EXPERIÊNCIA DE IMERSÃO DE DOIS DIAS NO KILOMBO TENONDÉ

O Jornal Valença Agora convida vocês para um mergulho na busca de suas raízes e ancestralidades no Kilombo Tenondé, que localiza-se a 20 min de Valença no povoado do Bonfim.

Com a chegada dos grupos no quilombo deu-se o processo de imersão cultural.

No kilombo Tenondé, todo mundo acorda muito cedo; o Mestre Cobra Mansa começou o treino de capoeira às 6 horas da manhã. Depois todos tomaram um café juntos e as primeiras atividades começaram: o professor Eduardo Oliveira abre o Curso de Filosofia Africana e convida todos a refletir sobre ‘Filosofia Africana, ecologia e espiritualidade’. Com a participação dos alunos do curso de filosofia da UFBA, os componentes da rede Africanidade, os alunos de Intercâmbio do programa FWorld Learning (Intercâmbio Estados Unidos – Brasil), a participação do Mestre Cobra Mansa, do professor Eduardo Oliveira, de Bill Calhoun, do escritor e poeta Marcus Guellwaar Adún Gonçalves, do Mestre Carlito do Morro de São Paulo e a comunidade do Bonfim e do Quilombo Tenondé.

Todos irão conviver durante dois dias, pensar e refletir sobre filosofia africana, sobre a organização do mundo de maneira sustentável, e aprender juntos a viver de maneira diferente cuidando de cada um e da natureza. - Depoimento de BILL CALHOUN, diretor acadêmico do programa World Learning.

Mestre Cobra Mansa, Diretor Acadêmico do programa World Learning Bill Calhoun, o professor Eduardo Oliveira e Alan, membros da rede Africanidade

Mestre Cobra Mansa, Diretor Acadêmico do programa World Learning Bill Calhoun, o professor Eduardo Oliveira e Alan, membros da rede Africanidade

“Eu moro em Fortaleza, desde 1991, cheguei em Fortaleza para desenvolver um projeto de intercâmbio entre estudantes de faculdades norte-americanas e estudantes do nordeste brasileiro.

O foco do programa é a justiça social, a descolonização e questionamentos sobre a ausência dessa justiça social, nas Américas, focada nos Estados Unidos, e em grande parte no Brasil. O trabalho do programa é concentrar a atenção da juventude sobre essas grandes questões de desigualdade, marginalização, questões históricas de processos que tiraram as terras dos povos indígenas, entender como tantas riquezas são construídas em cima de terras roubadas de outros povos, e também em cima de trabalhos feitos por povos escravizados do continente africano. Focamos muito nesses dois momentos de nossa história: a invasão das Américas e a escravidão. Acreditamos que com esses dois processos foi construído uma boa parte das formas de pensamento, das desigualdades, e das descriminações raciais e de gêneros. A escravidão foi a base para inúmeras justificativas, ideologias e instituições para apoiar e tornar real essas teorias desiguais, construídas nesse período.

anuncieA escravidão até hoje continua a influenciar nossas relações. Nenhum país que passou pela escravidão teve um debate nacional sobre o que aconteceu durante o referente período. Não houve nenhum debate nacional acerca das violências e como essas violências transformaram as relações sociais. Porque não é possível uma nação e um povo passar por tantos anos de escravidão e não haver nenhum impacto na maneira com que esse povo se organiza no mundo. Passamos por um dos processos mais violentos da história da humanidade. E toda essa violência, essa estrutura de dominação que foi construída, não foi possível desconstruir apenas com o decreto de uma abolição da escravidão. Estamos ainda enfrentando esse sistema de dominação entre pessoas. Tem sido transferido entre as relações dos países essa hierarquia de primeiro mundo, segundo mundo e terceiro mundo.

A primeira etapa do programa é descobrir essas duas partes de nossa história, a segunda parte é conhecer os movimentos sociais dentro das comunidades: indígenas e quilombolas; e os projetos comunitários, pois, nesses espaços, procuramos entender o seu desenvolvimento e como as comunidades estão respondendo. Queremos aprender a partir dessas comunidades o que elas nos ensinam em relação a resistência e a recreação. Esses espaços são construções de conhecimentos, e estão inseridos dentro da pluralidade. Todos estes conhecimentos das comunidades foram excluídos das universidades. Nesses espaços organizamos cursos universitários direcionados principalmente aos estudantes.

Os intercambistas passam quatro meses no Brasil, e praticam trabalhos sociais, tendo compromissos com a comunidade são inseridos dentro de espaço na sociedade de resistência e de reorganização da humanidade de construção de tecnológica e social, espaços que remetem à ancestralidade.

A terça parte do programa ocorre olhando para nossa história, para o nosso passado colonial e o que isso tem feito em nós, de que forma nos dividiu, para a violência sendo perpetuada, para como nós podemos pensar uma outra maneira de estar no mundo sem nos preocuparmos com a descolonização e tratando de entender, primeiro, como todas nossas relações estão ligadas ao colonialismo, ao cartão de crédito, as universidades, e que todos nossos sonhos e o que temos se encontra dentro do movimento colonial.

Entendemos que esse modelo de sociedade tem menos de 250 anos e que ele nos levou quase a destruição do planeta, não conseguimos mais ver como somos diariamente violentos.  Esse modelo vê tudo como mercadoria, a natureza, as pessoas. Mas como se sair desse processo?

Procuramos entender como todo esse processo de colonização nos tirou de nossas raízes, da nossa cultura e particularmente de nossa ancestralidade.  Foi falado que não tínhamos cultura, nem subjetividade; então nós nunca mais sonhamos em procurar nossos povos. Toda nossa vida seguimos o caminho de um povo que não é nosso, seguimos uma construção de um mundo que não é nossa, isso nos destrói de inúmeras formas.

Precisamos saber como eram nossos povos antes da colonização! Esse trabalho será muito longo e é nosso principal desafio!

Não conseguimos ainda ver o mundo diferente, por isso que é importante a vivência nesses espaços que procuram viver diferente, espaços como o Quilombo Tenondé.

Precisamos mostrar aos estudantes estes espaços para eles terem esperanças! Sim estamos falando que o modelo atual é ruim, e está nos acabando não podemos deixar que continue, esses momentos nas comunidades como este do Quilombo Tenondé, é exatamente para mostrar que existem pessoas vivendo de outras formas, e em outros mundos. Não é uma coisa que tem que ser um sonho e que nunca iremos alcançar, já temos outros, e pouco a pouco muitas outras maneiras de estarmos no mundo, já temos outras pessoas, outros grupos e outras comunidades...           Existem pessoas trabalhando com a economia solidária, pessoas trabalhando na terra, no plantio e na colheita de uma forma sustentável, temos que levar a juventude para entender, inserir-se, e passar a amar esses outros modelos. Precisamos de contextos vivos, sair da teoria e viver experiências para repensarmos nossas próprias maneiras de viver.

Temos que modificar nosso modelo, se continuarmos assim, penso que não teremos mais de 100 anos para viver!

Então a outra parte de nosso trabalho, que tentamos fazer com nosso programa (mais de 50 no mundo), é tentar incentivar o debate e saber como essa juventude vai conseguir lidar com um mundo ainda muito ferido!” - Mestre Cobra Mansa, Mestre de capoeira Angola do grupo FICA, idealizador do centro educacional Kilombo Tenondé mora e trabalha no Kilombo Tenondé.

cobra-mansaJornal Valença Agora: Porque organizar o curso de filosofia Africana no Kilombo Tenondé?

Eduardo Oliveira, meu professor de doutorado nunca tinha vindo até o Kilombo Tenondé assim como Bill Calhoun, os dois querendo conhecer o local resolvemos fazer o curso lá.

O professor Eduardo Oliveira junto com a comunidade do Kilombo, a rede Africanidade, e o departamento de filosofia da UFBA organizaram esse evento.

O objetivo de fazer esse curso no Kilombo Tenondé é de proporcionar uma vivencia filosófica com ecologia e permacultura.

Jornal Valença Agora : Qual foi seu maior aprendizado durante esses dois dias?

Meu melhor aprendizado foi saber que o Kilombo Tenondé está expandido sua capacidade e tomando o rumo que sonhei, um centro de aprendizado.

eduardo-oliveiraEduardo Oliveira - professor de filosofia na UFBA, Universidade Federal da Bahia

Jornal Valença Agora : Porque fazer esse curso no Kilombo Tenondé?

A gente tem um programa de ações para a filosofia africana no Brasil. A filosofia Africana no Brasil é recente, ela está ainda no processo de formação. Já identificamos vários grupos no Rio de Janeiro, em São Paulo, na Bahia, em Brasília, Santa Catarina, no Ceará, tem grupos no Brasil inteiro. Acabei estabelecendo um programa de estudos e de formação na filosofia Africana mais a proposta é de ir além da filosofia Africana tradicional que é uma filosofia acadêmica, é para ampliar os sujeitos que produzem conhecimentos coletivos; como os grupos de Maracatu, capoeira, particularmente a capoeira Angola, candomblé.

Vir no Kilombo Tenondé juntava duas coisas, uma que era esse sujeito coletivo: capoeira Angola, muito enraizado em práticas ambientais que a gente apropria a tradições africanas, indígenas. Aqui é um lugar ideal porque junta essas duas facetas. Uma prática negra Africana com a capoeira Angola e uma prática de manejo da terra de maneira ecológica que preserva o meio ambiente.

Jornal Valença Agora : Qual é o objetivo do curso de filosofia Africana ?

Nosso objetivo é fazer essa voz ser anunciada para quem faz e não quem estuda, o que faz uma grande diferença!

Juntamos um grupo de estudantes norte americanos, com nossa rede: a rede Africanidade, com a comunidade do Kilombo Tenondé, nossa ideia era de juntar esse grupos para enriquecer o curso .

A presença de todos esses grupos diferenciados materializa esse principio de diversidade.

Todo mundo tendo voz e podendo se expressar do seu jeito, enriquecer de várias maneiras essa discussão. É muito mais rico para a filosofia!

Esse programa quer criar o conceito de filosofia: por exemplo, quando você joga em uma roda de capoeira Angola você faz filosofia, quando você reza você faz filosofia, quando você está sambando também está fazendo filosofia, quando você está para além da atitude livresca é também filosofia .

Mais também ler textos, conhecer os autores, saber interpretar, saber escrever sobre eles também é muito importante. Temos que aprender a falar várias línguas, a língua do corpo, falar a língua da festa, falar a língua da academia, falar a língua dos movimentos sociais ou seja ser um poliglota em atitudes! E estamos indo nessa direção.

Alunos do Curso de filosofia da UFBA, e membros da rede Africanidade: Ítalo , Alan de Barros, Alan Brandão, Ítalo, Davi

Alunos do Curso de filosofia da UFBA, e membros da rede Africanidade: Ítalo , Alan de Barros, Alan Brandão, Ítalo, Davi

Ítalo : ‘A ideia desse curso de filosofia Africana no Kilombo Tenondé vem do professor Eduardo Oliveira. Aprendemos muito aqui, como o companheirismo, todo mundo se ajuda e trabalha junto, a alimentação vegetariana e estar no meio da natureza!”

Alan: “Estudamos Filosofia na UFBA e fazemos parte da rede Africanidades. Estamos aqui para ter um contato efetivo com a ancestralidade, porque na universidade fazemos muitos debates teóricos e aqui temos um contato real. A gente sempre está pesquisando sobre filosofia africana, cultura africana, sobre capoeira, candomblé e no Kilombo Tenondé estamos vivenciando os conceitos que estudamos. Estou muito feliz de estar aqui, de poder ter um contato com o meio ambiente, com a permacultura, com o mestre Cobra Mansa. ”

David: “Estamos aprendendo a entender nossas ancestralidades. Nossa cultura aqui no Kilombo está viva, podemos sentir! Aqui estou me desconstruindo para me construir de novo! ”

Jornal Valença Agora : Expliquem sobre o objetivo dessa rede Africanidade?

“A rede Africanidades foi uma iniciativa do curso de filosofia, pois sentíamos falta de debater ideais e conceitos e conhecer autores brasileiros de filosofia. E ainda, poder debater questões raciais e questão de gênero.

Na faculdade quando você estuda filosofia, você estuda muitos autores de tradição europeia, que são muito importantes de conhecer, mas acabam colonizando o método e os nossos pensamentos.

Fizemos um minicurso de Filosofia Africana, foi um sucesso. Depois abrimos em dezembro um grupo de estudo. A rede vem com essa iniciativa de tentar fazer filosofia mais multidisciplinar, sobre uma descolonização do pensamento, conhecer outras formas de vivência, pensar outros conceitos filosóficos, outras formas de vivenciar o mundo, de vivenciar o tempo, de vivenciar a relação com a natureza, tentar sintetizar isso em uma ideia filosófica, em um texto. Não ficando preso ao texto filosófico, a filosofia ela envolve também a vivência. Dialogar e fazer um trabalho coletivo, que questione o método da universidade.

A rede Africanidades é uma rede autogestionada, ela tenta conectar pessoas que já estão fazendo essas discussões sobre filosofia africana, descolonização, e interculturalidades. A ideia da rede é conectar essas pessoas, independente do lugar onde eles estejam de maneira autogestionada. Não tem um centro produtor, é uma teia onde estamos modificando nossa ideia de fazer filosofia. ”

Gabriel Machado, estudante em Pedagogia na UFBA

“Sempre acreditei numa educação, em nosso país, feita para o povo negro. Eu reparei que isso não ocorre e quis ser professor para tentar mudar essa visão.

Estou aqui hoje, no Kilombo Tenondé, para participar desse curso de filosofia africana, porque acho muito importante conhecer suas raízes e voltar para elas. Não voltar por baixo do navio negreiro, mas em cima das águas de libertação de nosso povo. Então estar aqui para mim significa justamente a onde sempre quis chegar dentro do meu trabalho com educação; uma educação que permite resgatar tudo o que nos foi tirado. De cultura, de crenças, uma essência e forma de ver e viver o mundo que perdemos com a colonização. Com a educação podemos resgatar nossa ancestralidade! Estudar filosofia Africana é voltar a ter uma visão afro-centrada que eu sempre busquei com vários caminhos em minha vida. “

Alunos dos Estados Unidos do programa World Learning e com o Diretor do Programa Bill Calhoun

Alunos dos Estados Unidos do programa World Learning e com o Diretor do Programa Bill Calhoun

alunos-americanos

Jornal Valença Agora: Onde vocês estudam? E porque vocês estão hoje no kilombo Tenondé?

Maia: “Estudo em Nova York, estudo biologia ambiental. No Brasil estou aqui para estudar desenvolvimento sustentável e política social. Estamos no kilombo Tenondé para conhecer a comunidade e aqui é um bom exemplo de desenvolvimento sustentável e de preservação de cultura ancestral. ”

Ricardo: “Estudo em Massachussets. Estou aqui para aprender maneiras distintas para organizar a sociedade. Modelo de vida distinto ao que se encontra na cidade, maneiras de viver a vida que não são baseadas no capital e que tem como foco a humanidade e a ancestralidade.

Talita: “estudo sociologia na universidade de Boston, sou americana, filha de brasileiros. Eu sendo filha de brasileiros e me sentindo brasileira também, nunca tive a oportunidade de morar no Brasil e passar mais de 15 dias de férias no país. Eu vim aqui para aprender mais sobre o Brasil, a cultura brasileira e a ancestralidade desse país. Estou me descobrindo aqui.

Jornal Valença Agora: Qual foi a maior aprendizagem durante esses dois dias?

Maia : “Aprendi sobre Capoeira, permacultura e como ter uma vida com um respeito pela  natureza.”

Ricardo: “Aprendi muito na palestra sobre filosofia Africana, essa ideia de respeitar sempre a ancestralidade e o mais velho, que tem mais experiências e conhecimento porque são as pessoas que nos podem guiar. ”

Talita: “Gostei de poder apreciar coisas novas com o que não tinha contato. Cresci indo na igreja evangelista, então para mim poder conhecer a filosofia africana, a religião, a espiritualidade africana, a capoeira Angola e o Candomblé brasileiro desse jeito positivo foi muito bom para mim. Tenho agora um entendimento maior e gostei muito! ”

guellwarr-adunMarcus Guellwaar Adún Gonçalves

“Sou escritor e tradutor. Estou aqui no Kilombo como tradutor, para ser o intérprete do grupo que vem dos Estados Unidos. Quando você faz tradução você está no processo de aprendizagem. Várias vezes falei para os meninos como é difícil de você dizer algo que também te leva a refletir, você não fica no processo neutro.

Aprendi muitas coisas, conhecimentos em que eu acredito, que procuro trazer para o meu cotidiano. Aprender a se relacionar melhor com a natureza, com a espiritualidade contida em cada um e na natureza. A ênfase na necessidade de a gente cuidar do que é simples, cuidar da simplicidade, cuidar dos que tem cuidado da gente.

tereza-prof-gastronomiaTereza - Professora de gastronomia

Desenvolvemos um trabalho com plantas alimentais não convencionais. É a terceira vez que a gente vem no Kilombo Tenondé, dessa vez estamos aqui para uma demanda da atividade anterior que foi de fazer uma organização melhor da cozinha e também para gente andar de novo pelo Kilombo para identificar outras plantas.

No Kilombo eles buscam ter autonomia em relação as dimensões da vida e da comida, e fazer um aproveitamento melhor dos recursos naturais. Faz todo sentindo usar as PANC porque são plantas que crescem de todos os lados aqui, e não precisa plantar ou comprar, elas já existem. São plantas que a própria natureza proporciona.

juliana-estudante-ufba2Juliana Cristina Santos - estudante da UFBA, participa da rede Africanidade

Jornal Valença Agora : Porque você decidiu participar desse curso no Kilombo Tenondé ?

A ideia de participar desse curso no kilombo Tenondè foi motivada pelo Minicurso que seria ministrado por Duda de Oliveira. Entendo que o principal interesse era por experienciar de outra maneira a partilha de saberes sobre filosofia africana que quando a gente ouve dentro de espaços acadêmicos tradicionais dificilmente a gente vivencia. Estar em um espaço onde pudéssemos ouvir, aprender e discutir sobre filosofia africana, cosmovisão africana sem nos limitar a uma experiência restrita a racionalidade. Sinto que a gente quer ver, ouvir, tocar, refletir e sentir o que são esses saberes africanos , fortalecendo assim nosso discurso, nosso corpo e nossa experiência para agir num mundo que normalmente não valoriza tais saberes.

Jornal Valença Agora: Qual experiência você vai se lembrar desse tempo passado no Kilombo?

Guardo a necessidade ainda mais forte da gente cada vez mais tentar estabelecer o diálogo entre saberes e conhecimentos que ocupam o espaço acadêmico e não acadêmico sobre a filosofia africana, ou melhor afro-brasileira como forma de enfrentamento a uma lógica eurocêntrica e para sua transformação. O caso é de sempre trazer a vivencia, a experiência e o contato com pessoas, comunidades e espaços que perpetuam uma perspectiva de vida afro-brasileira como medida pra gente balizar nossas conhecimentos acadêmicos. Uma forma também da gente não se acomodar numa posição ou em um posicionamento baseados somente numa apropriação de conhecimento acadêmico. Isso é muito importante pra gente transformar de fato e entender os conhecimentos com o múltiplos e não hierarquizados.

Jornal Valença Agora: Qual foi a maior aprendizagem?

O maior aprendizado que ficou para mim é o de potência de transformação que nos habita e que é fortalecido pelos saberes das matrizes afro-indígenas. Saí mais fortalecida num caminho que é o de que a gente cria e transforma o mundo onde a gente vive e que há muitas pessoas que também não se sentem parte do mundo como está e quer transformá-lo. Gente que almeja, deseja, transforma e vive um outro mundo ou parte de um outro mundo.

Vivência de percussão e canto com o Mestre Cobra Mansa, o Mestre Carlito (Morro de São Paulo)

Vivência de percussão e canto com o Mestre Cobra Mansa, o Mestre Carlito (Morro de São Paulo)

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Aula de Filosofia Africana com o professor Eduardo Oliveira

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Roda de Capoeira Angola - Mestre Carlito (Morro de São Paulo) - Treinel Pescador – Treinel DO

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Show de Talento - Mestre Cobra Mansa

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Eduardo Oliveira e Davi

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Gabriel (salvador), Ana (Califórnia), Mateus (Mina Gerais) e Ras (Colombia)

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Show de fogo com Ana (Califórnia) e Raul (México)

Show de fogo com Ana (Califórnia) e Raul (México)

Todos estão convidados para o III mini curso de filosofia Africana em SALVADOR

Eduardo Oliveira e toda a rede Africanidades: ‘Amigos de todas as latitudes e tribos venham compartilhar conosco o III Mini-curso de Filosofia Africana. Será um prazer mandigar com vocês:

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