Mestre King , figura mundialmente reconhecida na dança afro  contemporânea Será celebrado com a circulação do espetáculo Raimundos, a homenagem coreográfica dirigida por Bruno de Jesus, que terá apresentações em Valença (27 e 28 de fevereiro), Alagoinhas (05 e 06 de março), Juazeiro (12 e 13 de março) e Salvador ainda no primeiro semestre.

Raimundos

 

Quem é ele?

Raimundo Bispo dos Santos, mais conhecido como Mestre King, é professor e coreógrafo. Nascido em Salvador, Bahia, carrega no sangue a paixão pela dança. Fez história no estado baiano ao ser o primeiro homem a ingressar, em 1976, no curso de licenciatura em Dança pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Em 1989, concluiu a especialização em Coreografia, também pela UFBA.

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Já realizou mais de 100 trabalhos em 30 anos de carreira. Foi aluno de Emilia Biancardi, etnomusicóloga e pesquisadora da música folclórica brasileira e Clyde Morgan, pesquisador e professor da Universidade Estadual de Nova York. Mas também foi mestre de reconhecidos dançarinos e professores, como Augusto Omolú, Rosangela Silvestre e Luiz Badaró.

Mestre King se aperfeiçoou num ritmo cada vez mais aclamado em nosso país e quiçá no mundo: a dança afro. Realizou pesquisas sobre a dança dos orixás tornando-se, também, o primeiro a divulgar uma obra com esse tema. É considerado um inovador da dança contemporânea brasileira e por isso carrega consigo o título de “criador da dança afro”, mesmo não preferindo ser reconhecido assim.

A dança de origem africana traz consigo elementos de significação, como o sagrado, o lúdico, o social, o educacional e o artístico. São estes elementos que envolvem a criatividade de Mestre King dando origem a um trabalho mundialmente reconhecido.

Aprimorou sua técnica criando um estilo próprio de um ritmo já comumente dançado nos anos 70. Rotação dos ombros, joelhos flexionados, torso inclinado fazem parte do seu processo criativo. Seu estudo é baseado nas formas e nos movimentos dos Orixás. Observava as características de cada um e assim elaborava coreografias diferentes das já existentes. Sua dança é uma mistura de candomblé com dança folclórica popular.

Ganhou voos ao criar projetos que dinamizavam as raízes do Candomblé. O grande exemplo é o Grupo Gênesis que há 30 anos seduz os espectadores com um show de gestualidade e encantamento.

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Das suas experiências profissionais destacam-se, também, o Projeto Sexta em Movimento, em 1997, realizado pela Escola de Dança da Fundação Cultural da Bahia (FUNCEB) e o Projeto de Dança Afro Movimento na Bahia, em 1996.

Mas sua carreira profissional não se limita por aí. Participou do Workshop Música e Dança Religiosa e Profana de Origem Angolana no I Simpósio Nacional de Pesquisa Folclórica na Bahia, em 2001; foi palestrante no Instituto Cultural Brasil-Alemanha, em 1998; docente no I Workshop do Grupo Taiga, em 1998; participou do II Festival de Artes e Jogos Estudantis, pelo Governo do Estado da Bahia, em 1998; foi instrutor de dança no I Festival de Dança na Escola, também pelo Governo do Estado da Bahia, em 1997; atuou como professor de dança no IX Encontro Geral da Secretaria da Educação e Cultura do Estado da Bahia, em 1994; foi docente na XII Oficina Nacional de Dança Contemporânea do curso de Dança Afro da Pró-Reitoria de Extensão da UFBA, em 1993; era coordenador da Colônia de Férias pelo Departamento de

Educação Física no Governo do Estado da Bahia, em 1992; esteve presente no Encontro com Dança Popular Regional na FUNCEB também em 1992; foi palestrante no III Seminário de Capoeira da Universidade Federal da Bahia no mesmo ano; ministrou aulas de dança no XII Jogos Escolares Brasileiros de Brasília-DF, em 1983 e participou do Encontro Cultura Popular Voltada para a Ação em Folclore/Artesanato no SESC de Sergipe, em 1986.

Os limites do país ficaram pequenos e logo Mestre King fez suas viagens profissionais ao exterior. Algumas das mais importantes foram para o 2º Encontro Latino Americano e Caribenho, na Flórida-EUA, ao 4º Encontro Internazionale da Capoeira na Sicília-Itália, em 2000 e em 2002 para a Programação Cultural em San Francisco-EUA. Em 1994, conduziu um Workshop intensivo na Universidade de Stanford-EUA e no ano seguinte realizou oficinas de dança na França, Itália, Bélgica e Argentina.

Para ele, ensinar é uma manifestação de criatividade. Mestre King mistura movimentos da dança com a técnica de cantos e toques de tambor e por isso recebeu diversa homenagens entre elas:

A apresentação;

A obra parte da pesquisa sobre a diversidade no contexto cultural afro-brasileiro, a partir de investigação dos elementos de matriz africana como a simbologia de orixás, religiosidade, destacando o corpo como sagrado e o corpo como festividade através de um olhar contemporâneo. Num diálogo entre dois bailarinos negros, a coreografia explora aspectos das danças de orixás, a puxada de rede, o samba de roda, como componentes que configuram a dramaturgia do espetáculo.

 

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