Objetivo é ser um espaço permanente de troca de experiências para contribuir com os municípios que precisam se adequar à Política Nacional dos Resíduos Sólidos

 O Fórum pelo Fim dos Lixões (FFL) foi lançado nesta terça-feira, 20, em Valença, com a meta de facilitar a adequação da lei pelas cidades que ainda não dispõem de aterro sanitário, através da troca de conhecimento e trabalho em conjunto.

Participaram do encontro formando a mesa diretora, o prefeito anfitrião, Jairo Baptista; o vice-prefeito Joailton Manoel; o chefe de gabinete do INEMA, Welton Luís Costa; a presidente da Associação das Mulheres do Tarimba Orobó, Marilúcia Santos Almeida; o secretaria de Meio Ambiente de Gandu; Jorge Sarmento e o Mestre Cobra Mansa, representante do Kilombo Tenondé. Secretários de Meio Ambiente, diretores, vereadores, ambientalistas e representantes da sociedade civil organizada de vários municípios do Estado, também participaram do evento realizado no auditório da Casa do Empresário de Valença.

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Foto: Ascom Valença

Coordenando o Fórum, o secretário do Meio Ambiente de Valença, Marcelo Borges, destacou que o evento tem a missão de sensibilizar a população e as esferas do poder público sobre a importância de se fechar os lixões no Brasil. “Para isso acontecer precisamos envolver a população, os políticos, os ativistas numa construção coletiva e transversal. A discussão precisa ser consistente a fim de criarmos cooperativas, inserir os catadores nesse processo garantindo a geração de renda, fortalecer a educação ambiental e consolidarmos uma política de coleta seletiva”, sugeriu o secretário.

Em sua saudação, o prefeito Jairo Baptista ressaltou o comprometimento do município e sua responsabilidade em sediar o lançamento do FFL. “Podemos transformar o lixo em riqueza, então eu vejo com bons olhos essa iniciativa partindo aqui de Valença”, frisou.

O vice Joailton reconheceu que o fim dos lixões como o de Valença, localizado no Orobó com 40 anos de existência, é um grande desafio. “Esse evento marca uma decisão de governo de acabar com o lixão. Temos consciência da complexidade, mas temos confiança que vamos resolver isso contando com a ajuda de toda a sociedade”, pontuou.

Representando a secretaria de Meio Ambiente do Estado da Bahia, o chefe de gabinete do INEMA, Welton Rocha considerou a iniciativa indispensável na solução do problema dos lixões. “A gente sabe do desafio, mas precisamos aproveitar as oportunidades. É preciso conscientizar todas as cidades sobre o cuidado com o nosso meio ambiente, dessa natureza conservada que temos aqui e que não existe em nenhum outro lugar do mundo em termos de beleza, clima e sustentabilidade. O INEMA estará junto com vocês nessa iniciativa importante para a preservação do nosso planeta”.

A presidente da Associação das Mulheres do Tarimba Orobó, Marilúcia Santos compartilhou a vivência da comunidade que mora nas proximidades do lixão de Valença, considerando uma triste realidade. “Vamos nos unir, vamos nos organizar e realmente tirar esses projetos do papel do papel, pois a natureza e a população agradece. Todos terão ter um viver bem melhor com o fim do lixão”, sinalizou. 

Contribuindo com a discussão, o secretário de Meio Ambiente de Gandu, Jorge Sarmento frisou que neste momento é importante já reforçar a educação ambiental. “É preciso que a gente faça a nossa parte. Esse fórum é de suma importância, contudo é preciso um trabalho forte de conscientização popular”, opinou. 

Mestre Cobra Mansa acrescentou que para o fim do lixão acontecer de fato é necessária a boa vontade do poder público. “Sem a boa vontade do poder público é quase impossível da sociedade sozinha dar prosseguimento a um projeto tão grandiosa como esse. Sustentabilidade tem a ver com o futuro e não com o que estamos vendo agora”, ponderou. O ativista destacou a necessidade da educação ambiental para reduzir a produção de resíduos sólidos.

Conforme o Marco Legal do Saneamento Básico do Brasil, os municípios com população entre 50 mil e 100 mil habitantes têm até agosto de 2023 para implantar sistema de coleta e tratamento dos resíduos sólidos. Para municípios abaixo de 50 mil habitantes, o prazo é até agosto de 2024. Conforme o Marco Legal, até 2040 devem ser recuperados 48,1% dos resíduos sólidos produzidos no Brasil, o que atualmente ocorre em pouco mais de 2%, de acordo com o Ministério do Meio Ambiente.

Com a instalação do FFL, foi eleita a primeira equipe que irá conduzir os trabalhos para formação de uma diretoria, com a coordenação do secretário de Meio Ambiente de Valença, Marcelo Borges. 

O público presencial e virtual do Fórum deram suas contribuições ao assunto. Presente no encontro, o diretor do Jornal Valença Agora e presidente da Associação Comercial e Empresarial de Valença, Vidalto Oiticica parabenizou a construção coletiva de soluções para o lixão nas cidades brasileiras e destacou a importância de parcerias. “A Casa do Empresário, inclusive, está desenvolvendo uma parceria com a SEMA sobre conscientização do horário correto de colocar o lixo na rua, fomentando a educação, a boa higiene e a sustentabilidade em nosso município.

O secretário municipal do Meio Ambiente de Wenceslau Guimarães, Eliosmar Fontes (Mazinho), destacou a importância das discussões acerca dessa temática tão vital para a melhoria da qualidade de vida da população. “Muito importante essa participação, pois entendemos que essa discussão já chega a nível nacional e a gente percebe aqui os municípios dando os primeiros passos para erradicar os lixões. É importante essa busca de informações, a troca de experiências para que nosso município também possa avançar nesta pauta essencial para a sociedade”, explicou.

 

O evento superou as expectativas, de acordo com Borges, que anunciou uma reunião com o futuro governador da Bahia, bem como um encontro com representantes municipais no início de 2023, em Salvador.

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Evento foi realizado no auditório da Casa do (Empresário de Valença Foto: Valença Agora)

 

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