“Em mais de 34 anos na área da educação, eu nunca vi uma situação tão crítica como a que estamos vivendo agora”, afirmou a professora Marineide Santos, presidente do Conselho Municipal de Educação (CME), durante mais uma reunião com representantes do Conselho Municipal da Alimentação Escolar (CAE), do Conselho Municipal do Fundeb, da Comissão de Educação da Câmara de Vereadores e da APLB, realizada na última sexta-feira (1°), no auditório da Casa do Empresário. O objetivo da reunião foi discutir e refletir sobre a atual situação da educação pública no município.

Além dos conselheiros, o encontro contou com a presença do pai de uma aluna da rede pública escolar da zona rural de Valença, que desabafou sobre os problemas da falta de transporte enfrentados pelos alunos para frequentar as escolas.

Pai de aluna da zona rural compartilha sentimento de frustração com a falta de transporte escolar (Foto: Valença Agora)

A presidente do Conselho do Fundeb, Márcia Rocha, afirmou que o ano letivo iniciou sem nenhuma estrutura. “Isso nos dá uma profunda tristeza, estamos fazendo de conta que estamos ofertando educação, pois não há aprendizado em um ambiente deprimente e uma situação precária pela qual nossos alunos e professores estão tendo que lidar”.

Muitos alunos da rede pública municipal estão sem transporte escolar, precisando muitas vezes caminhar longas distâncias para chegar à sala de aula. Muitos estão impedidos de frequentar a escola devido à falta de transporte. A situação precária na infraestrutura das escolas também foi indignação geral dos participantes da reunião.

“Todo esse problema por causa da falta de planejamento, da morosidade, pois recursos nunca tiveram tanto como temos agora”, afirmou Márcia Rocha.

A tentativa de diálogo com o poder público tem frustrado os Conselhos. De acordo com os pronunciamentos, as secretarias municipais de educação e de finanças recusam reunião com os conselheiros, de forma que “resta aos Conselhos prestar denúncia ao Ministério Público do descaso com a educação”, afirmaram.

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As presidentes Marineide e Márcia destacaram que os Conselhos não tem o objetivo de judicializar assuntos, mas que no fracasso dos diálogos e ações do poder público, não há outra saída. Ainda segundo as conselheiras, os Conselhos podem ser punidos se não agirem no seu papel de defesa da educação.

A presidente da APLB, Luciene Chagas também compartilhou seu sentimento de angústia pela situação da educação, com escolas precárias sendo reformadas no ano em que a aula presencial retorna, sendo que devido à pandemia, o município teve dois anos para iniciar as reformas.

Marivam Paixão, presidente do CAE reiterou a insatisfação com os rumos da educação na gestão pública atual, cobrou o compromisso dos vereadores, em especial os componentes da Comissão de Educação Bertolino Júnior e Cássio da Pesca, que não se fizeram presentes, nem justificaram ausência.

Apenas o vereador Reginaldo Araújo compareceu ao encontro e, em seu pronunciamento sugeriu que os profissionais da educação municipal realizassem uma manifestação mobilizando a comunidade sobre a situação da educação, e atualizou os conselheiros sobre medidas tomadas pelo legislativo em defesa da educação pública municipal.

 

 

 

 

 

 

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