Autoridades e personalidades valencianas participaram de encontro para celebrar o Hino de Valença, escrito pela professora Macária Andrade com melodia do Maestro Barrinha

“A letra do Hino de Valença traduz todo o seu amor, todo o seu carinho, todo o ensinamento, todo o desejo que ela tinha pela terra, da alegria de dizer que aqui era o seu berço, pois a nossa terra, Valença, teve muito orgulho de dizer, essa é a minha filha. Toda a nossa gratidão, através da Biblioteca à professora Macária dos Santos Andrade”, esta foram as palavras proferidas para enaltecer a inspiração da autora do Hino de Valença, Macária Andrade, na comemoração dos 45 anos de oficialização da composição, realizada pela Biblioteca Pública de Valença na última quinta-feira, 13. O encontro reuniu autoridades, personalidades, jornalistas e fazedores de cultura.

Na condução do evento, a diretora da Biblioteca, professora Lúcia Araújo, que abriu o evento dando as boas-vindas aos convidados. “O hino de Valença é o nosso gingado, é o nosso gosto, é a nossa representação, é a importância da nossa terra, é a nossa exaltação”, descreveu a diretora, que também declamou uma poesia de sua autoria em homenagem ao hino, intitulada “Sal da terra”.

Diretora da Biblioteca Municipal de Valença, Lúcia Araújo (Foto: Valença Agora)

“No dia 1º de outubro a nossa canção valenciana, que é o Hino de Valença, completou 45 anos. São datas tão importantes, mas que passam despercebidas pela comunidade, pela Câmara de Vereadores. São datas que a gente gostaria que estivessem na boca e no juízo do povo”, desejou Lúcia sobre o aniversário do hino e tantas outras datas marcantes.

Os dados históricos oficiais relacionados ao Hino de Valença, foram apresentados pela historiadora Janete Vomeri.

Historiadora Janete Vomeri (Foto: Valença Agora)

“A Lei 990 de 24 de setembro de 1976, que oficializou o Hino, é uma Lei extremamente complexa e riquíssima. É uma lei que cria regras que estabelece o modelo dos três símbolos da municipalidade, que é a bandeira, o brasão e o hino. E no seu capítulo I, artigo 1º, ela diz que são símbolos do município o bandeira, o brasão e o hino. No artigo 18, na seção 3, fala do hino municipal, e diz assim: ‘fica o Poder Executivo autorizado a contratação de serviços de um compositor, ou constituir concurso entre compositores para escolha do Hino Municipal. O Hino de Valença foi escrito pela querida professora Macária Andrade e arranjo de Manoel Amâncio Rosas, o maestro Barrinha”, relatou Janete.

“No decreto 4.013 de 1984 já com a letra e a música feita, o hino de Valença é oficializado pelo então prefeito João Cardoso dos Santos”, relembra a historiadora.

O Hino passou por uma nova regulamentação, que definiu o dia 1º de outubro como o dia do Hino de Valença. A data é também o Dia do Vereador.  “Quando a Câmara construiu o seu memorial colocamos um card com base no card da gestão do então presidente André Coutinho, onde ele faz um levantamento histórico de professora Macária, do hino, do decreto, mas ficaram faltando algumas coisas e nós pesquisamos e encontramos, que era a foto de Macária e Amâncio e a partitura do Hino, numa pesquisa que foi publicada em 2010”, contou Janete, que apresentou exemplar da partitura durante a comemoração.

Presidente do Legislativo valenciano no ano de 1984, o então vereador André Coutinho foi o responsável pela assinatura do Decreto que oficializou o Hino de Valença. O ex-vereador André Coutinho e sua esposa Naná participaram das homenagens aos 45 anos do Hino de Valença.

Ex-vereador de Valença, André Coutinho (Foto: Valença Agora)

“Foi uma emoção muito grande. Macária tinha um carinho muito grande por mim. Nessa sessão teve discurso de Mustafá Rosemberg, de Macária. Eu comprei rosas e distribui. Minha filha Valeria entregou um buquê de rosas à Macária”, resgatou Coutinho, que também instituiu o 1º de outubro como Dia do Vereador. “Nós fazíamos sessão solene para comemorar. Tenho orgulho de dizer que fui o vereador que mais fez sessão solene em Valença”, destacou.

Coutinho fez questão de nomear um a um, os colegas vereadores que participaram da aprovação do decreto de oficialização do Hino de Valença.

Entre os seus colegas de bancada à época, estava o hoje jornalista Levi Vasconcelos, que também prestigiou as comemorações na Biblioteca Municipal nesta quinta-feira. “Um ato praticado pela Câmara há 45 anos atrás está aqui hoje sendo reverenciado. As personalidades envolvidas nessa questão, professora Macária e Maestro Barrinha, eram figuras de destaque do nosso tempo. Isso aqui é um momento de muita significação por aquilo que André Coutinho lutou para fazer acontecer em favor de pessoas respeitadas e principalmente em respeito à toda coletividade valenciana”, exaltou Vasconcelos.

Ao contrário do Hino de Valença, a bandeira do município até hoje não possui nenhum documento que a oficialize, informou a historiadora e servidora da Câmara Municipal, Janete Vomeri. Presente no evento, o presidente do Legislativo valenciano, Fabrício Lemos se comprometeu em dar seguimento ao processo de oficialização do símbolo municipal. “Muita alegria poder estar aqui compartilhando de um momento feliz como esse. Embora a gente saiba que os tempos hoje são outros, mas a responsabilidade do legislativo é a mesma, fazer o bem público, trabalharmos para o bem comum da sociedade. Parabenizo todos os envolvidos. Nossa casa legislativa está à disposição da biblioteca e da cultura de Valença”, afirmou Lemos.

Representantes do Executivo e Legislativo de Valença prestigiaram evento ao lado de convidados (Foto: Valença Agora)

Representando o prefeito Jairo Baptista, a secretária municipal de Educação, Albete Freitas, reconheceu o importante trabalho da Biblioteca Municipal. “É um momento ímpar ouvir a história viva de Valença, saber que a Câmara tem tanta participação nos atos sociais e tem feito o seu dever de casa. Temos muito o que aprender estudando e voltando os olhos para o exemplo que foi e continua sendo seu André Coutinho. Para nós esse é momento de muita alegria”, destacou a secretária.

O regente do Coral Municipal de Valença, Herbert Cortes, apresentou uma versão de sua autoria do Hino de Valença, no violão. O músico falou sobre sua motivação para compor o arranjo inédito. “Nasci em Salvador, mas passei parte da infância em Valença, terra da minha mãe, e aqui tenho algumas memorias afetivas, a primeira é gustativa, a comida da minha avó, a memória olfativa é o aroma do cravo-da-índia, a auditiva é o hino de Valença que minha avó ouvia no radinho de pilha cinza. Cheguei em Valença para residir ano passado e tinha a intenção de oferecer para Valença esse arranjo, uma composição e gravação que ficará disponível gratuitamente, é meu presente para a cidade”, anunciou.

Naná Coutinho (Foto: Valença Agora)

A esposa de André Coutinho, Naná Coutinho, aproveitou a oportunidade para um desabafo a respeito da cidade. “A pouco tempo eu vi um valenciano chegar aqui e dizer ‘Valença é a terra do já teve, tudo já teve e hoje não tem mais’. Eu fiquei sentida daquilo, e aí correndo os olhos na nossa cidade... por que o Fórum Rui Barbosa está se acabando daquele jeito? Por que a Matriz de Valença está daquele jeito? Por que a Câmara está abandonada? Vamos correr e procurar fazer alguma coisa, porque é muito triste para quem viveu aquele tempo, tempo de Valença mais pobre, mais simples e hoje podendo está melhor... peço que todos ajudem a cobrar para fazerem alguma coisa por Valença”, desabafou.

Empresário Elísio Paes Muniz (Foto: Valença Agora)

Presente no encontro, o empresário Elísio Paes Muniz parafraseou trecho do hino: “Valença é terra de paz, Valença nunca vencida. Me sinto muito feliz em dizer a vocês, Valença não morreu, nem morrerá porque ainda tem representantes que aqui estão dando a prova de que amam esta cidade e eu tenho certeza que as representações dela que estão aqui através do presidente da Câmara vão ouvir com muito carinho e responsabilidade para dizer lá fora: ‘vamos ter um pouco mais de vergonha’. Esse momento não vai passar desapercebido como um momento comum qualquer, é um momento muito importante”, considerou Muniz.

A diretora Lúcia Araújo, aproveitou a ocasião para compartilhar que a Biblioteca Pública de Valença recebeu doação do acervo particular do médico e poeta Mustafá Rosemberg de Souza, que faleceu em agosto deste ano. “Recebemos através de Dra. Regina, tia da filha de Dr. Mustafá, o acervo de Dr. Mustafá para a Biblioteca Municipal. Já está em nossas mãos, guardado”, revelou, acrescentando ainda, que a Biblioteca tem o planejamento de colocar o nome de Mustafá Rosemberg numa praça, que será o ‘canto do poeta’. Em novembro, a Biblioteca Pública de Valença completará 80 anos.

Vidalto Oiticica, Diretor Executivo do Jornal Valença Agora e presidente da ACE Valença (Foto: Valença Agora)

Vidalto Oiticica, Diretor Executivo do Jornal Valença Agora, aproveitou a citação de Mustafá Rosemberg durante a comemoração para fazer um paralelo com o pensamento sobre o desenvolvimento de Valença. “Mustafá chegou no Valença Agora falando que queria publicar suas poesias, e eu disse que abriria uma página para que ele contribuísse com a nossa cultura, porque o nosso veículo de comunicação tem a página cultural e motiva novos escritores, inclusive com a páginas Janelas Abertas. Ele disse que uma página era muito, então abrimos uma página e emolduramos a poesia dele para que motivasse outros poetas a escrever, e todas as poesias escritas por outras pessoas era publicadas na página de Mustafá em homenagem e enaltecimento ao poeta que ele era. Mustafá em meado de 68 montou a FICOBASE, essa fábrica produzia estofados e vendia para abastecer as fábricas de veículo em São Paulo. Na década de 70 ele construiu o hotel do Morro e dois prédios, em duas décadas ele fez coisas aqui fantásticas e sempre tinha um olhar, uma atitude e uma ação de contribuir, motivar, provocar para que a pessoa fosse sempre mais além, e o Jornal teve o prazer de registrar essa história. Isso é um legado, a biblioteca é um legado e tantos outros nomes, ações, acontecimentos temos nessa cidade. Não sou muito favorável ao chavão que ‘Valença já teve,’ sou favorável a uma Valença nunca vencida, de Macária Andrade. Nós temos que parar para observar que a nossa cidade não se acabou não, não é feia não, é a gente que está deixando de acreditar. Vamos juntar pessoas que acreditem, que queiram melhorar. Não podemos nunca nos render”, enfatizou Oiticica.

Poeta Otávio Mota, diretor do Centro de Cultura de Valença (Foto: Valença Agora)

O poeta e diretor do Centro de Cultura de Valença, Otávio Mota, brindou a comemoração com o seu poema “O tempo e o caminho”.

Também estiveram presentes na comemoração, professores, equipe da Biblioteca, o comandante da Guarda Civil Robson Souza, o diretor municipal de Turismo Clayton Argolo, entre outros.

Fotos: Valença Agora

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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