Kleber Assis

Tem um ditado popular que diz: “errar é humano; permanecer no erro é burrice”. Antes disso, saliento que as minhas críticas não são sui generis, ou seja, não são construídas pensando em fulano, beltrano ou ciclano, mas, nas percepções obtidas através das minhas experimentações, vivências e leituras. Além, logicamente, de entreter e despertar o leitor para enxergar processos, através de outras perspectivas.

Nesses últimos dias, estive pensando em como podemos fazer para tornar a nossa cidade melhor; com governos e gestões que a promovam de maneira sustentável, com ações voltadas às políticas públicas e que incentive boas práticas. Que pensasse não só na mobilidade, como também na acessibilidade e em transportes públicos de qualidade, promovendo assim, um desenvolvimento planejado, arborizado e com preservação da vegetação nativa, mas, na minha opinião, essas mudanças dependem da formação, do planejamento, da estratégia e da proatividade dos gestares, sejam eles do serviço público ou privado.

Notem que, grande parte dos gestores valencianos são iguais a Renato Paiva (ex-treinador do Esporte Clube Bahia). Como torcedor apaixonado do clube, falo isso ensandecido. O português, ex-técnico do Bahia, chegou ao clube em dezembro/2022, com discurso idêntico àquilo que o torcedor queria, mas, até setembro/2023, o que vimos, foram invencionices táticas, em que, ou o time produzia e não convertia as oportunidades em gols, logo, os triunfos (torcedor do Bahia que se preza, não fala o nome do rival, quando o assunto é ganhar um jogo) não vinham ou víamos um time apático técnico e taticamente, sendo capaz, inclusive, de tomar 6 a 0 do Sport, em fevereiro desse ano. Não quero aqui, desconsiderar os méritos do Sport, mas, se compararmos as séries em que os times jogam, os investimentos e as folhas de pagamentos dos dois clubes, fica ainda mais evidente o tamanho do placar.

Via em Paiva, um profissional com uma altíssima representatividade – como a própria torcida do Bahia diz: “o Bahia é o mundo” -, mas, que não gostava de ser questionado, sabatinado e nem chamado à responsabilidade. Pela timidez tática, improdutividade e ineficiência do Bahia, via um arrogante e prepotente entregador de camisas… erradas, por sinal.

Deixando de alimentar com as minhas angústias sobre o Bahia os torcedores do time rival e, voltando a falar dos nossos gestores públicos e/ou privados, sabemos que nem todos são como Paiva; poucos! Mas, por que escolhemos ou oportunizamos gestores parecidos com ele? Por que existem em maior quantidade ou por não terem se comportado, como tal, em outras ocasiões? Essas faltas táticas e erros na escalação, são propositais ou por descuido? Será que não gostamos de gestores como Paiva, com um discurso bonito e forte, mas, no final, não sabe, não quer ou não pode entregar a camisa àquele jogador que saiba jogar naquela posição?

Eu poderia ficar aqui levantando hipóteses, a semana toda e as respostas que acho cabidas, não fará diferença nenhuma, enquanto todos nós não tivermos consciência da nossa responsabilidade e de que gestores são eleitos e/ou escolhidos e/ou contratados, para planejarem órgãos e/ou empresas e/ou cidades sustentáveis, plurais, multidisciplinares e responsáveis com o desenvolvimento dela própria e da micro e da macrorregião, onde estão localizadas; isso, se quiserem ser grandes. Sobre errar, munícipes e/ou gestores, é normal, desde que não percamos a consciência de que temos a obrigação de construir um caminho diferente. O que não podemos é continuar errando, transferindo responsabilidades e, pesarosos, choramingarmos que a cidade não sorte com os seus gestores.

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