Representantes dos empresários apontam em reunião com a Prefeitura ações que precisam ser tomadas para combater à covid-19, como fiscalização nos bairros, eficiência nas barreiras sanitárias e estruturação em saúde

A Casa do Empresário de Valença realizou nesta terça-feira (09) uma reunião com representantes do comitê municipal da covid-19 com o objetivo de sugerir ações de fortalecimento ao combate do vírus com o apoio do comércio, como já vem sendo realizado através da campanha #VALENÇAcontraaCOVID e do cumprimento das normas de segurança contra a proliferação da doença, pelos empresários.

A instituição que é formada pela Associação Comercial e Empresarial de Valença (ACE), Câmara dos Dirigentes Lojistas de Valença (CDL) e Sindicado do Comércio Varejista de Valença (SINCOMVAL), foi representada por todos os seus presidentes e diretoria executiva. Já a Prefeitura de Valença fez a interlocução através do subprocurador municipal Adolfo Sousa Rosa e da coordenadora municipal da Atenção Básica, Layliane Netto.

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Adolfo Sousa Rosa e Layliane Netto. Foto: JVA.

O encontro foi iniciado com a apresentação das ações da Prefeitura em prol do combate à covid-19, na última semana. Foram citadas as determinações do último decreto e a contratação de uma empresa de segurança para atuar nas barreiras sanitárias localizadas nas saídas da cidade. A restrição total do comércio, de acordo com Adolfo, foi embasada em recomendação expedida pelo Ministério Público da Bahia, pelo aumento dos casos e pela ausência de estrutura de saúde adequada para a população.

A pauta da reunião convocada pela Casa do Empresário foi entender quais motivos levaram a Prefeitura a restringir totalmente o funcionamento do comércio, se já foi constatado através de dados técnicos que o comércio, além de não causar aglomerações, ainda contribui com a conscientização da população e obedece as determinações de segurança. “Ficamos muito surpresos com a decisão desse último decreto, tínhamos feito uma reunião apresentando um cenário extremamente positivo em relação a reabertura de comércios em outras cidades, mostramos todos os dados, fotos, vídeos comprovando que o comércio não gera aglomeração e fomos surpreendidos por um decreto extremamente restritivo”, afirmou a gerente executiva da instituição, Camila Reis.

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Antônio Jorge, presidente da ACE.

Pela falta de respostas coerentes do poder público, o presidente da ACE, Antônio Jorge, avalia que não está enxergando reciprocidade do poder público em dialogar com a instituição. “Nós não estamos aqui preocupados se as empresas vão falir, vai muito além disso, é uma questão social. O governo não tem condições de manter o auxílio por muito tempo, a violência vai aumentar e isso também nos preocupa muito”, disse.

“O fechamento do comércio fez com que a campanha de conscientização diminuísse seu reflexo na sociedade. Precisamos do prefeito, ou do vice-prefeito, da secretária de saúde aqui nos ouvindo, aqui não tem nada político, estamos tentando colaborar para o bem do município e de todos nós”, acrescentou Eduardo Dantas, presidente da CDL.

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João Deolino, presidente do SINCOMVAL. Foto: JVA

O presidente do SINCOMVAL, João Deolino, reforçou o pedido da presença do prefeito na reunião dos representantes do comércio. “É muito importante que o prefeito esteja aqui conosco nos ouvindo e dialogando com o nosso segmento”.

Camila Reis questionou quais ações estão sendo realizadas para minimizar os efeitos da pandemia. “Nossa campanha é em prol da vida, a gente se preocupa com a vida das pessoas. O número de casos está aumentando, quais serão as ações? Porque a ação que tiveram foi fechar o comércio, mesmo não sendo o comércio que aglomera, e isso já está provado e vocês tem consciência disso”, destacou.

A Casa do Empresário solicitou fiscalização e ações de combate as aglomerações, como as causadas pelo Banco Bradesco.

“Já tem uma série de filiados que estão querendo se desfilar porque dizem que o segmento não está tendo a atenção merecida. Já deram sugestões de buzinaços e outdors em sinal de protesto, mas não estamos fazendo isso porque entendemos o nosso papel como instituição educada, elegante, cavalheira, inteligente e embasada em argumentos técnicos. Portanto, pedimos muito uma reunião com a presença do prefeito ou vice-prefeito, da secretária de saúde e do secretário de Indústria e Comércio. A presença destes é de extrema importância para planejar e dialogar junto a este grupo de empresários que representam 70% do PIB do município”, comunicou Eduardo Dantas.

“Entendemos que o número de casos confirmados da covid subiram por um conjunto de fatores, entre eles o aumento na quantidade de testes realizados, a fraca fiscalização nos bairros e nas barreiras. Infelizmente a culpa está sobrecarregada apenas sobre o comércio”, continuou Eduardo, alertando ainda sobre o futuro complicado do município com a queda na arrecadação oriunda do comércio, com desdobramentos na saúde e na segurança pública.

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Adolfo Sousa, subprocurador municipal. Foto: JVA

Adolfo Sousa afirmou que a Prefeitura não está insensível ao comércio, como os empresários afirmam, e sim que o prefeito tem uma série de problemas a serem resolvidos. “Vamos levar essa demanda e dizer da importância da presença dele na reunião”, garantiu.

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Eduardo Dantas, presidente de CDL. Foto: JVA

 

“Precisamos ser ouvidos, dialogar com o prefeito, mostrar através de dados técnicos que o comércio aberto tem muito a contribuir com o município. A Rede Globo veio fazer matéria aqui apontando que o comércio estava aglomerando, mas no vídeo o comércio estava com portas fechadas, não estava funcionando, o que também serve como prova de que não é o comércio que aglomera. A gente não pode ter o comércio como válvula de escape para outras situações que não estão funcionando como deveriam”, pontuou o presidente da CDL.

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Layliane Nett, coordenadora de Atenção Básica da Secretaria Municipal de Saúde. Foto: JVA

A coordenadora de Atenção Básica da Secretaria Municipal de Saúde, Layliane Netto, ressaltou a importância da reunião. “Eu acho muito importante essa discussão porque ela associa a saúde e a economia, áreas que estão muito interligadas, uma depende da outra. É importante a gente enquanto membros do comitê estar aqui ouvindo esse grupo que gere boa parte do comércio e levando as sugestões apresentadas. Várias pessoas pensando a gente consegue ter alguma ideia que talvez o comitê não tenha, então levaremos isso adiante para tentar melhorar. Vejo como muito positivo essa participação da Casa do Empresário em relação ao comportamento dessa doença que está afligindo todos os cidadãos, independente de classe social, de condição econômica e de nível de escolaridade de cada um.

Todos os presentes na reunião entraram em consenso que esta semana de comércio fechado é crucial para provar publicamente que não é o comércio que tem causado aglomerações, e que funcionando, os empresários somarão muito no combate à doença e os problemas sociais causados pelo desemprego.

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Luiz Menezes (Doriva), vice-presidente da CDL. Foto:JVA.

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Fonte/Fotos: Jornal Valença Agora

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