Uma reunião no último dia 10 de abril, tornou mais próximo da realidade a implantação da Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) em Valença, pois o apoio necessário que faltava encontrou receptividade por parte do poder público municipal de Valença e Cairu. Rotary Club, Lions Clube, Loja Maçônica Paz e Fraternidade, Casa do Empresário, Centro de Referência de Atendimento à Mulher (CRAM), 5ª Coordenadoria Regional do Interior da Polícia Civil (Coorpin), OAB subseção Valença, Jornal Valença Agora e outros parceiros estiveram reunidos no gabinete do Poder Executivo de Valença para explanar a situação atual da articulação para a instalação da Deam e solicitar o apoio das Prefeituras no aluguel de um imóvel temporário para a delegacia e servidores públicos para o auxílio das atividades. Demanda que foi atendida pelas prefeituras.

Representando a Prefeitura de Valença os secretários Rosana Moura (Administração), Maria das Graças (Fazenda), Manoel Goes (Governo), a controladora, Fabiane Barreto e o procurador Jurídico, Walter Ferrão; e a prefeitura de Cairu, a secretária de Turismo Diana Farias, que dialogaram com o coordenador da 5ª Coorpin, o delegado José Raimundo Neri Pinto; e os representantes das instituições da sociedade civil organizada, coordenadas pelo Rotary Club representado pela presidente Camila Reis.

Reunião Rotary e prol da delegacia da mulher2

“Buscamos a parceria com a Prefeitura para que a gente consiga implantar a Delegacia da Mulher em Valença. Esse projeto não é só do Rotary, é por isso que todos estão aqui, é um projeto que a gente decidiu abraçar, mas que a gente sabe que é uma luta de muitos anos atrás para que esse projeto aconteça, muitas pessoas estão por trás disso”, afirmou Camila, justificando ainda a necessidade de implantação da Deam levando em consideração o número de habitantes do município e a quantidade de casos de violência contra a mulher.

O relatório do CRAM aponta que em 2018, foram atendidas 1.245 mulheres vítimas de violência doméstica. Só no primeiro trimestre de 2019, o Centro já acompanha 300 mulheres. “Isso a gente está falando de números que não refletem a realidade de mulheres que são violentadas, porque não é toda mulher que é violentada que procura o apoio do CRAM ou da delegacia, se esses dados já são alarmantes, imagina o que não é sinalizado”, alertou a presidente do Rotary.

Camila explicou o que já se tem e o que é preciso para a Deam funcionar. “Os primeiros passos já foram dados para que isso aconteça. A ideia é que a gente construa a Deam num anexo dentro do complexo da delegacia, já existe uma verba pra reforma, mas isso não garante que a delegacia vai sair na urgência que a gente precisa, então a gente pensou num plano B para que isso venha a acontecer com a urgência que o município demanda e seria a questão de um aluguel”, destacou, solicitando que este compromisso seja assumido pelo poder público municipal.

O delegado José Raimundo acrescentou que já está garantido via Governo do Estado o “Kit delegacia”, composto por móveis e equipamentos como computadores. Ainda segundo o delegado, o delegado e investigadores também já são garantidos, faltando apenas o aluguel e servidores de apoio para que a Deam possa ser implantada.

“Precisamos nos engajar e procurar juntos alcançar os nossos objetivos, hoje a gente está com a faca e o queijo na mão. Se a gente quer uma segurança melhor a gente tem que fazer a nossa parte”, sinalizou Dr. José Raimundo.

“A meta, em curto prazo, é garantir a vinda dessa unidade para nossa região, humanizando mais o atendimento e favorecendo um maior acolhimento nos casos de violência doméstica. Nossas mulheres precisam se sentir mais seguras e acolhidas. O ideal seria que esse tipo de violência jamais ocorresse, mas como temos que lidar com esses casos, que seja de uma forma mais sensível e menos dolorosa para elas”, avaliou Rosana Moura, Secretária de Administração.

“Dentro da cultura da violência, por isso que a sociedade organizada está sensibilizada e todo mundo abraçando e participando em relação a isso porque a implantação da delegacia vai também contribuir e muito com o processo de reversão, psicologicamente falando. A partir do momento que se tenha conhecimento público que existe a Deam aqui o cidadão vai pensar duas vezes em praticar determinadas ações, esse aspecto que daria a sensibilidade da sociedade organizada estar unida em prol dessa causa, todo mundo direta e indiretamente sai beneficiado” analisou Vidalto Oiticica, diretor do Jornal Valença Agora.

O representante da Maçonaria, vice-presidente Roberto Queiroz reforçou o desejo da Maçonaria de colaborar com o processo. “Ficamos felizes em ver os anseios da comunidade sendo realizado e gratos por estarmos unindo forças como maçons e como valencianos. Precisamos além da repressão, conscientizar os valencianos que devemos honrar a mulher, isso passa pela transversalidade de todos nós entidades e pessoas físicas, isso é responsabilidade de todos nós”, reforçou o maçom.

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