Familiares, amigos e políticos participaram de velório na Câmara de Vereadores de Taperoá

Faleceu no dia 18 de março, o médico Everardo Lima Ramos, 71 anos, Clínico Geral, atuante da rede pública de Nilo Peçanha e rede particular de Taperoá Dr. Everardo não resistiu às complicações da Covid-19 e veio a óbito no Hospital Prohope, na capital baiana, onde estava internado a aproximadamente 45 dias.

Natural de Caetité-BA, Dr. Everardo era companheiro de Priscila, pai do advogado Everardo Lima Ramos Jr., da ex-vereadora de Taperoá, Geovana Ramos e  Eduardo Ramos, frutos de seu primeiro casamento com a advogada Ivonise Ramos. Teve ainda João Ramos, de seu atual relacionamento. Foi vice-prefeito de Taperoá e também exerceu o cargo de vereador no mesmo município.

Seu velório realizado na Câmara Municipal de Taperoá no sábado (19), reuniu familiares, amigos e políticos de Nilo Peçanha e de Taperoá, cidade em que residia. O corpo foi sepultado no cemitério local. O Jornal Valença Agora acompanhou a despedida.

As orações foram conduzidas pelo Padre Gonçalo Marinho, de Taperoá, que na oportunidade enfatizou as boas ações de Dr. Everardo. “Um homem que fez tanta história nas Paróquias de Nosso Senhor do Bonfim de Nilo Peçanha e São Brás aqui em Taperoá. Eu o acompanhei, e o quero muito bem, o que mais toca é a história que esse homem fez nessas duas cidades e muitas pessoas que já passaram dos 50 anos estão dizendo ‘ele era o meu médico, só tomava remédio se ele passasse’. Tem pessoas na cidade de Taperoá que dizem ‘não sei quem eu vou procurar agora porque ele só bastava a olhar, já sabia sobre a pessoa.  Tanto bem esse homem fez em Taperoá e nas comunidades de Nilo Peçanha”, frisou.

Durante a despedida, os presentes prestaram homenagens e destacaram a importância de Dr. Everardo.

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O filho Everardo Lima Ramos Júnior, advogado de Valença, compartilhou a história de muitas lutas e resiliência do pai, o que segundo ele, contribuiu para o seu jeito mais turrão. “O Everardo [pai] que vocês conhecem só foi luta e trabalho, com o jeitão bruto que a gente não entendia, mas que hoje eu entendo perfeitamente. Esse homem ficou órfão de pai aos 12 anos e pouco tempo depois foi colocado dentro de um carro para estudar em Salvador, ele nunca ouviu um eu te amo de um pai, da mãe, e por isso que ele tinha tanta dificuldade de dizer eu te amo, então eu preciso que vocês, e, em especial as animosidades políticas que meu pai teve, sejam perdoadas, ele era um homem que tinha medo do mundo, um homem que viva armado com medo do mundo por causa da vida que teve, essa é a verdade”, considerou.

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Meu pai conheceu minha mãe durante a faculdade e nessa época teve eu e Geovana, depois de formado teve Eduardo e já homem feito teve João Henrique. Assim que se formou foi convocado para servir no Exército como médico, já tinha filhos para sustentar, teve que ir para Barreiras e minha mãe contou que eu tive tanta saudade no início que tive febre muito alta, então o comandante do 4º DEIC cedeu o avião do Exército, de Barreiras até Salvador, porque achavam que eu não ia sobreviver e minha mãe disse que milagrosamente quando vi meu pai, abri o sorriso e a febre passou, febre emocional, depois disso ele resolveu que todo mundo ia para Barreiras e a gente partiu. Minha tia era juíza de Direito aqui em Taperoá e a gente vinha visita-la, nisso nos encantamos pela natureza e pelo povo ordeiro, pacato daqui, minha mãe falou que não ia mais voltar para o sertão, que tinha medo de alguém morrer diante de tanta violência lá, e a gente veio embora”, resumiu Everardo sobre a história da família.

“Eu quero agradecer absurdamente a todos que estão aqui e os que não estão também, pela acolhida nesses quase 40 anos em Taperoá e em Nilo Peçanha, principalmente, pelas possibilidades de vida segura que a gente veio buscar aqui. Meus pais vieram buscar aqui um lugar seguro, de gente ordeira e aqui a gente encontrou isso e muito mais do que isso, então eu peço que todos tirem dez segundos para elevar seus pensamentos, purificar seus corações para que ele possa ter essa consciência e partir em paz e que meu pai possa ter um descanso justo”, afirmou o primogênito Everardo Júnior.

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Também emocionada, a filha Geovana Ramos destacou o amor e o legado do pai. “A história de meu pai é a história de um homem de renuncias, ele renunciava receber dinheiro na Medicina para salvar as pessoas, um homem que fazia todos os sacrifícios para nos dar uma boa educação, para nos dar do bom e do melhor e hoje nós somos homens e mulher de respeito, de dignidade e de muito amor. Ele quis ser enterrado aqui em Taperoá, nós não somos de Taperoá, não temos ninguém que nasceu em Taperoá, mas ele nos ensinou a amar o povo taperoense, e aqui que nós ficamos. Perder meu pai hoje é perder a nossa referência de vida, a gente já tinha perdido a minha mãe e hoje a gente perdemos nosso pai. Feliz de quem foi seu cliente, feliz de quem conviveu com esse seu jeito turrão, feliz das pessoas que tiveram a oportunidade de amá-lo, que orgulho eu tenho de ser Lima Ramos, que orgulho eu tenho de ser parecida com você. Obrigada por todos os ensinamentos que nos deixou. O amor vai nos unir diariamente, eu te amo, como eu sempre te dizia. O seu legado de respeito, de amor a Taperoá, aos seus pacientes, de amor a tudo que você fazia ficará para sempre”, destacou.

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