Valença é uma cidade de muitos artistas e de múltiplas artes. Talentos renomados e reconhecidos, outros tantos anônimos, porém com a mesma qualidade. Neste celeiro artístico valenciano, nasceu em 1954, a artista plástica Maria Antônia Viana D’Eça que herdou de seus antepassados o dom das artes. Antônia conta com orgulho que sua bisavó (in memoriam) improvisava um pincel com galhos de árvores, e assim como sua mãe, foram para sua época, umas das melhores artistas que Valença já teve.

porque_assinar_siteAntônia recorda que já aos 12 anos de idade, demonstrava o ‘sangue’ artístico explícito no seu estilo de se vestir. A partir daí começou a trabalhar e viver da arte, pintando em telas, tecidos, toalhas, telhas, paredes, trabalhos bem comuns no mundo das artes plásticas, mas de comum o trabalho de Maria Antônia nunca teve nada. A artista sempre buscou inovar e recriar, tendo sua identidade e traços próprios. Seu talento expandido ao ramo das decorações logo chamou atenção de amigos mais próximos, então Antônia decorava vitrine de lojas, montava presépios, andores pras festas dos santos, entre outros.  O presépio do último Natal [ver foto], no coreto da Praça da República em Valença, é de sua autoria, assim como o tapete estendido no chão da Rua Duque de Caxias (Taboca) na última festa de Nossa Senhora do Amparo.Cultua até hoje o gosto pela música, revelou gostar muito de cantar, não à toa, dois de seus três filhos são cantores. Quadros e telas de suas pinturas estão nas casas de vários amigos que encomendaram o trabalho. Sua arte também já viajou para Taperoá e Nilo Peçanha na Bahia e Rio de Janeiro. Só não alçou voos maiores por falta de incentivo e reconhecimento de sua terra natal. Antônia se queixa que Valença não é de ‘valorizar seus filhos artistas’, e que muitos crescem e fazem sucesso fora.

A artista com quem conversamos não tem vaidades, ela encontra sua maior riqueza nas oportunidades que tem de transmitir seu conhecimento artístico ao próximo. Durante a entrevista para o Jornal Valença Agora, Maria Antônia relatou com paixão, sobre as oficinas de pintura que já ministrou.

Em meio à arte sempre presente em sua vida, há 14 anos, Maria Antônia foi diagnosticada com câncer de mama, passou por tratamento e venceu a doença. A artista relembrou das dificuldades e do sofrimento causado por este male que a cada dia comete mais mulheres no mundo todo.Este foi seu primeiro grande obstáculo imposto pela vida. Atualmente, Antônia enfrenta o segundo, um novo câncer que acometeu sua coluna. A confiança e força de vontade pra vencer são as de sempre. Não faltam fé e esperança que em breve irá colorir novamente a vida de muitos e muitas com suas pinturas. Entretanto, a luta é grande, e sozinha ela não consegue mais este grande feito. Tem contado com o apoio de muito amigos, de amizades antigas, pessoas que a conhecem e conhecem seu trabalho, que tem consciência de que seu trabalho é de uma riqueza diferenciada, mas o tratamento é muito caro e todo o apoio ainda não é suficiente. Somente uma vacina (mensal) custa em média, R$ 1.800,00; um único remédio (que substitui a quimioterapia) custa R$ 230,00; fora exames, em média mil reais cada. Um valor surreal, para quem não tem renda, nem aposentadoria.

Debilitada por causa da coluna que não a permite fazer muito esforço, Antônia crê todos os dias que irá retomar seus trabalhos como artista plástica, e deseja que Valença explore mais desse potencial artístico que possui. Essa crença vem da sua fé e principalmente, segundo ela, a do amor dos seus três filhos, que afirmou serem seus alicerces.

Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.