O território valenciano é nosso?

Diferentemente do que está exposto no hino da nossa cidade, eu não noto, nos valencianos, tanto orgulho e amor por sua terra. A quantidade de declarações que demonstram pessimismo pela Hospitaleira, não está no gibi. Ouvimos também muitas declarações de que a “Decidida” é uma boa madrasta e uma péssima mãe e todo o contexto que leva, alguns ‘filhos da terra’, a não lutar, a não investir e não ter interesse em mudar o paradigma da cidade.

Logo, urge a necessidade de compreendermos o conceito de espaço social, que é tido como o ambiente onde ocorrem todas as interações humanas e relações sociais. Está relacionado as dinâmicas influenciadas por fatores sociais, econômicos e culturais. Sabemos que a globalização e a influência digital, tem interferido em nosso conceito de identidade, por nos ter feito perder a capacidade de se reconhecer enquanto agrupamento cultural e daquilo que nos distingue dos demais grupos, ao tempo em que somos estimulados a consumir valores e crenças, alheios ao nosso espaço social. Nesse contexto de relações não neutras e não livres de tensões e conflitos, surge um espaço no qual é possível alcançar os nossos objetivos e contribuir com os objetivos dos outros, o qual chamamos de território.

No parágrafo anterior, foram apresentados, brevemente, três conceitos recentes, mas, que permeiam as discussões pedagógicas atuais; espaço social, identidade e território. Com isso, percebemos que o afastamento dos valencianos das discussões que impactam a sua vida em sociedade se deve a sensação de não pertencimento, proveniente da ausência da participação social, nos locais onde essas temáticas devem, de fato, ser discutidas e construídas.

Atribuo esta triste realidade a falta de uma educação voltada à coletividade. Aproveitando a oportunidade, ao tempo em que felicito todos os educadores, em especial, os valencianos, pela passagem alusiva à nossa profissão, no dia 15 de novembro, conclamo que todos nós, busquemos alternativas para tratarmos os temas de uma educação mais inclusiva, nos Projetos Políticos Pedagógicos de nossas escolas e que planejemos aulas que tratem a vida do estudante, como ela é, de maneira transdisciplinar e promovendo uma educação que capacite-os a tornarem-se cidadãos plenos e ativos, pois, só assim, exercendo a nossa cidadania de maneira plena, teremos uma conduta de bons filhos da “Decidida”.