A cada cinco segundos uma pessoa fica cega no mundo e uma criança a cada minuto.

O Brasil tem 1,1 milhão de cegos e cerca de 4 milhões de deficientes visuais.

Segundo Dra Carol Lacerda, oftalmologista da clínica MV, a maioria da cegueira no Brasil resulta de causas previsíveis e/ou tratáveis.

 

Quais os cuidados básicos que devemos ter com a saúde dos olhos?

R.: Os nossos olhos são muito sensíveis e podem sofrer danos com a exposição aos agentes físicos e químicos, como a radiação solar e o cloro da água, além de infecções por vírus e bactérias, reagindo com vermelhidão e secreção. Nestes casos, destacamos a importância dos óculos para proteção solar, cuidados com a higiene das mãos ao tocar os olhos e evitar o uso de toalhas compartilhadas. Por outro lado, algumas doenças não são perceptíveis (doenças do fundo do olho) e por isso a consulta periódica com o oftalmologista é necessária mesmo para que não tenha queixas.

 

Com que frequência é recomendada fazer um exame ocular e qual é a sua importância?

R.: Um exame anual é suficiente para verificar a saúde dos olhos. Podemos salientar, como exemplo, o "Glaucoma", doença que está geralmente associada à pressão ocular alta, e não é percebida pelo doente até que esteja em estágio avançado. A consulta periódica pode detectar o problema precocemente e evitar a cegueira irreversível.

 

Cuide bem de sua visãoE em relação as crianças, ou bebês, como devemos proceder?

Em se tratando da saúde de bebês e crianças, a preocupação é ainda maior. Ainda que pareçam enxergar bem, em várias situações a criança pode ter um dos olhos enxergando muito pouco: essa situação, chamada ambliopia, e conhecida popularmente como olho preguiçoso, ocorre quando apenas um dos olhos não esta desenvolvendo a visão. Isso ocorre se houver um desvio (estrabismo), ainda que seja pequeno, ou quando há uma ametropia (grau de miopia, hipermetropia ou astigmatismo) e esta é muito diferente entre os olhos. Nossa grande preocupação é que a criança parece absolutamente normal e não vai dizer aos pais que um dos olhos não enxerga tão bem quanto o outro - em geral ela só percebe isso e reclama após os sete ou oito anos. Nesta idade o dano já não pode ser reparado completamente e a criança não terá a visão normal no olho afetado, ainda que use óculos ou faça cirurgias no futuro. Para evitar este tipo de sequela, precisamos fazer exames periódicos na criança, começando com o teste do olhinho. Depois disso a consulta pode ser anual. Doenças detectadas nesta fase, em geral, podem ser tratadas com sucesso.

 

Trabalhar diariamente em frente ao computador também pode prejudicar a visão? Como podemos evitar?

R.: Este tipo de trabalho não causa danos permanentes aos olhos, porém costuma causar sintomas, como dificuldades no foco longe/perto e dor de cabeça após muitas horas de exposição. O mais comum, porém, é a sensação de olhos secos, ardência, areia ou vermelhidão, pois a tendência é que, quando concentrados na atividade em frente à tela, pisquemos menos e de forma incompleta. Os olhos podem inclusive lacrimejar, em um esforço para reestabelecer a umidade necessária.

 

Quais os cuidados especiais com idosos? Quais as doenças costumam aparecer mais com a chegada da idade?

R.: Nesta fase é muito comum observarmos queixas de irritação ocular, por alterações da lubrificação. A visão também diminui lentamente, pela presença da catarata, muito comum em pessoas acima de 60 anos. O glaucoma, citado anteriormente, é cada vez mais prevalente conforme a idade avança. Outra doença que merece ser citada é a "degeneração macular relacionada à idade", que pode de forma lenta ou súbita, afetar a visão central da pessoa, impedindo atividades como a leitura, ver TV e mesmo enxergar o rosto dos outros com clareza. Esta doença é grave e um diagnóstico e tratamento precoce é fundamental.

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