Sindicato de Produtores Rurais de Ituberá, Coopafbasul e Coopalm se unem para revitalizar cadeia produtiva da pupunha no Baixo Sul

Programa A-TeG Pupunha conta 15 técnicos agrícolas que fazem o acompanhamento, assistência técnica e gerencial a 450 produtores de pupunha no Baixo Sul (Foto: Valença Agora)

No dia 27 de abril, um encontro realizado na sede da Ceplac em Ituberá apresentou os indicadores da assistência técnica e gerencial aplicada gratuitamente em mais de 400 propriedades rurais na região do Baixo Sul, produtoras de pupunha. A ação é uma iniciativa do Sindicato dos Produtores Rurais de Ituberá em parceria com a Coopafbasul (Cooperativa dos Agricultores Familiares do Baixo Sul) e a Coopalm (Cooperativa de Produtores de Palmito do Baixo Sul), realizada pelo Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural) por meio do programa A-TeG Pupunha, que tem vigência de dois anos e atende os municípios de Camamu, Ituberá, Nilo Peçanha e Valença.

Por meio do ATeG, quinze técnicos agrícolas visitam mensalmente as propriedades rurais para transmitir as tecnologias necessárias para aumentar a produtividade e a qualidade do cultivo da pupunha. Cada técnico atende 30 agricultores, totalizando 450 produtores beneficiados pelo programa na região.

Luiz Cláudio, presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Ituberá (Foto: Valença Agora)

Luiz Cláudio, presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Ituberá (Foto: Valença Agora)

"É um prazer para a nossa região ter esses técnicos realizando esse trabalho, pois tínhamos um déficit muito grande de pessoas que pudessem atuar na melhoria da produtividade e do rendimento dos produtores. Esse trabalho é essencial para nossa região, por isso desejamos que cada técnico se esforce para que realmente atenda com qualidade o agricultor, promovendo o aumento do seu rendimento, já que cada área cultivada é a sua fonte de vida. Parabéns a todos e continuem os esforços", afirmou Luiz Claudio dos Santos, presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Ituberá.

A Coopafbasul é uma cooperativa de referência na Bahia, que atua em diversas cadeias produtivas, comprando a produção de seus cooperados e comercializando-as no mercado nacional e internacional. Na cadeia da pupunha, inclusive, a cooperativa já executa o beneficiamento da matéria-prima através da Natuvalle. Gileno Santos, diretor da cooperativa, destaca que a pupunha é uma cadeia agrícola muito importante para a região. “Temos diversos cooperados em todo o Baixo Sul produtores de pupunha, mas a cadeia vinha sendo esquecida e faltava um acompanhamento mais próximo, uma assistência técnica”, enfatiza Gileno, acrescentando a existência de indústrias na região que absorvem essa matéria-prima.

Gileno Santos, diretor executivo da Coopafbasul (Foto: Valença Agora)

Gileno Santos, diretor executivo da Coopafbasul (Foto: Valença Agora)

“Pensando nisso, a Coopafbasul, em parceria com a Coopalm, buscou junto ao Senar o programa A-TeG Pupunha, para que esses produtores pudessem ser assistidos. O Senar executa esse programa através do Sindicato dos Produtores Rurais de Ituberá, disponibilizando técnicos que prestam a assistência técnica com um olhar voltado também para a gestão da produção. A gente pode dizer que o Senar está assumindo a assistência técnica do Brasil e isso é muito importante porque o Senar é nosso, nós produtores contribuímos para que exista o Senar e juntos, todo mundo trabalhando no mesmo caminho, isso pode dar certo, como já vem dando. O programa chegou no momento certo, a cadeia produtiva da pupunha está sendo alavancada na região do Baixo Sul, e a gente fica muito feliz com isso que está acontecendo”, comemora Gileno Santos, em entrevista ao JVA.

Wesley Santos Gonçalves é um dos 15 técnicos da A-TeG Pupunha, acredita que, a partir do trabalho que vem sendo realizado junto aos produtores de pupunha, o cultivo seja revitalizado e atraia o interesse de novos produtores

Técnico agrícola da A-Teg Pupunha, Wesley Gonçalves (Foto: Valença Agora)

“Esse programa vem para mudar a vida dos produtores mostrando como a gente pode lidar com a agricultura familiar na nossa região e também abrindo a mente do produtor na parte gerencial e também a técnica, pois há muito tempo havia aqui essas carência da assistência técnica mais especializada. Então a Coopafbasul junto com o Senar possibilitou que os agricultores da nossa região que já estavam desmotivados, passassem a ter essa nova motivação para essa cultura, e nossa missão aqui é justamente contribuir para a melhoria dessa produção. Com essa visibilidade acreditamos que quem parou de plantar a pupunha voltará a cultivá-la e aqueles que já produzem, possam aumentar as suas áreas de cultivo”, afirmou Wesley.

A engenheira agrônoma Kailine Castor da Silva, que também vem atuando como técnica do programa na região, avalia a importância e a perspectiva da pupunha na região.

Técnica agrícola da A-Teg Pupunha, Kailine Silva (Foto: Valença Agora)

“A gente vê que no Baixo Sul existe muito a cultura do cacau, as pessoas fixam mais no cacau, sendo que a pupunha dá um bom retorno econômico, mais ainda do que o cacau, então eu quero que todos os agricultores, possuindo uma área, possam estar ampliando o plantio da pupunha, que é uma cultura que a gente sabe que não vai acabar, tem mercado, tem demanda, então precisa-se dessa cultura forte para suprir o mercado. Às vezes a Coopalm compra palmito de São Paulo para trazer para aqui, então se a gente tiver esse produto ela não vai precisar importar de outro estado e sim comprar da região, aumentando assim a renda dos nossos agricultores”, considerou a engenheira.

Os 15 técnicos agrícolas atuam sob a supervisão de Rafael Ferraz. O supervisor traçou o atual cenário da pupunha na região, em entrevista ao JVA.

Supervisor da A-Teg Pupunha, Rafael Ferraz (Foto: Valença Agora)

Supervisor da A-Teg Pupunha, Rafael Ferraz (Foto: Valença Agora)

“A cadeia consumidora está mais no eixo Rio-São Paulo. Nós estamos começando a trabalhar uma cadeia que vem em fase de recuperação. Nós tivemos um auge na época da Fundação Odebrecht, que foi quem começou com esses plantios e esse fomento do plantio de pupunha para a produção de palmito na região. Passamos por uma crise e agora, com a chegada da A-TeG, nós estamos revitalizando esses plantios já existentes. Alguns produtores empolgados com o preço do seu produto final, estão começando a ampliar área de produção, e as indústrias vêm fase de recuperação. Hoje nós estamos pensando não só no mercado nacional, mercados principais eixo Rio-São-Paulo, mas também em uma possível exportação. Tudo isso advindo do programa Senar junto com o Sebrae e cooperativa de produtores”, ressaltou Ferraz.

A falta de produtividade vem fazendo com que as indústrias operem com “capacidade ociosa”, afirmou o supervisor, indicando a possível vinda de mais uma indústria para a região como mais uma razão pela qual a cadeia da pupunha é viável. “As indústrias tem procurando formas de estar trabalhando o palmito, não só o palmito convencional, que é aquele palmito envasado no vidro, mas também o palmito picado, o espaguete de palmito, o palmito para produção de massa para lasanha. As indústrias estão trabalhando com capacidade ociosa porque os produtores estão vindo de uma recuperação de lavoura em que nós estamos juntos tentando melhorar essa produtividade”, destaca.

Como perspectiva de futuro para a cadeia, com a execução da A-TeG Pupunha, Ferraz vislumbra o desenvolvimento da cadeia. “10% dos produtores atendidos falam em aumentar a área, inclusive alguns já vem aumentando. O programa chegou para dar uma alavancada na produtividade do produto pupunha e mudar a realidade do campo. Temos aqui um Sindicato atuante, que chega junto ao Senar, cooperativas atuantes, produtores engajados, é uma parceria de sucesso, é uma parceria para somar e quanto mais somar melhor”, concluiu.

Coordenador de Programas do Senar, Aloísio Júnior (Foto: Valença Agora)

Coordenador de Programas do Senar, Aloísio Júnior (Foto: Valença Agora)

O coordenador do Senar nas regiões Baixo Sul, Sul e Recôncavo, Aloísio Júnior, enfatiza a importância da parceria entre o serviço e entidades da sociedade civil organizada no desenvolvimento regional. “O Senar é um agente de agregação, um agente de organização social também, juntamente com o Sindicato de Produtor Rural, juntamente com as cooperativas, as associações, que têm um papel fundamental. Esse realmente é o caminho, o produtor isolado não tem muito a ganhar com isso, então o produtor unido, o produtor associado, o produtor cooperado ganha força. O Senar chega para complementar o que já se faz nas associações e vem fomentando todo esse trabalho na linha do cooperativismo, do associativismo, da cooperação, independente desses produtores estarem vinculados a uma cooperativa, mas enfim, que esses produtores estejam cooperando uns com os outros, se unindo para poder desenvolver a cadeia, seja do município ou no Estado”, refletiu.

 

 

 

 

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