Situação da Covid-19 em Valença e a reabertura do comércio foram as pautas da reunião realizada na tarde desta terça-feira (26), pelo Comitê Comunitário que discute ações relativas à Covid-19 em Valença. O encontro realizado no auditório da Casa do Empresário de Valença contou com a presença de representantes das instituições que compõem o comitê, entre eles os dirigentes da Casa do Empresário; instituição que reúne ACE, CDL e SINCOMVAL; OAB-Valença, Prefeitura e Rotary Club.

Casa do Empresário de Valença reivindica abertura do comércio (10)

Paulo Martins, secretário de Indústria e Comércio, o advogado Adolfo e Maristela Vieira, procuradora geral .

 

A Prefeitura de Valença foi representada pelo secretário de Indústria e Comércio, Paulo Martins, o advogado Adolfo e pela procuradora geral Maristela Vieira, que expôs as ações do último decreto publicado pelo município, de combate à proliferação da covid, além de atualizar o comitê sobre as ações propostas pelo Comitê Municipal, órgão que não conta com representantes de segmentos da sociedade civil organizada.

Casa do Empresário de Valença reivindica abertura do comércio (12)

Eduardo Dantas, presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas – CDL.

O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas – CDL, Eduardo Dantas, salientou que o município não tem demonstrado planejamento nas ações em saúde. “O ‘remédio’ correto é termos uma estrutura aqui para saúde. Estávamos há 60 dias sem um termômetro para medir a temperatura das pessoas na barreira sanitária, chegaram ontem, não temos os testes, respiradores, UTI’s. Não é informado o que é feito na saúde”, afirmou. “Enquanto isso, o comércio é fechado, mesmo provando que ele não causa aglomeração, e causando a demissão já de 5.300 funcionários, quase 25% de carteiras profissionais em Valença, e não vai parar por aí, quanto mais medidas restritivas tiver, maior o número de demissões.

Casa do Empresário de Valença reivindica abertura do comércio (2)

Luiz Menezes (Doriva), vice-presidente da CDL e Eduardo Dantas, Presidente da CDL.

Segundo Eduardo, a Casa do Empresário pode somar com o município na conscientização da população e mais uma vez criticou os decretos municipais. “Queremos influenciar com razoabilidade o que já demonstramos sermos capazes, podemos fazer muita força com a conscientização municipal, nós precisamos entender que a nossa razoabilidade e os nossos argumentos estejam chegando antes das decisões de decretos. O que leva ao decreto? É uma pressão governamental, satisfação à população, à imprensa? Nós ainda não entendemos”, questionou.

A gerente executiva da Casa do Empresário, Camila Reis questionou ao poder público quais ações que tem sido realizadas em prol da economia e quais os critérios considerados para construção dos decretos que tornam o funcionamento do comércio extremamente restritivo e da medida do toque de recolher. “São essas questões que a gente precisa saber, o que vai ser feito pela economia, o que está sendo feito pela economia da cidade”, frisou Camila.

WhatsApp Image 2020-05-27 at 4.53.10 PM

A Casa do Empresário considera as ações de combate à covid, especialmente o fechamento do comércio, exageradas para o cenário da covid no município. “A dosagem do ‘remédio’ tem sido superior ao que de fato a gente precisa e a gente sabe que essa dosagem em excesso vira veneno”, afirmou a gerente da instituição.

“A gente trouxe alguns dados comparativos para mostrar como está a situação de Valença em relação à Bahia e ao Brasil, que as medidas tomadas em relação a outras cidades que tem maiores números de casos não pode ser em hipótese nenhuma o mesmo remédio para Valença. Temos argumentos que queríamos que chegasse na Prefeitura, são dados técnicos, provas de que o comércio não aglomera, que as empresas estão seguindo os protocolos de segurança, fazendo inclusive além do que está no decreto, o comércio está colaborando sim, e se não tivermos uma voz firma e ativa dentro do comitê municipal, infelizmente vamos estar tomando um remédio errado”, enfatizou Camila.

Casa do Empresário de Valença reivindica abertura do comércio (8)

A gerente pediu transparência e divulgação nas decisões do município. “A decisão tem que ser firme e compartilhada com todos, esta semana nós não sabíamos dizer se podia abrir supermercado ou não. Se a gente não tem repostas céleres e efetivas em relação a isso, o governo perde a credibilidade, perde quando faz um decreto que não está de acordo com a realidade, fica um governo desacreditado, as pessoas não obedecem como deveriam obedecer, isso tudo acaba sendo uma grande preocupação”, afirmou.

Eduardo Dantas solicitou a participação do secretário municipal de Indústria e Comércio, Paulo Martins, como representação dos anseios da classe. “Paulo precisa ter uma representação econômica, mas também social, porque o desemprego gera insegurança, a saúde não é um problema para a economia, mas a economia leva problema para a saúde. É preciso defender os nossos empregos”, destacou.

A procuradora do município esclareceu que o comitê municipal, é de caráter epidemiológico, por isso não tem representantes de outros segmentos da sociedade.

Casa do Empresário de Valença reivindica abertura do comércio (6)

Camila Reis defendeu a participação do empresariado. “A gente acredita no Comitê e tratamos isso com muita responsabilidade, o que a gente tem questionado é que precisamos de representante. Essa discussão é rica, temos dados técnicos e precisamos de representatividade lá dentro, a gente acredita que Paulo pode agregar imensamente”, afirmou.

A gerente da Casa do Empresário também questionou a Prefeitura sobre planejamento. “Quando a gente pensou neste comitê, pensamos em algo que pensasse o futuro, além de ficar só nas lamentações e reclamações. A gente quer saber quais são os próximos passos. É preciso pensar nesse cenário daqui uma semana, um mês, e seis meses. Como está previsto os próximos decretos? O que estão pensando?”, quis saber.

“Nós provamos que não existe aglomeração no comércio, nós solicitamos uma fiscalização nos nossos estabelecimentos e sugerimos de onde vai sair essa fiscalização. Trouxemos dados que são elementos fortes e pleiteamos abrir o comércio porque esse número de desempregados pode crescer muito e as consequências serão muitas”, alertou Eduardo.

Casa do Empresário de Valença reivindica abertura do comércio (3)

Antônio Jorge. presidente da ACE.

O presidente da Associação Comercial e Empresarial – ACE, Antônio Jorge, sinalizou a expectativa com a reunião. “Sempre ficamos na expectativa de avanços, tem que existir o equilíbrio das ações e tem que haver um consenso de todas as partes, porque apenas o viés saúde é insuficiente para definir as ações, precisamos ter o viés social e o viés econômico como aliados à saúde”, afirmou.

gonzales

José Carlos Gonzales, representante do Rotary Club de Valença.

José Carlos Gonzales, representante do Rotary Club comentou sobre a pouca representatividade de membros do comitê municipal. “Só vieram três pessoas do comitê, esperávamos a presença da secretária de saúde, o prefeito, mas a esperança é que essas três pessoas presentes aqui levem as nossas colocações”, disse.

Casa do Empresário de Valença reivindica abertura do comércio (4)

Maristela Vieira, procuradora do município.

A procuradora do município, Maristela Vieira, ressaltou a importância da reunião com os setores da sociedade. “O Conselho Comunitário nos permite trazer essa realidade econômica, realidade da empregabilidade, e os argumentos que trazem aqui são frutos de pesquisa, nós aprendemos muito aqui. Os dados apresentados, percentuais em relação à Bahia e, em relação ao Brasil, às nossas empresas da cidade, isso nos dá uma visão dessa complexidade que é um município. Dentro dessa visão, a gente consegue filtrar o que está acontecendo de emergencial, de pontual, e o que pode esperar, diante disso a gente leva para o comitê técnico que tem a visão epidemiológica da cidade para que a gente possa harmonizar esses dois aspectos da nossa vida comunitária, social e ao mesmo tempo de saúde e econômica”, pontuou.

Casa do Empresário de Valença reivindica abertura do comércio (13)

Alcides Bulhões, presidente da OAB-Valença.

O presidente da OAB-Valença, avaliou a ação do comitê comunitário. “Esse comitê é muito importante enquanto órgão consultivo porque traz a representatividade de toda a sociedade para que as decisões do comitê principal venham arraigadas de motivação e em consonância com aquilo que a sociedade busca, então a gente tem que continuar sempre dialogando e buscando inovações. Esse é o momento de reflexão, onde tem representatividade de todos os órgãos para que o município também possa ter essas decisões o mais justas possíveis”, considerou.

Paulo Martins, secretário de Indústria e Comércio, também avalia como positiva a ação do comitê. “Eu acho muito importante esse comitê, porque o comitê do governo foca na saúde, que eu sei que está em primeiro o lugar, mas o comitê tem que abranger outras áreas também, social, econômica, porque o município sem ter a participação da economia vai acabar falindo e se isso acontecer, vem o desemprego, a fome a violência, então todas as áreas precisam ser avaliadas”, destacou.

O comitê comunitário volta a se reunir na próxima terça-feira, 2 de junho, às 11 horas, no mesmo local.

.

Fonte/Fotos: Jornal Valença Agora

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.