Cerca de 60 pescadores e marisqueiras do Recôncavo Baiano participam do Curso de Derivados do Pescado no Centro Vocacional Tecnológico do Pescado (CVTT), localizado no distrito de Acupe, em Santo Amaro. Vinculado à Bahia Pesca, o CVTT foi inaugurado em janeiro deste ano com o objetivo de transferir conhecimento e tecnologia que melhorem a vida de quem vive da pesca e da mariscagem. Divididos em dois grupos, cada um com 30 pessoas, durante dois dias, os participantes aprendem, gratuitamente, como fazer o manuseio do peixe do momento em que é fisgado, passando pelo armazenamento correto até a preparação de petiscos e quitutes com sabor diferenciado e elevado valor nutricional.
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Moradora de Saubara, Elienai Machado, 34 anos, marisca com a família na região desde criança. A expectativa dela é compartilhar os conhecimentos obtidos durante a capacitação no CVTT com a comunidade onde vive. "Viemos aprender coisas novas, que nunca vimos lá. Estou vendo [a realização deste curso] pela primeira vez. Espero aprender tudo o que eles [os instrutores] têm para ensinar pra gente. Vou levar esse conhecimento para as pessoas de lá". Sobre o local onde está sendo realizada a atividade, a marisqueira diz ter ficado impressionada com a estrutura. "Achei o centro uma maravilha. Muito lindo e organizado".
Do município de Sobradinho, no norte do estado, a instrutora Aparecida Mendes, conhecida como Cida Pescadora, está em Acupe especialmente para ensinar marisqueiras e pescadores a prepararem produtos à base de peixe que lhes permitam incrementar a renda. "Vamos passar para eles a experiência de fazer o espetinho, kafta, kibe e almôndega, linguiça, croquete, biscoito e hambúrguer - todos feitos de peixes. São oito tipos de produtos. Quatro para a linha de barzinho e quatro para a merenda escolar". Alguns produtos também podem ser desenvolvidos tendo como base o sururu, ostra, siri, entre outros mariscos e crustáceos.
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Diferencial 
Aos 31 anos, Valdemir Rufino Filho, chamado por Índio pelos pescadores de Madre de Deus, onde mora, mantém a família da pesca de mergulho e também da mariscagem. Segundo ele, parte do que é pescado vai para o sustento familiar e a outra é comercializada na região. Na opinião de Índio, ampliar o conhecimento o torna mais preparado para continuar no mercado que, de acordo com ele, está cada vez mais competitivo. "Quanto mais a gente aprende, mais chance temos de aumentar a renda. Fazer um salgado com o peixe, fazer uma farinha para vender. As pessoas têm que inovar sempre. Lá [em Madre de Deus] nós, pescadores, brigamos [disputamos] para ver quem vende mais. Então, se eu tiver uma mercadoria nova, é lógico que é mais uma porta que se abre para mim".
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O CVTT funciona na Fazenda Oruabo, onde também são realizadas pesquisas da Bahia Pesca voltadas para a maricultura. No local, são desenvolvidos estudos em tanques para a produção de camarão e peixes, por exemplo. De acordo com o gerente do centro, Jorge Figueiredo, o CVTT foi criado para proporcionar mais qualidade de vida a pescadores, marisqueiras e ribeirinhos. "A intenção é trazer o conhecimento das academias para o pescador. Então, a ideia é interagir o desenvolvimento de tecnologias com o pescador. Tudo isso vai trazer para eles essas tecnologias para agregar valor aos seus produtos, que hoje eles ainda vendem diretamente para atravessadores".
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Fonte: Ascom/GOVBA
Fotos: Mateus Pereira/GOVBA

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