Fonte: Galileu | Imagem em destaque: Ilustração do mundo do tamanho da Terra, chamado TOI 700, recém-descoberto por cientistas NASA/JPL-Caltech/Robert Hurt

O planeta com 95% do tamanho terrestre está em outro sistema, composto por outros três mundos que orbitam uma estrela anã vermelha

Chamado TOI 700 e, um planeta em zona habitável praticamente do tamanho da Terra foi descoberto por cientistas usando dados do Transiting Exoplanet Survey Satellite (TESS), da Nasa.

O impressionante achado foi apresentado na 241ª reunião da Sociedade Astronômica Americana, em Seattle, no estado norte-americano de Washington. Um artigo sobre o planeta, com 95% do tamanho terrestre, será publicado no periódico The Astrophysical Journal Letters, conforme anunciou a agência espacial norte-americana na última terça-feira (10).

TOI 700 e

O astro leva 28 dias para orbitar sua pequena e fria estrela, TOI 700, uma anã vermelha que fica a cerca de 100 anos-luz, na constelação Dorado.

Provavelmente rochoso, o planeta orbita dentro da zona habitável da anã vermelha, o que significa que está em uma faixa de distância onde a água líquida pode ocorrer. O TOI 700 e está em uma zona habitável otimista — intervalo no qual o líquido pode estar presente em algum momento da história de um planeta.

O astro faz parte de um sistema composto por outros três mundos: TOI 700 b, c e d, descobertos anteriormente por astrônomos. O planeta TOI 700 d também apresenta o mesmo tamanho da Terra. Sua órbita leva 37 dias, o que significa que está em zona habitável conservadora, faixa onde se supõe que a água líquida poderia existir durante a maior parte da vida do planeta.

Já o mundo mais interno, TOI 700 b, tem cerca de 90% do tamanho da Terra e orbita a estrela a cada 10 dias. Por sua vez, TOI 700 c é 2,5 vezes maior que a Terra e completa uma órbita a cada 16 dias.

“Este é um dos poucos sistemas com vários planetas pequenos e de zona habitável que conhecemos”, disse Emily Gilbert, pós-doutoranda do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa (JPL), que liderou o trabalho, em comunicado.

TESS

O satélite TESS monitora grandes áreas do céu por aproximadamente 27 dias por vez. “Esses longos olhares permitem que o satélite rastreie as mudanças no brilho estelar causadas por um planeta passando na frente de sua estrela de nossa perspectiva, um evento chamado de trânsito”, segundo a Nasa.

A missão usou essa estratégia para observar o céu do Hemisfério Sul a partir de 2018, antes de se voltar para o céu do norte. Mas os cientistas precisaram de um ano adicional de observações do TESS para descobrir o TOI 700 e.

“Se a estrela estivesse um pouco mais próxima ou o planeta um pouco maior, poderíamos ter encontrado o TOI 700 e no primeiro ano de dados do TESS”, explicou Ben Hord, pesquisador graduado no Goddard Space Flight Center da Nasa. “Mas o sinal era tão fraco que precisamos de um ano adicional de observações de trânsito para identificá-lo.”

Em 2020, a equipe então voltou ao céu do sul para observações adicionais, conseguindo refinar os tamanhos originais dos planetas, que são cerca de 10% menores do que os cálculos iniciais.

De acordo com Gilbert, o planeta recém-descoberto é ainda cerca de 10% menor que o planeta d, então o sistema também mostra como as observações adicionais do TESS podem ajudar na detecção de mundos cada vez menores.

As descobertas também ajudam os cientistas a aprenderem mais sobre a história do nosso próprio Sistema Solar. O estudo de acompanhamento do sistema TOI 700 agora segue em andamento.

“O TESS acaba de completar seu segundo ano de observações do céu do norte”, afirmou Allison Youngblood, astrofísica pesquisadora e vice-cientista do projeto TESS no Goddard. “Estamos ansiosos pelas outras descobertas emocionantes escondidas no tesouro de dados da missão.”

O vídeo abaixo mostra uma simulação do sistema do qual o planeta TOI 700 e faz parte. Confira:

Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.