O cabo-verdiano Germano Almeida recebei nesta terça-feira (4) o 30º Prêmio Camões de Literatura. A premiação foi entregue na Fundação Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro (RJ), instituição vinculada ao Ministério da Cultura (MinC). O vencedor recebe 100 mil euros, sendo 50 mil euros arcados pelo MinC.
Entre as autoridades presentes, estiveram o ministro da Cultura do Brasil, Sérgio Sá Leitão; o ministro da Cultura de Cabo Verde, Abraão Aníbal Barbosa Vicente; o ministro da Cultura de Portugal, Luís Filipe Castro Mendes; e a presidente da Biblioteca Nacional, Helena Severo. Antes de Almeida, outro cabo-verdiano recebeu a premiação. O poeta e ensaísta Arménio Vieira foi o vencedor da edição de 2009.
O Prêmio Camões foi instituído entre os governos de Portugal e do Brasil em 1988 e é considerado o mais importante da literatura em língua portuguesa. O objetivo de consagrar, anualmente, um autor da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) que, pelo conjunto de sua obra, tenha contribuído para o enriquecimento do patrimônio literário e cultural da língua. A comissão julgadora é composta por representantes do Brasil, de Portugal e de países africanos de língua oficial portuguesa.
O Brasil teve 12 representantes premiados nas 30 edições do evento. Os vencedores brasileiros foram: João Cabral de Melo Neto (1990), Rachel de Queiroz (1993), Jorge Amado (1994), Antonio Candido (1998), Autran Dourado (2000), Rubem Fonseca (2003), Lygia Fagundes Telles (2005), João Ubaldo Ribeiro (2008), Ferreira Gullar (2010), Dalton Trevisan (2012), Alberto da Costa e Silva (2014) e Raduan Nassar (2016).

Vida e Obra

Germano Almeida estudou Direito na Universidade de Lisboa e dedica-se à advocacia na ilha cabo-verdiana de São Vicente. Estreou como contista no início da década de 1980. Seu primeiro romance, O Testamento do Senhor Napumoceno da Silva Araújo, teve os direitos vendidos para vários países e foi adaptado ao cinema. As suas obras foram também editadas no Brasil, França, Espanha, Itália, Alemanha, Suécia, Holanda, Noruega e Dinamarca.
Seus primeiros textos foram assinados com o pseudônimo de Romualdo Cruz. Esses relatos, revistos ou reescritos, juntamente com outros até então inéditos, foram publicados em 1994 sob o título A ilha fantástica, a que se juntou A família trago, publicado em 1998, obras que recriam os anos da sua infância e o ambiente social e familiar da Ilha da Boa Vista.
Entre a sua extensa obra também se destacam títulos como O meu poeta (1990), Estórias de dentro de casa (1996), A morte do meu poeta (1998), Dona Pura e os Camaradas de Abril (1999), As memórias de um espírito (2001), O mar na Lajinha (2004) e Eva (2006). O escritor também foi um dos cofundadores da revista literária Ponto e Vírgula e seu romance mais recente é O Fiel Defunto (2018).

Fonte: MINC
Foto em destaque: Clara Angeleas (Ascom/MinC)

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