No acordo de delação premiada, o ex-diretor de relações institucionais da Odebrecht Cláudio Melo Filho dedica um capítulo ao relacionamento que tinha com o presidente Michel Temer. Ao menos uma vez Temer pediu doações pessoalmente. Foi durante um jantar no palácio do Jaburu, residência oficial do vice-presidente da República. O nome de Michel Temer aparece 43 vezes no documento da delação premiada.

O Ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha é mencionado 45 vezes. Moreira Franco, Secretário de Parcerias e Investimentos do Governo Temer é citado 34 vezes, enquanto Geddel Vieira Lima aparece 67 vezes e Romero Jucá aparece 105 vezes. Os relatos fazem parte de um depoimento de 82 páginas que Claudio Melo Filho deu ao Ministério Público, no qual fala sobre doações da empresa a 51 políticos  de 11 partidos.

O Palácio do Planalto reagiu por meio de nota e disse que "O presidente Michel Temer repudia com veemência as falsas acusações do senhor Cláudio Melo Filho. As doações feitas pela Construtora Odebrecht ao PMDB foram todas por transferência bancária e declaradas ao TSE. Não houve caixa 2, nem entrega em dinheiro a pedido do presidente.".

Diante da força da Delação Premiada de Executivos da Odebrecht, Michel Temer convocou uma reunião de emergência no domingo (11) para analisar saídas para a crise política causada pelo depoimento. Aliados do presidente Michel Temer vão reforçar nesta semana as críticas ao vazamento da delação do ex-executivo da Odebrecht Cláudio Melo Filho. A estratégia é questionar a legalidade da divulgação, o que, para deles, poderia comprometer a delação, assim como ocorreu com o depoimento do ex-presidente da OAS Léo Pinheiro. Com base nisso, o esforço é para tentar invalidar o depoimento.

Segundo interlocutores do presidente, apesar de “tranquilo”, Temer está “indignado” e afirmou que o depoimento ainda precisa ser homologado no Supremo Tribunal Federal.

Em março, Cláudio Melo Filho foi levado pela Polícia Federal para prestar depoimento na 26ª fase da Lava Jato, batizada de operação Xepa, que descobriu o setor exclusivo para pagamento de propinas que funcionava na Odebrecht para aprovação de projetos de interesse da empresa.

POLÍCIA FEDERAL DECIFRA ALGUNS APELIDOS: CONHEÇA!!!

As inspirações são as mais diferentes para os apelidos dos políticos envolvidos nos esquemas de corrupção. O senador Romero Jucá (PMDB-RR), era conhecido como "Caju". O deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA), era o "Missa". O senador José Agripino (DEM-RN), era o "Pino" ou "Gripado", em alusões ao sobrenome.

Os times de coração foram lembrados para os deputados Rodrigo Maia (DEM-RJ), chamado de "Botafogo", e Marco Maia (PT-RS), o "Gremista".

Outros apelidos são curiosos, como o do senador, Renan Calheiros (PMDB-AL), o "Justiça", dos ministros Eliseu Padilha, o "Primo", e Moreira Franco, o "Angorá", todos do PMDB.

O senador Ciro Nogueira (PP-PI) era o "Cerrado" ou “Piqui”. O ex-senador pelo PTB, Gim Argello, era conhecido como "Campari". O ex- senador pelo PT, Delcídio do Amaral, era o "Ferrari". Tem ainda os ex-ministros Jaques Wagner, do PT, chamado de "Pólo" e Geddel Vieira Lima, do PMDB, o "Babel". O deputado cassado, Eduardo Cunha, do PMDB, era o "Caranguejo". O deputado Duarte Nogueira (PSDB-SP) era conhecido como o "Corredor". Antônio Brito (PSD) tinha o apelido de "Misericórdia". Arthur Maia (PPS) era o "Tuca". E tem ainda o deputado Heráclito Fortes (PSB-PI), o "Boca Mole". E o ex-deputado pelo PL Inaldo Leitão, conhecido como o "todo feio" e Lídice da Mata, a “Feia”, do PSB.

 

 

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