Expositores se inspiram no centenário da Arte Moderna no Brasil na 10ª edição do CETENARTE

Projeto do colégio Ceten, o CETENARTE envolve a comunidade escolar na produção de telas e manifestações artísticas no encerramento do ano letivo

Obras artísticas produzidas pelos estudantes do Ceten (Foto: Valença Agora)

Foi realizada no último dia 30 de novembro, a 10ª edição do projeto CETENARTE do Centro de Educação Tempo Novo – Ceten. O evento reuniu professores, alunos, pais, familiares e comunidade na quadra do colégio para apreciar a produção artística das turmas do 6º ano do Fundamental à 3ª Série do Ensino Médio, que este ano foram inspiradas nos cem anos da Arte Moderna no Brasil.

Murila Ayala, coordenadora pedagógica do Ceten (Foto: Valença Agora)

A coordenadora pedagógica Murila Ayala Carneiro destaca as razões pela qual o CETENARTE é tão importante no desenvolvimento dos alunos. “O CETENARTE faz parte da história do CETEN mostrando sempre a arte como um todo e trabalhando de forma interdisciplinar. A cada ano esse projeto nos apresenta novos artistas, novas expressões, a gente tem a possibilidade também de conhecer algumas inquietações e emoções dos alunos por meio da arte. As famílias também conhecem seus filhos por meio da arte, esse foi o testemunho de uma mãe esse ano, que percebeu um trauma de infância de uma questão familiar que sua filha guardava para si, mas na arte ela expressou, então o CETENARTE trabalha e traz todos esses tipos de emoções, de expressões, de sentimentos, de pensamentos, para mim é um projeto maravilhoso. A arte é completa, ela desenvolve não só questões motoras, mas o pensar e o expressar”, considerou.

Visitantes prestigiam o 10º CETENARTE (Foto: Valença Agora)

Orientadora e organizadora do CETENARTE, a professora de Artes Cris Maciel relata o eixo do projeto este ano e os benefícios que ele proporciona para a comunidade escolar. “O CETENARTE nasceu em 2012 nessa proposta de termos um momento em que os alunos pudessem expressar através da pintura e através de outras linguagens artísticas, todas as emoções, todo o conhecimento que eles vem acumulando ao longo dos anos dentro do campo das artes”, afirma.

Cris Maciel, orientadora do CETENARTE e professora de Artes (Foto: Valença Agora)

“Este ano estamos completando 100 anos de Arte Moderna do Brasil, que foi o momento que os artistas romperam com aquele tipo de arte clássica, padrão, com aquela única maneira de fazer arte para uma maneira nova, uma maneira de livre expressão, com liberdade, com capacidade de expressar como ele estava sentindo o mundo ou o que ele desejava para o mundo, e isso faz diferença no nosso cotidiano, isso faz diferença dentro da escola. O aluno que entende que ele é senhor de si, que ele é livre, que ele pode se expressar na condição que ele tem e na condição que ele é, não só nas artes, mas em todos os outros cantos, é um cidadão sendo formado para saber viver nesse mundo, para saber lidar com as questões todas que estão no mundo”, explica Cris Maciel sobre a proposta do projeto nesta edição.

Estudantes Talita e Danton com a professora Cris Maciel (Foto: Valença Agora)

Com base no tema da Arte Moderna, os alunos foram convocados a produzir telas a partir de referências indicadas. “Essa exposição não foi feita aleatoriamente, ela foi feita dentro da proposta de arte moderna, mas os alunos receberam alguns comandos e algumas referências para produzir”, acrescenta a organizadora do CETENARTE.

As telas apresentação produções baseadas na arte circense, no movimento artístico fauvismo, no movimento futurista das obras do italiano Fortunato Depero, na arte surrealista de Salvador Dalí, na Pop Art, em reflexões sobre os temas dualidade, naturalidades e temporalidades.

“Todas as turmas tiveram uma proposta para ser trabalhada, de maneira livre para inclusive validar o que pregava os modernistas. O CETENARTE é isso, é você estar livre para se expressar e você expectador estar livre para interpretar da maneira que lhe convir, mas ninguém pode sair daqui sem ser tocado ou mobilizado, nem que seja por uma tela de um aluno”, completa Cris.

Alone Góes, professora de Artes e Dança (Foto: Valença Agora)

Para a professora de Dança e Artes, Alone Góes, trabalhar a arte é trabalhar o ser humano em sua totalidade. “Nós não somos apenas o lado cognitivo, nós somos ricos, temos a parte da emoção, dos sentimentos, então quando a gente trabalha a arte dentro da escola a gente dá a possibilidade para que esses valores emocionais, sentimentais, psíquicos também venham à fora. Então quando o Ceten se propõe a trabalhar a arte ele também está se propondo a trabalhar o ser humano na sua integridade, na sua totalidade, não apenas o lado cognitivo do conhecimento analítico, do senso crítico, mas também a parte da sensibilidade humana, da criatividade, do desenvolvimento das percepções artísticas e principalmente da observação, porque aqui agora mesmo do CETENARTE muitas telas que foram expostas foram feitas a partir da observação de outras obras, então por isso que é muito importante a gente trabalhar a arte na escola também e o Ceten está de parabéns por isso”, avalia Alone.

Glória Souza, diretora geral do Ceten (Foto: Valença Agora)

Conversamos também com a diretora do Ceten, Glória Souza, que é defensora da arte como recurso pedagógico educacional. “A arte é super importante na vida do ser humano, até porque ela consegue trabalhar as emoções, o aluno consegue expressar o que está sentindo. A arte sempre foi o carro chefe da escola, não só a pintura, mas todas as manifestações artísticas como a dança, o teatro, a música. Percebemos que na pandemia nossos alunos ficaram emocionalmente muito abalados, então a gente tem que fazer alguma coisa para ocupar esse vazio, esse espaço e eles terem um momento para colocar tudo isso para fora, para se expressar é fundamental, então o CETENARTE não é apenas uma exposição de quadros, é a arte em suas várias formas de expressão”, afirmou Glória.

Para a diretora o Ceten atende às necessidades atuais dos estudantes. “Apesar do Ceten já ter 30 anos e ter crescido muito, ele continua sendo família, e quando a gente fala que é família é porque os pais têm a oportunidade de discutir com a gente no dia a dia sobre o seu filho, a gente faz uma escuta diária, tanto de pais, como de seus filhos. O adolescente que vier para o Ceten, seus pais tem garantido que esse filho vai ser escutado em todos os momentos da vida dele, momentos bons e momentos ruins, então a gente vai muito além de conteúdo, a gente se preocupa muito com a questão emocional desses seres humanos, porque se você não está bem emocionalmente, a aprendizagem fica a desejar uma coisa está ligada a outra. Os pais podem trazer seus filhos, inclusive conversar com outros pais para saber como o Ceten funciona e o que é o Ceten. Seu filho vai ser cuidado e escutado e não importa a idade, a gente cuida da educação infantil ao ensino médio”, ressaltou Glória, anunciando que as matrículas 2023 já estão abertas.