Moacir

Essa expressão é muito usada nas casas comerciais, isso faz parte dos treinamentos recebidos pelos vendedores, gerentes e demais trabalhadores de qualquer empresa que venda produtos no sentido de fidelizar o cliente.

Isso se aplica a vários ramos de negócios, no entanto há alguns, cuja natureza do que é negociado não inspira atração para o retorno do cliente, e há outros em que o freguês quer distância e o vendedor não tem a mínima coragem para dizer “volte sempre”, sob pena de ser, no mínimo, xingado.

Mas o bom vendedor, sempre encontra uma fórmula para deixar o cliente satisfeito e direta ou indiretamente ele o convida para retornar ao estabelecimento a fim de comprar ou buscar outros serviços. E sendo bem tratado, sendo encantado e seus objetivos atingidos, o cliente cria um elo com essa empresa e tende a voltar.

Em um restaurante, em um bar, em uma loja de vender roupas e posso citar várias nas quais os vendedores devem chamar o cliente para retornar sempre àquele espaço, agora, em uma clínica, em uma farmácia esse convite não soa bem, claro que há outros ramos ainda mais delicados, por exemplo, em uma funerária. Será que algum vendedor terá coragem de, findado um enterro, dizer para o contratante: volte sempre.

Hoje, sou um frequentador assíduo de farmácia, seja física ou virtualmente, o faço por questões doencísticas, tenho de recorrer aos balcões farmacêuticos amiudadamente e o os balconistas, quando saio já dizem com um sorriso:

- Volte sempre, professor.

No início contestava esse convite, mas os fatos foram suficientes e contundentes para eu aceitá-lo com alegria, pois essa visita fornece produtos para recauchutagem da saúde.

Esta semana, em uma de minhas voltas à farmácia, vi um sujeito sisudo chamar uma atendente e com indelicadeza. Apesar dessa falta de delicadeza, a vendedora foi muito solícita , com um belo sorriso e com muita educação. E o sujeito na dele, sem esboçar nenhum gesto de retribuição à simpatia exalada pela funcionária. Apenas colocou a receita sobre o balcão, de onde a moça tirou e foi buscar os remédios constantes naquele documento. Ao retornar com os medicamentos, disse:

- Senhor, aqui está seu pedido.

Ele observou o nome dos remédios, conferiu com a receita e perguntou:

- Quanto custa?

Ela falou o valor e perguntou:

- Senhor, qual a forma de pagamento?

Ele a olhou e disse rispidamente:

- É de sua conta?

A moça apenas disse que precisava dessa informação a fim de lançar no sistema. Ele, com ar de deboche, informou e ela colocou todos os medicamentos em uma cesta, o entregou e concluiu:

- Bom dia e volte sempre.

Ele a encarou com o rosto vermelho e falou:

- A senhora está me chamando de doente? Não observou que esta receita é para minha esposa? Ou está desejando que eu seja acometido de uma patologia que requeira medicamentos de uso contínuo para eu vir aqui todo mês a fim de eu manter seu emprego?

A moça, com um sorriso estampado, olhou para ele e disse:

- Desculpe e tenha um bom dia.

 

 

 

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