Desde o dia 17 de maio por volta das 11 da manhã , O Minc (Ministério da Cultura), Ba foi ocupado por artistas, movimento sociais, estudantis e coletivos. Cada dia da resistência, debate, roda de conversa, oficinas, espetáculos, apresentações culturais acontecem no prédio do MINC situado no Pelourinho.

Falaram o músico e maestro da Orquestra Rumpilezz Leitieres Leite e a liderança da cultura do subúrbio Ana Valeska:

“Hoje essa ocupação é de ordem política. Ela vem na perspectiva de colocar-se diante e afrontando todo esse tipo de ingerência que vem na perspectiva de nos aniquilar, nos anular, de tirar da gente o que a nossa diversidade enquanto povo, enquanto cultura brasileira.”

A Ocupação ocorreu de forma pacífica. Organizada pelos profissionais da cultura, produtores,, artistas e gestores. A permanência no local é por tempo indeterminado.

 

Carta Aberta do OcupaMinC BA, Salvador, 17 de Maio de 2016

 

Artistas, produtores, trabalhadores da cultura e movimentos sociais ocuparam o Escritório Regional do Ministério da Cultura e da Fundação Palmares em Salvador, sem violência, sem agressividade e sem conflito.

Ocupamos para demonstrar insatisfação generalizada com o governo interino. Não é legítima a forma como ele foi empossado, não é legítima a extinção e fusão de ministérios, não é legítimo o enfraquecimento dos mecanismos de controle independentes, não é legítima a diminuição da representatividade. Não respaldamos esse governo!

As primeiras falas, as primeiras ações, a estética e as primeiras posturas deste governo apontam na direção do retrocesso, do autoritarismo, da austeridade, da violência institucional e derespeito às conquistas históricas de espaços de diálogo com a sociedade.
A ocupação é horizontal e por tempo indeterminado, e está aberta a somar forças. Essa luta é de todas e todos, mobilizem-se!

Entendemos sim que trata-se de um golpe.

Dizemos não.

Não ao golpe.

O MinC é nosso.
Fora Temer.

roda_de_capoeira

Roda de capoeira Angola, com o Bando Tupinambá , o Bando anunciador do Mestre Lua Rasta, o grupo Angoleiros do Mar, Angoleiros do Sertão , Zimba , Fica Valença organizada dia 17 de maio na frente do MINC

Contra Mestre Sapoti

‘’Estamos aqui porque faz parte de minha militância, a capoeira Angola como bem cultural. Eu vivo da cultura! Estamos passando por uma situação muito grave , terrível um golpe . A maioria da população esta tomando essas resoluções como um ato politico normal .Eles vão cortar o ministério da cultura , diminuindo as verbas para a cultura do pais . Vamos retroceder anos de lutas que nos artistas vimos conquistando. A capoeira Angola está aqui para dar apoios ! Em quantos movimentos de resistências.’’

Elzinha Abreu

‘’Nossa ideia foi fazer uma roda, acreditamos na capoeira como movimento cultural , a gente está sem opção com nosso pais , não é nossa escolha de estar hoje no MINC ou não estar , esse golpe não da mais opções . A sociedade precisa se movimentar, buscar uma forma de se movimentar , de se unir . E um movimento de apoio para a cultura .‘’

Manifestações culturais acontecendo na frente do MINC em apoio ao movimento de ocupação:

danca

Solo dança Afro Contemporânea da Artista Claudio Mayenenmayer (CHILE)

No dia 21 de Maio o Minc foi restituído. O que divisa a classe artística, os contra Temer e os pro-Temer!

O Minc havia sido transformado em secretaria, incorporada ao Ministério da Educação, o que havia provocado uma onda de protestos.

Percussões

Percussões

Durou uma semana. Assim que tomou posse, no último dia 12, o presidente em exercício, Michel Temer, transformou o Ministério da Cultura em uma secretaria ligada ao Ministério da Educação. A mudança provocou uma onda de protestos em todo o país. Houve manifestações e ocupações de prédios do ministério em 21 capitais.

O governo vai recriar o Ministério da Cultura por medida provisória, que ainda vai ser publicada. O primeiro a saber da decisão do presidente em exercício, Michel Temer, foi o ministro da Educação.

“Eu acho que é um gesto para que fique claro que a disposição do governo sempre é do diálogo. Há disposição de construir aquilo que é essencial, uma base cultural forte e que o governo federal promova e apoie a cultura em todo o Brasil”, disse o ministro da Educação, Mendonça Filho.

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