Manifestações contrárias às reformas trabalhistas e da Previdência ocorreram hoje em todo o país.

Em todos os estados brasileiros e no Distrito Federal, estudantes e trabalhadores saíram às ruas neste 31 de março, para se manifestarem contra a PEC da Reforma da Previdência que será votada pelos deputados na próxima semana; contra o  Projeto de Lei 4302/1998 da Terceirização, aprovado na Câmara de Deputados no último dia 22 e as reformas trabalhistas propostas pelo governo de Michel Temer.

O Dia Nacional de Mobilização realizado em todas as capitais brasileiras e Distrito Federal, foi organizado em conjunto com a CTB, a Intersindical e as entidades que formam as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo. Em Valença, a mobilização recebeu adesão de várias entidades, sindicatos e associações como a APLB Sindicato; IF Baiano e IFBA, por meio de professores e estudantes; SINDRACSE; CAAF; SINDSMUVA; STTR; AGESV; DCE-UNEB; SINASEFE; AVIVA; Associação de Pescadores do Guaibim; APMAI de Ituberá, entre outras. Representatividades de municípios circunvizinhos, a exemplo de Cairu, Nilo Peçanha, Taperoá, Presidente Tancredo Neves e Ituberá reforçaram o ato em Valença.

Estudantes do IF Baiano levaram cartazes à passeata

Passeata percorreu o centro de Valença

#AposentadoriaFicaTemerSai #NãoATerceirização, #NãoAReformaTrabalhista, #NenhumDireitoAMenos e outros cartazes foram mostrados por centenas de pessoas que se concentraram na Praça da República e depois seguiram em passeata pela ruas do Centro. O trânsito paralisado causou início de tumulto em alguns pontos como a Rua Comendador Madureira, uma das principais vias de centro/bairros. A presença da Polícia Militar acompanhando a passeata apaziguou os ânimos dos motoristas. Os manifestantes fizeram coro ao divulgar o nome dos deputados baianos que votaram à favor da Terceirização, pedindo a população que não vote mais nos “traidores do povo”.

Manifestantes pediram à população que não vote mais em deputados que disseram 'sim' à Terceirização

Salete Lucena, presidente da APLB Sindicato frisou que a luta não é só da Educação, mas, “uma luta de todo o povo trabalhador, de todo brasileiro”. A sindicalista crê na ‘vitória do povo’. “Eu creio que vamos vencer porque é uma proposta que vem para atingir todos os trabalhadores, não só um grupo, estamos lutando dizendo que não vamos aceitar qualquer usurpação dos direitos dos trabalhadores que nós conquistamos com muita luta. Temer é inimigo do trabalhador quando ele apresenta proposta que tirará direitos já adquiridos”, afirmou.

Salete Lucena (presidente da APLB Sindicato) e Flordolina Andrade (Diretora da NTE 06)

Flordolina Andrade, diretora do Núcleo Territorial de Educação (NTE 06) também participou do ato. “A população está mais consciente de que se não for à luta, dificilmente vai conseguir reverter todo esse desmonte que está acontecendo no país, com a retirada de direitos conquistados dos trabalhadores que estão sendo tirados por um governo ilegítimo, à serviço do capital internacional e financeiro, infelizmente”, afirmou ao Valença Agora.

Ao microfone, o professor Eduardo Belmonte

 

O professor do IF Baiano, Eduardo Belmonte, em entrevista ao Valença Agora, disse que a mobilização é uma forma de pressionar o presidente Temer para que ele não sancione a PL da Terceirização e que não seja aprovada a Reforma da Previdência. “O movimento está crescendo, o Senado já se mostrou bastante preocupado e contra essas propostas, acho que agora é o momento da gente pressionar. O ‘Centrão’ [formado pelos partidos PP, PR, PSD, PTB, Pros, PSC, SD, PRB, PEN, PTN, PHS e PSL, que antes apoiaram Eduardo Cunha] dessa vez está mais sensível a essa questão, então é momento de fazer pressão pra que essas reformas não passem”, observou.

Representantes da Pesca de Ituberá participaram do ato em Valença

Além dos trabalhadores em geral, as manifestações tem ganhado apoio de muitos políticos. O vereador de Valença Adailton Francisco (PT) e a vereadora de Ituberá, Suilan da Pesca (PHS), conversaram com nossa equipe. “O que estamos vendo nesse 31 de março é a população lutando para garantir os seus direitos, porque infelizmente, o que estamos vendo aí são propostas muito agressivas e que vem propondo tirar direitos adquiridos, atingindo diretamente os trabalhadores. É importante sempre a gente reforçar que, qualquer tipo de manifestação popular ordeira, vem para fortalecer a democracia, é o povo participando, se expressando e mostrando para os governantes que está atenta a tudo que está acontecendo. A classe política desse país precisa estar muito alinhada e com os ouvidos atentos ao que a rua está dizendo nesse momento”, destacou Adailton. Já vereadora Suilan Geiza ressaltou que os trabalhadores estão se conscientizando mais sobre os seus direitos.  “Os pescadores e os agricultores não estavam cientes do que realmente é a reforma da previdência, a maioria apenas se preocupava em não ter recebido o seguro-defeso, mais de 22 mil pescadores não receberam, porém hoje eles sabem que não está em risco apenas esse dinheiro, então a gente agradece muito os moradores de toda a região que estão se mobilizando”, disse. A vereadora estava acompanhada de representantes da Pesca de Ituberá.

GREVE GERAL EM 28 DE ABRIL

Na última segunda-feira (27), as centrais sindicais se reuniram para definir a data de mobilização unitária contra as reformas de Temer. Estavam presentes todas as centrais, como a CUT, Força Sindical, UGT, CSP-Conlutas, Nova Central, CGTB, CSB, CTB, Intersindical. Com o mote “28 de abril: dia nacional para parar o Brasil”, pretendem mobilizar as bases das categorias em todos os estados e construir um grande dia de paralisações e protestos contra as reformas da Previdência, Trabalhista e a PL das terceirizações. A ideia, segundo a definição das entidades, é parar o país.

O 31 de março está sendo considerado um “esquenta” para a greve geral do dia 28 de abril, e preparação das mobilizações que serão construídas no próximo mês.

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