Vacina ainda está em teste: mais 4 estados começarão a vacinar voluntários. Unidade estará equipada e preparada para produção até junho de 2017.

O Instituto Butantan, em São Paulo, deve ter uma fábrica dedicada à produção da vacina contra dengue até o final de 2016, segundo anunciou o diretor do instituto, Jorge Kalil, nesta segunda-feira (19). Até junho de 2017, a unidade deve estar equipada e preparada para a produção da vacina, desenvolvida em parceria entre o Butantan e os Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos (NIH).

O produto ainda está em teste: dos 17 mil voluntários previstos para participar dos testes clínicos de fase 3 -- última fase de estudos antes que a vacina possa ser submetida à avaliação da Anvisa para registro -- 1,2 mil já receberam doses.
A fábrica, que também poderá ser usada na produção de uma futura vacina contra o vírus da zika, terá capacidade de produzir 30 milhões de doses de vacina de dengue por ano. Hoje, o Instituto Butantan já produz as vacinas de dengue que vêm sendo usadas nos testes clínicos por uma fábrica menor, com capacidade de 500 mil doses por ano.

Testes começam em quatro estados
Ainda nesta segunda-feira, foi anunciado o início dos testes clínicos da vacina contra dengue em mais quatro centros de pesquisa: em Brasília (DF), Cuiabá (MT), Recife (PE) e Belo Horizonte (MG).
Outros 10 centros de pesquisa já vinham fazendo os testes com voluntários desde fevereiro, quando teve início esta última etapa de testes clínicos: Manaus (AM), Porto Velho (RO), Boa Vista (RR), Aracaju (SE), Recife (PE), Fortaleza (CE), Campo Grande (MS), São Paulo (SP), São José do Rio Preto (SP) e Porto Alegre (RS).
Podem ser voluntários pessoas saudáveis, que tiveram ou não dengue e que tenham de 2 a 59 anos. Nesta etapa de testes, dois terços dos voluntários receberão a vacina e um terço receberá placebo.
O objetivo é verificar, depois de um período, se o grupo que foi vacinado teve uma redução considerável de casos de dengue em comparação ao grupo de controle. Isso permitirá verificar a eficácia da vacina. Os voluntários serão acompanhados por cinco anos.

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Jorge Kalil (dir.), diretor do Instituto Butantan, David Uip (centro), secretário de estado da Saúde de São Paulo e o governador Geraldo Alckmin (esq.) visitaram as obras da fábrica da vacina de dengue do Instituto Butantan nesta segunda-feira (19) (Foto: Mariana Lenharo/G1)

Como é a vacina?
A vacina do Butantan é feita com os próprios vírus da dengue, que foram modificados para que a pessoa desenvolva anticorpos contra os quatro sorotipos da dengue sem desenvolver os sintomas relacionados a eles.
Os testes têm mostrado que bastará uma dose para que a vacina seja eficaz. Trata-se da vacina brasileira contra dengue em fase mais avançada de desenvolvimento, mas há outras iniciativas em andamento no mundo.
O Brasil já tem disponível comercialmente uma vacina contra dengue desenvolvida pelo laboratório francês Sanofi Pasteur: a Dengvaxia. Destinada a pessoas de 9 a 45 anos, ela é capaz de reduzir em 66% o número de casos de dengue.

Do G1.

(Foto capa: Mariana Lenharo/G1)

 

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