Cada mulher é única e carrega lutas particulares. Mas, em todas, é explícita a bravura de uma guerreira incansável que corre atrás dos seus objetivos. Para algumas, a luta é mais árdua, bem sabem as mulheres agricultoras da zona rural de Valença, que batalham dia a dia por seu sustento em condições, na maioria das vezes, muito adversas.

Foi a partir da união que a vida da mulher agricultora de comunidades rurais do município de Valença, começou a melhorar. A fundação da Cooperativa Feminina da Agricultura Familiar e Economia Solidária de Valença - Coomafes, foi um divisor de águas na vida dessas mulheres, pois através da entidade, elas passaram a produzir melhor e a ter onde comercializar os seus produtos pelo preço justo. Entre as iniciativas da cooperativa está a feirinha que acontece todas às sextas-feiras no SETAF, em Valença.

“Pra nós essa feirinha aqui é muito importante, é uma segurança na nossa renda porque nós temos a certeza de que vamos produzir e vender nossos produtos. É uma garantia pra nós e pra nossa família”, considerou a agricultora Maria Dinalva Conceição, popularmente conhecida por Daia, da comunidade da Formiga, zona rural de Valença.

Para a agricultora Clara da Silva, da comunidade do Orobó, a feirinha proporciona benefícios para a sua vida e também para as de seus clientes por consumirem produtos sem agrotóxicos. “Nessa feirinha a gente só comercializa produtos de boa qualidade para as pessoas terem mais saúde, porque hoje em dia as coisas que o povo come são tudo cheio de veneno, de agrotóxicos, então a gente trata também da saúde das pessoas, trazemos nossos produtos da roça pra mesa das pessoas”, ressaltou.

“A gente dá graças a Deus por essa feirinha aqui, porque antes a nossa mercadoria ficava jogada, às vezes nem vendia, e aqui a gente vem toda semana e o sustento das nossas famílias é garantido”, completa Clara.

Na feirinha da Coomafes a gente encontra várias histórias de superação. Uma delas é a da agricultora Maria Leandra Conceição, popular “Liu”, da comunidade rural de Una Mirin. “Eu nasci e me criei na zona rural e eu estava querendo desistir da zona rural porque antes a gente trazia nossos produtos pra vender e éramos muito humilhadas pelas pessoas que compravam, mas hoje, Graças a Deus e a Branca, temos esse espaço e reconhecimento. Depois dessa oportunidade a gente tem prazer de trabalhar pra trazer o alimento de qualidade pra mesa das pessoas”, relata.

Branca (Maria Joselita) é a diretora-presidente da Coomafes, que falou com a nossa equipe sobre a importância do Dia Internacional da Mulher, para todas as mulheres, em especial para as que vivenciam a agricultura familiar e economia solidária através da cooperativa. Leia o depoimento abaixo:

“O 8 de março pra nós tem um significado muito especial, não é só uma data de comemorações, também traz pra gente uma reflexão muito forte na questão da luta e da resistência da mulher, que na sociedade busca o seu direito e o seu espaço. O 8 de março é marcado pela luta de algumas companheiras nossas que lá no passado deram a sua vida para que tivéssemos condições melhores de vida e dignidade no trabalho. As mulheres da Coomafes tem esse perfil de resistência, de acreditar no sonho, de acreditar na luta do dia a dia, que a gente pode conquistar os nossos espaços, que a gente pode se empoderar dentro do desenvolvimento daquilo que a gente vem fazendo no dia a dia. Casa uma tem a sua luta diária de acordar cedo e o impulso, a auto estima, de durante a semana ser motivada a trabalhar, plantar e colher. Essas mulheres trazem pra sociedade valenciana, além de um produto de qualidade, um produto produzido com uma dose especial de carinho e de dedicação”, conclui.

 

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