Estudo inédito poderá encontrar a solução definitiva para a doença da Crosta Negra que vem atingindo seringais em diversas cidades do Baixo Sul da Bahia

Foi realizada nesta quarta-feira (20), em Ituberá, no Baixo Sul, uma visita técnica a uma plantação de clones de seringas por uma equipe composta de uma geóloga, além de técnicos para avaliação de solo para retirada de amostra de bioma para estudos e ensaios de laboratório a fim de se criar um defensivo natural para combater a doença e revitalizar o solo.

Em campo, estiveram presentes, o administrador e heveicultor, Joseilton Santos Nascimento, representante da Cooperativa Ouro Verde Bahia de Igrapiúna e também membro da Comissão provisória de Combate à Crosta Negra; a geóloga Viviane Souza de Oliveira, especialista em geologia médica da UFBA; Taylor Amparo, técnico coordenador da Câmara Técnica de Agricultura do Ciapra Baixo Sul; Ronildo Couto Souza, diretor da empresa Ipirá Fértil, que detém o Know How de exploração de rocha silicática; Mateus Ventura de Oliveira, gerente administrativo, comercial e de logística da Ipirá Fértil, além do Dr. Jaime Honorato Jr, pesquisador e professor de Fitopatologia da UFOB.

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A convite da comissão, esteve visitando Ituberá, a geóloga Viviane Souza de Oliveira, especialista em geologia médica, que trabalha com fertilidade de solo e atua na linha de pesquisa com rochas silicáticas, ricas em fontes minerais.

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A pesquisadora defende a biomineralização por meio da composição de pó de rocha e insumos orgânicos a fim de devolver o equilíbrio e a eficiência nutricional do solo onde existem os clones de seringueira.

Viviane faz parte do grupo de Geologia Médica da UFBA, que estuda a interferência do ambiente no que diz respeito ao excesso ou escassez de elementos químicos nos solos.

“Minha busca é corrigir as deficiências do solo através do pó de rocha e outros insumos naturais. Nós desenvolvemos uma solução chamada biomineralização que é a utilização de matriz que a gente produz a partir dos biomas onde a gente idealiza uma biofábrica para multiplicar essa matriz associada ao pó de rocha, além de capacitar os profissionais da propriedade para fazer essa intervenção regenerativa do bioma”, disse Viviane.

Segundo a especialista, a linha de pesquisa é utilizar um remineralizador juntamente com insumos naturais para a revitalização dos biomas que se encontram comprometidos pelo uso inadequado do solo, restaurando o equilíbrio ecológico com a proposição de métodos alternativos. “Estamos tentando fazer esse controle no solo. A gente entende que é preciso encontrar métodos sustentáveis de resolver o problema da Crosta Negra”, citou.

Os avanços no combate à Crosta Negra seguem com o apoio do Ciapra, da Michelin, da Agro Industrial, da Cooperativa Ouro Verde, Governo do Estado (Adab/Abaf), Ceplac, Coopafbasul, UFOB – Universidade Federal do Oeste da Bahia e demais agentes.

O Dr. Jaime Honorato Jr, pesquisador e professor de Fitopatologia da UFOB – Universidade Federal do Oeste da Bahia, acredita que tudo indica que uma parte importante do ciclo de vida do patógeno (doença), ocorre no solo a partir das folhas caídas propiciando a proliferação do fungo. A ideia é criar áreas de pesquisa na região com o objetivo de instruir o produtor a fazer seu próprio bioma saudável em suas propriedades, inclusive envolvendo outras culturas tropicais que existem na região.

Segundo informou Jaime, a remineralização, de forma biológica, evitará a pulverização nas copas dos clones mais altos, inclusive barateando o custo para a revitalização das áreas plantadas.

Segundo Joseilton, o produto oriundo da pesquisa realizada em Ituberá, após passar por ensaios em laboratório e comprovação de sua eficácia, será a composição de um líquido que será produzido em escala e repassado ao agricultor com um custo bem mais barato, por meio das cooperativas.
Trata-se de um estudo inédito de pesquisa de uma solução eficaz para regeneração de solo aplicado à cultura da borracha natural com o uso de um biofertilizante associado a um remineralizador de solo.

Em Ituberá, foram colhidas amostras de bioma sem a interferência do homem, em perfeito estado saudável, que serão encaminhadas para laboratório a fim de se desenvolver uma matriz para ser replicada nas áreas comprometidas pela Crosta Negra.

“A ideia é lidar melhor com o patógeno (fungo) presente no solo causado pelas folhas caídas a fim de reduzir a influência da doença nas áreas afetadas e se tudo der certo, vamos diminuir a necessidade de pulverização”, disse o Professor Dr. Jaime Honorato.

USO DE SILICATO (PÓ DE ROCHA)
A proposta de intervenção na melhoria da qualidade do solo onde estão os seringais compreende a utilização de pó de rocha (silicato composto) multiminerálico que detém uma grande quantidade de nutrientes a fim de devolver a jovialidade do solo e restaurar a eficiência nutricional prejudicada por substâncias tóxicas que favoreceram a proliferação dos fungos causadores da Crosta Negra.

 

Fonte e Fotos: Marcelo Dutra | Portal Baixo Sul

 

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