterial no Ministério da Cultura. É integrante do povo Tukano (espalhado entre o Amazonas, partes da Colômbia e da Venezuela) e mestranda na Universidade de Brasília (UnB), onde pesquisa a inclusão do conteúdo indígena no ensino no Brasil. Siga Daiara: No Facebook e a página da Rádio Yandê. Renata Tupinambá Formada em jornalismo, Renata, 26 anos, é roteirista, poeta e produtora. Atua com etnojornalismo e ciberativismo indígena desde 2008 e foi uma das idealizadoras da Rádio Yandê, a primeira rádio online indígena do Brasil. “Trabalhar a comunicação como uma ferramenta de descolonização é uma grande realização”, afirma. Integrante do povo Tupinambá, da Bahia, participou ainda do Projeto Índio Educa, voltado a alunos e professores dos ensinos médio e fundamental. Hoje divide o tempo entre sua casa no Rio de Janeiro e uma aldeia em Mato Grosso do Sul. Siga Renata: No Facebook e a página da Rádio Yandê. Célia Xakriabá Célia é a primeira indígena a representar os povos indígenas de Minas Gerais na Secretaria de Educação do Estado, buscando construir “processos de educação diferenciada e participativa não apenas para, mas com os povos indígenas”. Integrante do povo Xakriabá, do norte de Minas, milita desde os 13 anos de idade no movimento indígena. “A melhor ferramenta que tive para a aprendizagem não foi o giz, mas a luta”, afirma. Deixe uma resposta Cancelar resposta Seu endereço de email não será publicado.ComentarNome* Email* Website