A Organização Social Mais Vida é uma instituição sem fins lucrativos que nasceu do sonho de Giovina, uma mãe que não tinha um lugar apropriado para sua filha "especial" estudar na cidade de Valença. Tudo começou quando ela decidiu ceder o espaço de sua casa para outras crianças do bairro, a partir disso percebeu as dificuldades na leitura e escrita.

anuncieO método utilizado é o reforço escolar que propõe atividades culturais, atualmente cerca de 160 crianças estão inclusas no projeto, além de suas famílias que também são beneficiadas. O objetivo principal da organização é ajudar no estudo e na inclusão social dos alunos de escolas públicas, oferecendo gratuitamente as crianças e adolescentes carentes: fardamento, material escolar, atividades desportivas e culturais como aulas de violão, bateria, teclado, yoga, capoeira, bordado, teatro, coral, cursos de inglês e italiano, dança e futebol. Os bairros alcançados são Tio Virgínio1 e 2, Jacaré, Novo Horizonte, Água de Março, Alto de São Roque e Quilombo.

 

Comemoração da Páscoa

mais via 2

Em 2006 a instituição abriu uma Biblioteca Comunitária que é frequentada por alunos do projeto Mais Vida, estudantes de diferentes níveis escolares e pela comunidade em geral. Em 2009 em parceria com a Prefeitura e a DIREC a Organização também abriu espaço para as turmas do TOPA, dando oportunidade aos pais de alunos do Projeto e a comunidade no retorno as salas de aulas. Em 2009 foi inaugurado o Espaço Cultural Mais Vida, próximo a Banca Comunitária, um projeto que visam desenvolvimento intelectual dos indivíduos da comunidade com o objetivo de transformar a precária realidade das famílias dos alunos, resgatando as origens culturais do país.

A Organização Social Mais Vida cumpre mais uma etapa na sua estrutura no ano de 2011, foi criada a sala de informática, possibilitando aos alunos um novo aprendizado para vivenciar o contexto atual que busca formação e integração a sociedade tecnológica.

Como e quando surgiu a Organização Social Mais Vida?

Giovina Santini:

giovina-menorA ONG existe desde 1998 quando eu decidi morar em Valença, nasceu de uma necessidade pessoal. Adotei Luiza, uma menina que tem paralisia cerebral. Para mim ficou difícil achar um lugar adequado para ela. Quando ela chegou, ela tinha três anos, abria minha casa para os meninos do bairro brincarem com ela. Conversando e conhecendo esses meninos percebi que eles não iam a escola porque eles precisavam de sapatos, cadernos, fardas e eles não tinham. Então comecei com meu marido a dar reforço escolar, nasceu a ideia da banca comunitária. Começamos dentro de um quarto pequeno, além do reforço cuidávamos dos cabelos das crianças, fazíamos brincadeiras, dávamos lanche, queríamos ajudar a melhorar a vida desses meninos. Os pais abraçaram a ideia, muitos estavam analfabetos e não conseguiam ajudar para as atividades da escola. Aqui atendemos as famílias em situações de riscos, meninos exclusivamente de escolas públicas, hoje temos mais de 160 meninos.

Como funciona a rotina da organização Mais Vida?

Giovina Santini:

Os meninos do primeiro ano até o quinto ano tem aula de reforço com professores, do sexto ano para cima eles tem acesso a biblioteca comunitária com uma assistente que ajuda eles para as pesquisas. Os meninos chegam 07:30hs, eles tomam café, depois eles vão para a vivência com uma aula de Yoga, é um momento de acolhimento, o momento da chegada deles. De 08:15hs até 10:00 hs eles estão em sala de aula onde eles estudam os conteúdos da escola, e fazem atividades de reforço. Das 10:15hs até 11:30hs eles estão em aulas complementares (Capoeira, dança, música, violão, teclado, bateria , fotografia). A partir de 11:30hs eles almoçam e voltam para casa para poder ir para escola. A turma da tarde chega 13:00hs e são as mesmas atividades que a turma de manhã.

Aulas de balé

Aulas de balé

Como se sustenta a Banca?

Giovina Santini:

A prefeitura de Valença paga o salário de uma professora e temos uma parceria com uma associação italiana Mais ONLUS. O governo italiano ajuda também mandando jovens do serviço civil. Agora por exemplo, temos quatro colaboradores da Itália dando aulas de inglês, matemática e yoga.

Como está sendo feita essa relação entre a banca, as escolas, e as famílias?

Giovina Santini:

Fazemos a ligação entre as famílias e a escola. Se os pais não vão pegar os boletins, ou se não vão para as reuniões nós vamos. Seguimos o andamento deles na escola. Isso é o mais importante para nós. Com as famílias sempre organizamos reuniões, e sempre pedimos ajuda deles, pedimos ajuda de todos. Nosso trabalho é comunitário se uma mãe tem um tempo ela pode ajudar, aqui sempre precisa de ajuda, que seja na limpeza , na cozinha, também na sala de aula... Precisamos que elas se responsabilizam mais pelos filhos, que a família tenha mais contato conosco e com a escola. A maioria dos meninos daqui, os pais estão ausentes, eles moram com as mães, parentes. Eles vem de bairros carentes, onde a situação é difícil, tentamos cuidar deles e mostrar coisas diferentes. As inscrições funcionam de boca a boca, não fazemos muita publicidade, temos um grande respeito da comunidade. Nosso trabalho vai bem além do reforço escolar, fazemos um trabalho social com as famílias.

Qual é sua função na ONG?

Jamile (coordenadora pedagógica)

Janini Peixoto (coordenadora pedagógica)

Estou aqui para estruturar a parte pedagógica da instituição e também as atividades complementares. A gente tem uma biblioteca comunitária, aberta para toda a comunidade. Todos podem vir para ler, ou fazer pesquisas. Esse projeto é de grande apoio para a comunidade de Valença. A instituição acompanha as crianças em todas as suas necessidades, em casa com a família, na escola... Depois, quando eles crescem e se profissionalizam a instituição dá todos os suportes possíveis. A comunidade abraçou a instituição, temos grupo de mães que nos ajudam, trabalham em parceria com a instituição. Estamos percebendo que as famílias que participam na educação dos filhos e que estão juntos, os meninos depois sucedem, eles integram a faculdade ou um curso profissionalizante.

 

 

Nilce (professora):

nilce-professoraEscolhi dar aula aqui porque achei o projeto muito interessante e muito importante para essa comunidade muito carente. Essa ação social gera para os meninos mais educação, mas também mais cultura. Aqui tem uma grande diversidade de conhecimentos dado para as crianças. Os meninos desenvolvem muito rápido. Aqui eles vivenciam muitas culturas diferentes.

 

 

Fred (professor de bateria):

Qual é a importância do seu trabalho na ONG?

fred-professor-de-bateriaEscolhi dar aula na ONG, primeiro pela questão de ter uma oportunidade e passar um pouco do meu conhecimento para as crianças que dificilmente teriam acesso à educação musical que, infelizmente não existe na escola pública no Brasil; também pela minha paixão pela música e pelo instrumento bateria que toco desde adolescente. Assim, vi uma grande oportunidade de poder trabalhar com o que gosto!

Gosto muito de meu trabalho, porque encontrei na ONG uma boa estrutura de trabalho e um bom suporte educacional. O espaço físico é muito bom, e o trabalho está sendo desenvolvido, acredito, com sucesso.

É o terceiro ano que o projeto está sendo realizado e já com bons resultados, pois há alunos que nunca tinham visto se quer uma bateria e, depois das aulas, estes dedicados alunos já conseguem tocar o instrumento. Isso, para mim, é um motivo de orgulho e o sentimento é de que o dever está sendo cumprido.

Colaboradores da Itália fazendo um trabalho social na ONG

Gianmarco Turina (camisa vermelha ) e Giuseppe Gerardi (camisa azul) com a equipe e as crianças da ONG.

Gianmarco Turina (camisa vermelha ) e Giuseppe Gerardi (camisa azul) com a equipe e as crianças da ONG.

Gianmarco Turina

Porque você decidiu trabalhar no Brasil?

A gente fez um concurso na Itália e, estamos aqui para realizar experiências de trabalho social em um outro país. Já trabalhei com crianças ‘especiais’ na Itália. Aqui estou aprendendo muitas coisas, e obtendo uma boa formação para me profissionalizar.

Qual é sua missão na ONG?

Aqui ministro aulas de Yoga, Italiano, e sou assistente na aula de violão. Além disso sou professor de Luiza, estou aqui para que ela aprenda a escrever.

Qual é seu maior desafio desenvolvendo essas atividades ?

Meu maior desafio aqui é fazer com que essas crianças, que vivem em um bairro carente, consigam desenvolver as mesmas atitudes que qualquer outra criança.  Quero que essas crianças tenham igualdade de oportunidade para que possam aprender.

Giuseppe Gerardi

Queria fazer um trabalho social, e queria estar na Bahia, porque é um estado particular no Brasil; queria conhecer a cultura baiana. Estou dando reforço de matemática, aula de Basketball e ajudo as crianças na biblioteca a fazer as tarefas.

Reunião das mães para celebrar o dia internacional das mulheres

Reunião das mães para celebrar o dia internacional das mulheres

Depoimento das mães

Rozineide e Jeovanna

rozineide-e-jeovannaMeu nome é Rozineide. Tenho uma filha, ela estuda na Banca. Acho que além de dar oportunidade para minha filha em questões de conhecimento é um complemento a mais para ela, um a mais da escola que enriquece bastante a crianças.

Além de reforço escolar ela faz aula de balé, aula de violão e teclado e capoeira também. Tudo isso proporciona muito conhecimento para ela.

A banca nos ajuda em todas as relações com a escola.

Eliana

Eliana

Meu nome é Eliana. Tenho uma filha que entrou na banca com seis anos de idade, agora ela vai fazer 15 anos. Hoje ela não estuda mais na banca, mas faz parte do projeto e está acompanhada por ele. Hoje ela é aluna do IFBaiano, ela faz o curso de água pecuária. A ONG acompanha ela em todas as necessidades como no transporte, remédios, isso ajuda nos estudos dela. Qualquer coisa que precisamos a ONG nos ajuda.

Ela sempre se sente muito feliz. Participou das aulas de dança e sempre foi muito querida aqui.

Ela chegou na banca porque eu não tinha condições de ajudar ela na escola. O pai dela era paraplégico e com 15 dias que ela entrou na banca o pai dela faleceu. Passei por todas essas dificuldades com a ajuda da banca. Deixava ela aqui e ia trabalhar, tive um grande apoio de todos os funcionários da banca. Muito apoio moral e amor.

Aula de circo

Aula de capoeira com o mestre Posy

Aula de circo

Aula de circo

Mais Vida entregando material escolar

Mais Vida entregando material escolar

Aula de basquete

Aula de basquete

As aulas de dança são realizadas com o professor Jackson Dança e as aulas de capoeira com Mestre Posy.

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