Na última sexta-feira (5), o Rotary Club de Valença e parceiros se reuniram com o coordenador da 5ª Coorpin, José Raimundo Neri Pinto, para entender melhor como podem contribuir com a implantação de uma Delegacia Especial de Atendimento à Mulher – Deam. Além dos rotarianos também participaram da reunião, a coordenadora do Centro de Referência de Atendimento à Mulher – CRAM, Luciane Silva e o diretor do Jornal Valença Agora Vidalto Oiticica.

O coordenador e delegado José Raimundo se mostrou solícito a iniciativa e afirmou que fará todo o esforço possível para que a Deam se torne realidade em Valença.

“É uma iniciativa muito importante do Rotary juntamente com outros segmentos da sociedade, principalmente a Polícia Civil. A implantação da Deam, além de desafogar os plantões do número de casos previstos na Lei Maria da Penha, vem criar uma delegacia especializada para cuidar destes crimes, dar uma ênfase maior e tentar punir severamente os autores desses delitos, por isso que nós achamos de suma importância a implantação da delegacia da mulher em Valença. Com isso teremos um foco exclusivo nesse aspecto da segurança da mulher”, considerou o delegado.

“Se conseguirmos implantar vai ser um marco na história de Valença. Muito importante a contribuição de todos, a união faz a força”, acrescentou o titular da 5ª Coorpin.

Ainda de acordo com Dr. José Raimundo, a Deam é possível e a Polícia Civil garante o material físico a exemplo de móveis e computador. O maior entrave é o local para o funcionamento e os profissionais para trabalhar, afirmou, sugerindo que fosse alugado um imóvel para sediar o órgão temporariamente até a reforma da Delegacia, prevista para iniciar este ano, fosse concluída e pudesse abrigar a Deam em suas instalações.

Sobre os profissionais, o delegado se comprometeu em buscar junto aos seus superiores novos servidores para Valença que se encontra com efetivo carente, e realocar profissionais que já atuam na área da coordenadoria para atuar na Deam.

A presidente do Rotary Club de Valença, Camila Reis articulará junto a instituições parceiras, uma reunião com os prefeitos de Valença e Cairu – município que a princípio serão atendidos - para tentar viabilizar o aluguel de um imóvel para funcionamento da Deam. “Esse foi o primeiro passo que foi dado para realização desse nosso ideal que é trazer uma delegacia da mulher para Valença. Já foi constatada a extrema necessidade de ter um órgão como esse e a gente novamente faz o apelo pra que outras organizações abracem essa causa também. É uma responsabilidade de todos nós. Foi uma reunião bastante otimista e os próximos passos serão dados para que a gente tenha êxito nessa ação”, avaliou Camila.

A delegada Argimária Freitas, apoiadora da causa junto ao Rotary, destaca a importância da Deam para a região. “É uma ação de vital importância pra comunidade de Valença e região porque vai proporcionar um tratamento diferenciado à problemática da violência contra a mulher, garantindo um acesso de qualidade com pessoal treinado para atender as mulheres em condição de risco com todo um apoio multidisciplinar, com o apoio do CRAM e de todos os outros organismos da rede para que essa mulher possa ser assistida em toda as esferas”, ressaltou.

O diretor do Jornal Valença Agora, Vidalto Oiticica solicitou que outras instituições reforçassem a causa para dar mais visibilidade ao pedido pela Deam. O delegado concordou que sim, ressaltando que a segurança pública é um dever do Estado, mas responsabilidade de todos.

A psicóloga Luciane Silva, coordenadora do CRAM, ratificou a necessidade de implantação da Deam. Só em 2018, o Centro realizou o acompanhamento de 1.245 mulheres vítimas de violência.

“O CRAM foi implantado em 2010 e a gente observa as dificuldades que temos hoje no município por não termos uma rede especializada, que seria a interiorização de uma Deam que é uma política anterior a Lei Maria da Penha, mas que foi intensificada com a Lei. Hoje o nosso problema é que os crimes da Lei Maria da Penha vão para a Vara Crime, não existe uma rede especializada da violência doméstica, não tem uma ronda Maria da Penha, e isso tudo dificulta a medida protetiva que deveria sair em até 48 horas e leva dois, três meses, o que fragiliza e até coloca em risco a vida das mulheres que a gente acompanha. Então a Deam seria o primeiro ponto pra gente buscar a Vara, uma ronda Maria da Penha, ou seja, construir no município de Valença uma rede especializada no enfrentamento a violência doméstica. Estou super empolgada e na expectativa que dê tudo certo”, declarou.

 

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