Ela alertou piloto que avião da Chapecoense tinha combustível insuficiente. Celia Monasterio procurou PF e MPF porque estaria sofrendo ameaças.

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O pedido de refúgio feito à Polícia Federal (PF) por Celia Castedo Monasterio, funcionária da Aasana (Administração Autônoma de Serviços Aeroportuários e Navegação Aérea da Bolívia), foi encaminhado ao Ministério da Justiça. Segundo a PF, Celia pediu refúgio em Corumbá (MS) porque estaria sofrendo ameaças após acidente com avião da delegação da Chapecoense.

A funcionária da Aasana disse às autoridades que alertou o representante da LaMia de que a quantidade de combustível da aeronave era insuficiente e que não seria possível chegar a outro aeroporto no caso de uma emergência.

O prazo para a resposta do pedido de refúgio pode durar até um ano. Enquanto isso, Celia pode permanecer no Brasil e precisa manter todos os contatos atualizados, como endereço de hospedagem e telefone, detalhes que a PF não divulgou. Se o pedido for recusado, ela precisa voltar à Bolívia.

Na delegacia da PF, ela recebeu um documento provisório, uma espécie de RG, que ela vai poder usar durante um ano no Brasil como uma imigrante legal.
Celia ficou quase 15 horas sendo atendida por procuradores no Ministério Público Federal (MPF), em Corumbá, na segunda-feira. O advogado dela saiu do órgão sem dar declarações. Por volta das 23h (de MS), os policiais federais foram buscar Celia no órgão.

As investigações apontam que foi ela quem recebeu o plano de voo do avião da LaMia. As observações de Celia Castedo eram de que o tempo de voo era igual à autonomia do avião, que isso não era adequado, e que fazia falta um plano alternativo. A principal advertência se referia ao tempo de voo previsto entre Santa Cruz de La Siera e o aeroporto da cidade colombiana de Medellín (quatro horas e 22 minutos), que era o mesmo registrado para a autonomia de combustível que tinha a aeronave.

O relato foi feito às autoridades depois do acidente. A funcionária foi afastada das funções desde a última quinta-feira (1º).

Celia foi indiciada pelas autoridades da Bolívia, que abriram formalmente uma investigação para saber se houve negligência da funcionária.

Na segunda-feira (5), em Santa Cruz de La Sierra (Bolívia), o presidente do sindicato dos funcionários da Aasana disse que estão tentando transformar Celia em bode expiatório e que, pelas regras da aviação boliviana, Celia não teria como barrar o avião. Ele leu um documento da agência boliviana sobre as responsabilidades do cargo e que, segundo ele, mostra que a funcionária não tinha como suspender um voo.

 

G1

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