Doença que era endêmica de estados da região Norte foi identificada em estados do Sul e Sudeste, onde não era encontrada anteriormente

O Ministério da Saúde divulgou, na última terça (14/5), um boletim epidemiológico que aponta 5.102 casos da febre oropouche no Brasil, sendo 2.947 deles na Amazônia, 1.528 em Rondônia e os demais distribuídos pelo país. O número é seis vezes maior que o registrado em todo o ano passado, quando foram 832 pacientes confirmados com a doença.

O disparo no número de infecções fez com que a doença fosse encontrada em estados onde anteriormente era desconhecida. Característica de estados da região Norte, a oropouche passou a ser registrada também no Sul, Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste do Brasil.

Casos por todo o país

No Norte, a doença já foi identificada em todos os estados, com exceção do Tocantins. No Nordeste, foi encontrada no Maranhão, Piauí e Bahia — a quantidade de casos em Salvador e na região baixo-sul do estado é preocupante, e especialistas suspeitam que a doença já tenha se tornado endêmica no local.

No Sudeste, Espírito Santo e Rio de Janeiro confirmaram seus primeiros casos na história. No Sul, Santa Catarina e Paraná têm pacientes confirmados com a infecção. No Centro-Oeste, Cuiabá (MT) tem vivido uma explosão de casos.

Em entrevista anterior ao Metrópoles, o pesquisador Felipe Gomes Naveca, chefe do Laboratório de Arbovírus e Vírus Hemorrágicos do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), falou sobre as possíveis explicações para a disseminação da doença pelo país.

“Acreditamos que a principal variável para o aumento de casos são as mudanças climáticas, que levaram a temperaturas altas e chuvas intensas. Essa situação impacta a disseminação dos mosquitos transmissores, favorecendo que a doença se espalhe”, explicou.

O que é a febre oropouche?

A febre oropouche é uma doença viral que tem sintomas muito parecidos com os da dengue (febre, mal-estar, fadiga, dores musculares e desconfortos intestinais), o que pode confundir os diagnósticos.

Não são conhecidos óbitos relacionados diretamente à doença, mas a oropouche pode levar a inflamações nas meninges (tecidos que recobrem o cérebro), que podem causar consequências permanentes.

Não existe tratamento específico para a doença. Porém, o acompanhamento médico é importante para aliviar os sintomas e ajudar o corpo a combater a infecção viral.

Secretaria de Saúde registra 416 casos de Febre Oropouche na Bahia

Fonte: Reprodução/Metropóles

 

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